Às margens do Rio do desenvolvimento
No Rio de Janeiro, entre a serra e o mar, populações pobres enfrentam a poluição e o racismo impostos pelos megaprojetos. Uma caravana de movimentos sociais seguiu a trilha das resistências
No Rio de Janeiro, entre a serra e o mar, populações pobres enfrentam a poluição e o racismo impostos pelos megaprojetos. Uma caravana de movimentos sociais seguiu a trilha das resistências
Completando 10 anos de carreira, o rapper falou sobre música, literatura e o Brasil: “A atmosfera do nosso país faz com que a liberdade seja uma parada amaldiçoada quando um preto é livre”. Amanhã você confere a versão em vídeo desta entrevista em nosso canal Youtube
Aos 80 anos, o sambista Martinho da Vila afirma que debate racial acontece, mas ressalta que situação do negro no país está distante do ideal
Mesmo que a controvérsia atual em torno da “apropriação cultural” definitivamente traduza apenas a reivindicação de uma espécie de “renda racial” por uma pequena fração da burguesia negra, na realidade ela beneficia toda a burguesia – e, portanto, principalmente os brancos
No Brasil pequeno e mesquinho da casa-grande, todos são iguais perante a lei, mas uns são mais iguais do que outros. E num país racista como o nosso, esses outros, com os quais se rompe eticamente e os quais não se reconhece como iguais em humanidade, são mulheres e homens negros das periferias e favelas. É sobre eles que a barbárie é dirigida e legitimada
No Brasil, a estrutura social e de poder está profundamente marcada pelo colonialismo, pelo escravismo e pela segregação. Não é preciso que o assassino de uma parlamentar negra deixe um bilhete escrito expressamente “made by a racist”, para que se justifique falar de racismo como parte integrante da motivação
Comoção internacional gerada pela execução da quinta vereadora mais votada nas últimas eleições cariocas, assim como o seu assassinato, é fruto do programa completo que ela expressava em seu corpo e em sua luta contra o genocídio e a intervenção militar no Rio de Janeiro, pelos direitos de mulheres, negros, favelados, LGBTs e por um socialismo com liberdade
Em 4 de abril de 1968, Martin Luther King foi assassinado por um defensor da segregação racial. Cinquenta anos depois, a história oficial atém-se à imagem do pastor negro que lutava pelos direitos civis e à do patriota trabalhando pela reconciliação nacional. Essa visão, entretanto, ignora partes inteiras de uma vida consagrada à busca pela igualdade em todas as suas dimensões
Nascida e criada no Morro do Preventório, em Niterói (RJ), a funkeira MC Carol, de 24 anos, falou ao Le Monde Diplomatique Brasil sobre feminismo, violência, racismo, política e música
A força numérica e simbólica dos protestos fez lembrar as grandes mobilizações de 2013 e 2015/2016. Mas, neste 15 de março o que estava em jogo era algo de natureza completamente distinta. Essa foi a primeira vez que a Nação reivindicou de forma massiva um corpo negro
A exaltação da identidade como fixo e não relativo é a pura expressão da forma de valorização do capital como fim em si mesmo que precisa assegurar alguns indivíduos como colônia ainda viável de exploração
Diante de tantos fatos e evidências a esclarecer o engodo em que consiste a apresentação da redução da maioridade penal e do aumento do tempo de internação de adolescentes infratores como fórmulas eficazes para diminuir a criminalidade e a violência, cabe aos cidadãos e eleitores exigir que se eleve o nível do debate Rubens Naves