capitalismo
De onde vêm os derivativos?
Estatísticos, doutores em álgebra, programadores, todos esses depositários do gênio humano poderiam ter dedicado seu saber a construir, curar ou descobrir. Entretanto, eles se tornaram banqueiros, atraídos a preço de ouro pelas instituições financeiras
HSBC, origem do ópio
De Londres a Hong Kong, as belas fachadas dos grandes centros de negócios com frequência escondem a violência de suas origens. Esse é o caso do banco HSBC, cujas raízes mergulham em guerras coloniais e comerciais conduzidas pelo Império Britânico na Ásia
Por alguns bilhões a mais
No momento em que a crise dos subprimes sacudia os EUA, entrava em vigor uma norma europeia para desregulamentar o mercado financeiro em nome da concorrência. Graças a ela, os bancos desenvolvem “plataformas opacas” nas quais as ações trocam de mãos a toda velocidade e sem qualquer tipo de controle
Pobres normas internacionais
Desde os anos 1970, o Comitê da Basileia faz a supervisão internacional dos bancos. Mas o dispositivo não dispõe de poder coercitivo, e suas recomendações privilegiam a autorregulação. Concebidos durante a crise, os acordos chamados “Basileia 3” poderiam forçar os bancos a assumir um risco muito maior
Os presidentes norte-americanso passam, o Goldman Sachs continua
É raro pedir a motoristas pé de chumbo que reformem o código de trânsito. A débâcle da bolsa em 2008, porém, conduziu os gigantes das finanças para o posto de administradores de uma crise que eles mesmos provocaram. É o caso do banco Goldman Sachs, que há muito murmura nas orelhas do poder
Em Madri, vidas hipotecadas
A “febre da construção” alimentada pelo setor bancário espanhol deixa rastros de cidades fantasmas, florestas de gruas inativas, centenas de milhares de desempregados. Entretanto, ela é responsável também pela geração de altíssimos lucros
Como se nada tivesse acontecido…
Após o colapso de 2008, acrobatas financeiros, professores de Economia e políticos repetiram todos a mesma ladainha: “Nada será como antes”. Três anos depois, os mesmos culpados pela crise retomaram os mesmos negócios, armados com as mesmas teorias econômicas
A quem serve o Banco Central Europeu
Alheio a deliberações democráticas, o Banco Central Europeu precisa encarnar o objetivo da estabilidade monetária, a qual conduziu a zona do Euro para a beira do abismo. Entretanto, a crise reforçou o poder do BCE a ponto de, às vezes, a sorte dos assalariados do Velho Continente parecer ser jogada em FrankfurtFrançois Ruffin|Antoine Dumini
Transformação do capitalismo
Três questões de novo tipo encerram a complexa engrenagem capitalista: a resolução da consolidação do novo centro dinâmico global, a conformação de outra relação do Estado diante do avanço do processo de hipermonopolização do capital e a regulação do novo paradigma produtivo assentado na expansão do trabalho imaterialMarcio Pochmann
O poder desnudado por suas próprias crises
A crise econômica iniciada em 2008, o acidente nuclear de Fukushima e as revoltas populares no mundo árabe convergem para um questionamento do capitalismo mundial. Apesar das diferenças que guardam entre si, os três grandes acontecimentos que agitam o mundo revelam de maneira gritante os limites de uma mesma lógicaDenis Duclos