“Pra mim, refugiado é uma categoria da ONU e tá incompleta… Aqui no Brasil, a gente tem refugiado branco e refugiado negro. Todo mundo prefere refugiado sírio. A Síria tá em guerra há seis anos, o Congo tá em guerra há vinte! (…) O sírio, ele vai ser comerciante, dono de restaurante… o africano e o haitiano vão ser garçom, pedreiro… essas coisas, e se conseguir trabalhar. Na ocupação, você não encontra sírio, mas encontra haitiano, congolês, nigeriano. Quem vai morar na rua é africano, haitiano… então, tem refúgio branco e refúgio negro no Brasil. Pro negro é diferente. É por isso que ninguém sabe o que tá acontecendo no Congo.” ( Registro de campo de pesquisa etnográfica)