Os refugiados na selva de Darién
Refugiados que necessitam se deslocar por terra da América do Sul aos Estados Unidos têm que passar pela selva de Darién, entre a Colômbia e o Panamá, um dos lugares mais perigosos e difíceis de atravessar do mundo
Refugiados que necessitam se deslocar por terra da América do Sul aos Estados Unidos têm que passar pela selva de Darién, entre a Colômbia e o Panamá, um dos lugares mais perigosos e difíceis de atravessar do mundo
Migrante bom é aquele que mobiliza afetos nas redes sociais e não pesa ao Estado
Desde a invasão russa à Ucrânia, milhões de refugiados chegaram à Polônia e muitos permaneceram. Nesse país de emigração, resistente à imigração, os recém-chegados têm acesso ao mercado de trabalho e à educação. Porém, o sistema de acolhimento polonês, previsto para ser temporário, depende da hospitalidade da sociedade civil, a qual está perdendo força
Paralelamente ao êxodo dos ucranianos, há um movimento considerável e ainda pouco visível dos russos e belarussos saindo de seus países com medo das repressões e da insegurança econômica e política provocada por ações do governo Putin e pelas extensas sanções ocidentais
Atualmente existem, aproximadamente, 28 países que estão passando por conflitos armados nos continentes africano e asiático. Mas, não vemos a mesma cobertura da mídia para a crise de refugiados que eles geram, como vemos com a Ucrânia
Embaixador da Boa Vontade do ACNUR e autor do best-seller “O Caçador de Pipas” e “A Memória do Mar”, o afegão Khaled Hosseini pede ajuda a refugiados e deslocados
O processo de construção da politização da gastronomia e quais estratégias estão sendo utilizadas para tanto
Para constranger os candidatos à migração, considerados indesejáveis, os governos ocidentais não se limitam, desde 1990, a militarizar suas fronteiras e endurecer as legislações. Às estratégias repressivas, acrescentam-se métodos de aparência mais consensual: as campanhas de informação multimídia
O agravamento da situação dos refugiados volta a chamar a atenção para um tema bastante caro aos estudiosos dos direitos humanos: a separação entre o homem e o cidadão – distinção de que, sob a perspectiva da filosofia política, ocupam-se Hannah Arendt e Giorgio Agamben
País apresenta possibilidades bastante desiguais para os imigrantes e refugiados que aqui chegam
Acesso a moradia, renda, a exposição à contaminação pelo coronavírus e o cárcere, nesse momento são situações de vulnerabilidade entre outras vivenciadas pelos imigrantes e refugiados
Impõe-se verificar se o ser humano pós-pandemia de Covid-19 privilegiará o vocabulário da solidariedade global, hospitalidade universal e o caminho da sonhada cidadania global ou esse indivíduo pós-pandêmico pode preferir discriminar, rejeitar e violar direitos
“Al Nakba” é como ficou conhecido em árabe (traduzido como “catástrofe”) o processo que culminou na expulsão de 700 mil palestinos de seus territórios, consequência de uma sucessão histórica atrelada à um conflito geopolítico administrado pelo Mandato Britânico na Palestina. O quadro de refugiados é um dos mais graves do mundo: a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) presta hoje assistência à 5.5 milhões de refugiados palestinos forçados a sair de seus territórios – não apenas pela guerra de 1948, mas pelos sucessivos conflitos na região.
“Pra mim, refugiado é uma categoria da ONU e tá incompleta… Aqui no Brasil, a gente tem refugiado branco e refugiado negro. Todo mundo prefere refugiado sírio. A Síria tá em guerra há seis anos, o Congo tá em guerra há vinte! (…) O sírio, ele vai ser comerciante, dono de restaurante… o africano e o haitiano vão ser garçom, pedreiro… essas coisas, e se conseguir trabalhar. Na ocupação, você não encontra sírio, mas encontra haitiano, congolês, nigeriano. Quem vai morar na rua é africano, haitiano… então, tem refúgio branco e refúgio negro no Brasil. Pro negro é diferente. É por isso que ninguém sabe o que tá acontecendo no Congo.” ( Registro de campo de pesquisa etnográfica)
A chegada e o caminho de um refugiado no Brasil são demarcados por fronteiras e descontinuidades. A partir do momento que recebe seu protocolo de refúgio – que para muitos não é tido como documento oficial, ainda que seja sua provisória identidade –, o refugiado entra num sistema de redes institucionais nas quais vai buscar acolhimento. Trajeto marcado por uma série de interrupções que põe em fricção as formas e usos daquele país que deixou e que “não existe mais” para se adequar, sem perder suas marcações culturais anteriores, aos códigos desse país que, para ele, “não existe ainda”.
Em nome do combate aos “coiotes”, pessoas que introduzem imigrantes ilegalmente no país, Camberra terceiriza parte de sua gestão dos requerentes de asilo para outros países. Essa política inspira governos europeus, ao mesmo tempo que deixa indignados os defensores dos direitos humanos, já que os refugiados são reduzidos a simples moedas de troca
O ataque recente a um acampamento de venezuelanos no município fronteiriço de Pacaraima, que forçou o regresso de 1.200 deles ao seu país de origem, não se trata de um episódio isolado
A impressão que fica é que o abandono das populações de ambos os lados por parte dos governantes pode ser intencional e orquestrado para explodir em outubro na mídia nacional, de forma a mostrar a todos o que acontece com os tolos que votam em projetos da esquerda
A insuficiência de ações coordenadas e adequadas do Poder Público à migração tem fomentado a baixa aceitação da sociedade local com relação aos recém-chegados, contribuindo para atos de violência e xenofobia
Os desastres humanitários não são catastróficos para todos. Escritórios de auditoria, vendedores de cartões de débito ou grandes fabricantes de móveis: assim que um campo é aberto, empresas correm em direção a uma “indústria da ajuda”, cujo volume anual ultrapassa 25 bilhões de euros
A saúde das populações refugiadas que atravessam fronteiras em busca de sobrevivência traz consigo imagens que lembram as da Segunda Grande Guerra; são imagens de êxodo, de pessoas se deslocando se movendo, enfrentando muros, arames farpados, acampando à beira da estrada, sem atendimento, a não ser aquele oferecido por organizações da sociedade civil, com todos os limites de recursos que elas possuem.
O planeta tem atualmente 65 milhões de refugiados. Grande parte deles é obrigada a viver em campos, uma espécie de prisão a céu aberto em que os residentes são privados dos direitos fundamentais. Por seu número e perenidade, os acampamentos se tornaram um mercado em disputa entre ONGs e transnacionais
Aos feridos europeus do capitalismo globalizado e financeirizado, contudo, os que jogam com os medos dão a entender que a África foi ajudada em vão. A paisagem política europeia hoje está transformadaAminata D. Traore
Graças ao apoio dos bombardeiros russos, de consultores iranianos e combatentes xiitas libaneses, o Exército sírio recuperou terreno antes do cessar-fogo de fevereiro. Ao apoiar com firmeza o presidente Al-Assad, o Hezbollah viu sua legitimidade consolidada. Mas a ameaça do Estado Islâmico não basta para afastar o riscMarie Kostrz