Diálogo social, a grande ilusão
A revolta popular provocada pela perspectiva de trabalhar por mais dois anos e pela aprovação forçada do Executivo confirma uma virada. Abalado por governos que definiram como objetivo a felicidade dos acionistas, o crédito concedido pela população ao mundo político desmorona. Este abdicou de sua missão, a ponto deixar nas mãos do Conselho Constitucional uma decisão da qual depende a vida de milhões de trabalhadores. Quando o descontentamento das pessoas comuns serve de guia (ver pág. 2), os líderes sabem alimentar dois tipos de reação: a resignação ou a revolta. Eles estavam contando com a primeira. No entanto, o desejo de viver uma vida digna reacendeu nos menos politizados a força de lutar. E até a Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT) redescobriu as virtudes da luta