Decifrando o Brics
Embora não devamos alimentar ilusões ou expectativas irrealistas com relação ao Brics, é importante destacar que ele de fato abre novas possibilidades para forjar uma ordem internacional menos injusta
Embora não devamos alimentar ilusões ou expectativas irrealistas com relação ao Brics, é importante destacar que ele de fato abre novas possibilidades para forjar uma ordem internacional menos injusta
Quem administrará os negócios do mundo no século XXI? O Ocidente e sobretudo os Estados Unidos, que ocupam uma posição dominante desde o fim da Segunda Guerra Mundial? Ou os países do Sul, China e Índia à frente, que exigem uma reorganização do sistema internacional? A ampliação dos Brics é uma etapa importante no reequilíbrio planetário, mas esse objetivo ainda está distante
O surgimento do Brics foi o primeiro marco no processo de renovação da dinâmica capitalista internacional, apesar das enormes assimetrias entre seus membros
Grupo de países criado entre 2009 e 2011, os Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – acabam de receber seis novos membros: Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. Embora seja muito diversa para oferecer uma visão comum da ordem internacional, essa aliança ilustra a nova geopolítica: a de um mundo à la carte
Sob forte especulação de esvaziamento e perda de força dos Brics, o que ocorreu na cúpula foi uma demonstração do protagonismo chinês, além de uma expansão que certamente trará grandes mudanças para o futuro do grupo
O Novo Banco de Desenvolvimento, o “Banco do Brics”, poderá funcionar como uma alternativa à centralização financeira ocidental?
A modernização na China está guiada pela histórica ideologia socialista desde a Revolução de 1949. No presente, ela persegue tanto a promoção da harmonia entre o ser humano e o meio ambiente quanto a socialização do desenvolvimento em escala global (o caso da iniciativa da Nova Rota da Seda). Isso é o que está por trás do conceito de desenvolvimento pacífico que a China oferece para o mundo e que muito interessa aos países em desenvolvimento
O crescimento econômico da China e o acirramento das disputas com os Estados Unidos impõem desafios importantes às duas maiores economias da América Latina – o Brasil e o México
Sem uma diplomacia da saúde eficaz para garantir acesso equitativo às vacinas não haverá recuperação econômica possível. Chegou a hora de Brics mostrar sua força agregadora e solidária ao mundo. É mais que hora de pôr a diplomacia da saúde no topo das prioridades dos Brics
Para além da análise técnica, o movimento do governo brasileiro em solicitar adesão à OCDE não pode deixar de levar em consideração as consequências para a agenda da política externa brasileira que essa adesão pode causar
O desafio colocado em 2017 no Brasil não é de símbolos ou palavras de ordem, apenas, mas a esquerda precisa mostrar para a sociedade quais as saídas que poderão ser adotadas para a grave crise. É preciso enfrentar com clareza o novo momento, e levar em consideração que o atual estágio da economia não permitiria mais um Governo de consenso. Como diria o poeta: Nada será como antes, amanhã!
A consolidação da América do Sul como espaço estável e de integração é prioritária para a política externa brasileira. Na sequência, enfatiza-se a necessidade de fortalecimento da relação com os Brics, a África, os Estados Unidos e a União Europeia, nessa ordemSuhayla Khalil