Blowin’ in the wind
Quantas vezes pode um homem virar a cabeça e fazer de conta que, tão-somente, não está vendo nada?
Quantas vezes pode um homem virar a cabeça e fazer de conta que, tão-somente, não está vendo nada?
Movimento laico cujos militantes eram em sua maioria originalmente ateus, o sionismo não hesitou em se apropriar de conceitos fundamentais do judaísmo e remodelá-los para construir uma identidade nacional. Com essa preponderância histórica do referencial religioso, como podemos nos surpreender que o discurso messiânico seja hoje usado para justificar a devastadora guerra travada pelo Exército israelense em Gaza?
É certo que o messianismo prevê a reunião de exilados em Israel. Mas inferir a criação de um Estado-nação na Palestina exige distorcer a tradição e o significado que ela dá à expressão Terra Prometida
Ao lançarmos a divulgação do nosso Seminário no Instagram, começamos a receber uma série de manifestações hostis desqualificando o evento, como se ao propormos um debate sobre uma das expressões do sionismo no Brasil – o sionismo cristão – estivéssemos fazendo uma defesa da geopolítica do atual Estado de Israel
Tensão entre sionismo e neonazismo também está na base do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que inspira o presidente brasileiro.
Pela quarta vez em dois anos, a oposição ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se vê diante do mesmo impasse: embora majoritária, ela é tão heterogênea que não consegue chegar a um acordo. Com treze das 120 cadeiras do Parlamento, a esquerda sionista, encarnada pelo histórico Partido Trabalhista e pelo Meretz, parece velar a hegemonia perdida
O esforço de reescrever a história lançado no fim da Guerra Fria continua até hoje. Na Alemanha, uma poderosa corrente intelectual imputa a atual multiplicação de atos antissemitas à existência da Alemanha Oriental, a outra Alemanha, comunista, que desapareceu em 1990. É o cúmulo quando se conhece a longa indulgência do Ocidente com os antigos nazistas
Ao quebrar o consenso internacional em torno do estatuto de Jerusalém, cidade santa para judeus, cristãos e muçulmanos, o presidente Donald Trump conduziu seu país ao isolamento. Uma ampla maioria da Assembleia Geral da ONU criticou a decisão que coloca um obstáculo à paz. No terreno, porém, a política do fato consumado continua
A expedição punitiva do Exército israelense em Gaza reativou uma das aspirações mais espontâneas do jornalismo moderno: o direito à preguiça. Em termos mais profissionais, chamamos isso de “equilíbrio”. A rede de televisão norte-americana de extrema-direita Fox News qualifica-se, não sem humor, como justa e equilibradSerge Halimi
Lançada em 8 de julho, a ofensiva (aérea e depois terrestre) israelense contra Gaza provocou a morte de mais de oitocentas pessoas (até 25 de julho). É pouco provável, contudo, que os sitiados capitulem. A história desse território confirma a sólida tradição de resistência da população que jamais se resignouAlain Gresh
Os diplomatas norte-americanos fingem descobrir agora a política do fato consumado posta em prática por Tel-Aviv e os impactos destrutivos da colonização. Para interromper a impunidade de Israel e impor o direito internacional, uma miríade de atores econômicos, culturais e políticos cada vez mais ativosJulien Salingue
Enquanto o cessar-fogo em Gaza reforça a posição do Hamas no plano interno, a ONU examina a candidatura da Palestina a Estado-membro, demanda apresentada pelo presidente Mahmoud Abbas. Este, bastante enfraquecido, se bate contra Israel, os EUA e diversos países europeus, mas também contra o ceticismo dos palestinosLeila Farsakh