Jornalismo sistêmico no século da fragmentação
Se queremos contribuir para as mudanças necessárias, precisamos procurar por causas profundas e estabelecer conexões entre os problemas. Mas como entender o que é prioritário no século 21?
Se queremos contribuir para as mudanças necessárias, precisamos procurar por causas profundas e estabelecer conexões entre os problemas. Mas como entender o que é prioritário no século 21?
Ao contrário do que aconteceu nas guerras do Golfo e do Kosovo, a mídia ocidental evita qualquer análise crítica sobre seu tratamento do conflito em curso. Como explicar a persistência desse silêncio um ano após a invasão da Ucrânia? A natureza indefensável da agressão russa justifica que os jornalistas assumam o entusiasmo pela guerra?
Mesmo nesta inusitada situação, de um governo entrando como vítima de agressões criminosas perpetradas, direta ou indiretamente, pelos derrotados, foi o próprio presidente Lula que acabou no centro das maiores críticas do Estado de S. Paulo
Grande mídia: ir com ela ou não? Todo mundo que quer mudar o mundo já se deparou com esse dilema. De um lado, a necessidade de popularizar as lutas, o êxtase da visibilidade. De outro, a submissão aos padrões jornalísticos e à engrenagem da política como espetáculo
Na cúpula da Organização Internacional da Francofonia, em Djerba (Tunísia), em 20 de novembro, Emmanuel Macron denunciou novamente a propaganda das “potências” que querem “prejudicar” a imagem da França na África. Países que incomodam Paris estão travando uma guerra midiática para promover seus interesses e prejudicar os concorrentes
Regulação das big techs é necessária, deve preservar a liberdade de expressão e precisa ser feita a partir de debate amplo e plural com a sociedade
Kristinn Hrafnsson se reúne com Lula e outros líderes da América Latina em busca de apoio político no caso da extradição de Julian Assange
Por retratar a vida pública, a mídia se beneficia de certa indulgência por parte de partidos e sindicatos: qualquer crítica ao papel social desempenhado pelos jornalistas expõe seus autores à suspeita de antidemocráticos. Não era o caso no início do século XX na França, onde a Confederação Geral do Trabalho (CGT) lutou vigorosamente contra a imprensa dominante
Atribuir todas as dificuldades do momento a uma causa única já era uma prática da Roma antiga. Na época, Catão, o Velho, terminava todos os seus discursos, qualquer que fosse o objeto, exigindo que Cartago fosse destruída. Mais recentemente, em 1984, a televisão pública confiou ao ator Yves Montand a apresentação de um programa, Vive la crise!, destinado a fazer os franceses compreenderem que todos os seus males provinham do Estado de bem-estar social.
A população carcerária da Rússia caiu para menos da metade nos últimos vinte anos. Isso mostra que a cobertura da mídia sobre as prisões políticas, multiplicadas por dez desde 2015, oferece uma imagem parcial do que se passa com a justiça criminal do país. Entretanto, mesmo que a duração das penas tenha diminuído, o sistema continua programado para punir
O período entre 2013 e a eleição de Bolsonaro só confirma a atuação da mídia como ator fundamental na arena de disputa pelo poder político
O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foram citados no Pandora Papers. Contudo, a imprensa não deu destaque ao fato. Leia a análise de Jana Viscardi sobre a escolha das imagens para ilustrar a notícia em um dos principais jornais do Brasil
Neste episódio especial falamos sobre os resultados do Relatório Direito à Comunicação 2020, produzido pelo Intervozes. Ouça no seu tocador de podcast favorito ou nesta postagem
Quando comparamos o tratamento oferecido pela mídia francesa e brasileira às prisões de Nicolas Sarkozy e Luiz Inácio Lula da Silva, percebemos diferenças bastante significativas. Enquanto Lula recebeu um tratamento amplamente desfavorável dos principais veículos de comunicação brasileiros, Sarkozy recebeu uma cobertura muito menos crítica. O alinhamento do ex-presidente francês com os interesses defendidos por grandes veículos midiáticos explicaria a cobertura menos pesada dispensada a Sarkozy
O justo meio-termo já não funciona. Ontem dependente do filão publicitário, a imprensa moderada buscava um público de massa e lisonjeava-o simulando objetividade. A receita mudou. Agora, a mídia prospera alimentando guerras culturais junto a públicos polarizados e mobilizados. Para o bem ou para o mal, e sob o olhar vigilante, por vezes sectário, de seus próprios leitores
Os bolivianos vão escolher um novo presidente em 18 de outubro. As eleições são organizadas por um governo formado há um ano após a derrubada de Evo Morales. Desde então, a mídia privada e uma parte da esquerda tentam esconder a natureza dessa ruptura da ordem constitucional. Até a publicação de um artigo do New York Times, em junho…
A pandemia do coronavírus e as recentes manifestações antirracistas trouxeram de volta a pauta do movimento negro para a crista do debate na opinião pública. No Brasil, quando falamos de direito à comunicação e racismo, procuramos em geral travar um debate sobre representatividade na mídia, mas nos esquecemos, muitas vezes, de abordar questões relativas ao acesso
O tema é velho para quem acompanhou a mesma narrativa emergir por ocasião das manifestações de massa desde 2013 no Brasil. Trata-se exatamente da mesma dicotomia, à parte o tom copiosamente positivo atribuído à pauta em si no caso das manifestações iniciadas nos Estados Unidos e espalhadas pelo mundo sob o mote “Black Lives Matter” (“Vidas Negras Importam”), inexistente quando os mesmos temas foram justamente as pautas das manifestações no Brasil: violência policial, racismo, Amarildo, educação pública
É preciso refletir o quão sustentável é esse mercado dominado por grandes dados que permitem a manipulação de usuários. Ainda, o que é a privacidade e quanto se pagará para tê-la ou qual será o prejuízo para não tê-la. Imagine, por um momento, o preço do plano de saúde sendo determinado pelos dados fornecidos do relógio inteligente
Especial Concentração da mídia e liberdade de expressão apresentou uma série de violações do direito à comunicação no Brasil em 2019. Recomendações ao Poder Público, setor privado e sociedade civil podem ajudar a garantir direitos e preservar a nossa frágil democracia
Governo federal privilegia publicidade em meios de comunicação aliados e ameaça endurecer regras de concessão para adversários. Leia mais um artigo do especial Concentração da Mídia e liberdade de expressão.
Os desafios do Alma Preta, uma agência de jornalismo independente com foco na temática racial
Portal Favela em Pauta, trabalhando com o conceito de “jornalismo profissional”, traz um olhar de dentro das favelas; um nítido contraste com a cobertura da imprensa tradicional
Eles encarnam o contrapoder: jornalistas que pesquisam a corrupção dos poderosos. Esses investigadores provocaram a demissão de ministros, chacoalharam conselhos e, mais raramente, derrubaram empresários. Mas guardam um lado sombrio. O público não sabe nada sobre sua maneira de trabalhar, ao que se opõem e o que os motiva