Justiça e jornalismo nas Américas
Por um lado, as mídias sociais podem visibilizar atrocidades e causar um alvoroço pela justiça social, mas, por outro, é ainda mais eficaz para nos distrair deles e garantir que o alvoroço seja estéril.
Por um lado, as mídias sociais podem visibilizar atrocidades e causar um alvoroço pela justiça social, mas, por outro, é ainda mais eficaz para nos distrair deles e garantir que o alvoroço seja estéril.
A morte de João Pedro perante o mundo não causa tanto impacto quanto a de João Hélio, não causa coletivização de uma pauta, não gera programas inteiros em canais abertos sobre o ocorrido
Quantas operações de incursão em favelas são realizadas? As próprias instituições policiais não sabem dizer, muito menos sua razão e seus resultados. Foi justamente para preencher essa lacuna que fizemos um levantamento inédito sobre as operações policiais no Rio de Janeiro, em série histórica
Sucesso incontestável nas políticas públicas das últimas duas décadas, as cotas raciais lidam também com possibilidade de fraude e reacendem a discussão sobre quem é negro no Brasil
“Pra mim, refugiado é uma categoria da ONU e tá incompleta… Aqui no Brasil, a gente tem refugiado branco e refugiado negro. Todo mundo prefere refugiado sírio. A Síria tá em guerra há seis anos, o Congo tá em guerra há vinte! (…) O sírio, ele vai ser comerciante, dono de restaurante… o africano e o haitiano vão ser garçom, pedreiro… essas coisas, e se conseguir trabalhar. Na ocupação, você não encontra sírio, mas encontra haitiano, congolês, nigeriano. Quem vai morar na rua é africano, haitiano… então, tem refúgio branco e refúgio negro no Brasil. Pro negro é diferente. É por isso que ninguém sabe o que tá acontecendo no Congo.” ( Registro de campo de pesquisa etnográfica)
A fome, o analfabetismo e o racismo compõem uma trajetória histórica da desigualdade superáveis por boa fé? Ou demonstram fraturas estruturais que exigem o forjar de uma outra feitura política societária?
Se hoje a arte contemporânea pauta constantemente o debate pós-colonial, no passado não era assim: por isso a tela de Portinari é especial. Apesar de, neste caso, temos a repetição comum de um autor branco se debruçando sobre o tema da mestiçagem, a abordagem de Portinari evidencia a consciência de classe do pós-abolição. O mestiço não ilustra apenas um brasileiro nato numa nação construída a partir da mistura violenta de raças. A obra evidencia também a cor da classe trabalhadora do Brasil.
Atriz falou sobre a descoberta do ambientalismo como luta, o processo contínuo de evolução cultural e a construção da própria personalidade
Ao Le Monde Diplomatique Brasil, Erica Malunguinho falou sobre alternância de poder, Escola sem Partido, a vitória de Bolsonaro e a reestruturação da esquerda.
Esse aspecto da sociedade brasileira – racista, discriminatória, preconceituosa, ornada de forte desvio ético-moral – é o que denominamos de raiz profunda e onde pode estar inserida a afinidade ao discurso do candidato de extrema direita
Em sua segunda visita ao Brasil, o premiado autor de The Underground Railroad falou ao Le Monde Diplomatique Brasil sobre as cicatrizes da escravidão e o apagamento da história
Com a independência do País, foi preciso, por parte da pequena elite nativa, voltar a atenção ao impulsionamento das relações de trabalho escravo aumentando a intensidade do processo de produção de mercadorias para o mercado externo