A precariedade de tudo
A divulgação dos atentados a escolas pela grande mídia e pelas redes sociais estimula integrantes de grupos na internet que fazem a apologia desses atos, valorizando-os
A divulgação dos atentados a escolas pela grande mídia e pelas redes sociais estimula integrantes de grupos na internet que fazem a apologia desses atos, valorizando-os
Dados fornecidos pelo próprio CNJ indicam que o Poder Judiciário não superou a lógica da Lei 9.099/95, que caracterizava os crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher como delitos de menor potencial ofensivo
Para quem não se deixou levar pela cegueira intelectual e moral do antipetismo, era fácil notar os diversos elementos nazifascistas que sustentavam a campanha bolsonarista, como o nacionalismo exacerbado, a defesa de princípios conservadores, o militarismo, a personalidade autoritária.
Luana Barbosa foi assassinada em abril de 2016 em Ribeirão Preto por três policiais que a espancaram na frente de seu filho de 14 anos; os réus seguem em liberdade
A Corte Penal Internacional terá de determinar se os estupros cometidos por soldados russos na Ucrânia constituem crimes contra a humanidade. Enquanto isso, muitos obstáculos para fazer justiça às vítimas permanecem de pé
Desde o começo do governo Bolsonaro, houve mais de 40 publicações com vistas a afrouxar o controle de armas e munições no país
No quadro geral, os programas deixam a desejar em apontar saídas que trarão impactos diretos nos territórios e na sensação e vivência segura das pessoas, a despeito dos textos apresentarem as propostas nesse sentido
Que espécie de polícia é essa que viola o direito à privacidade dos transeuntes e pratica crimes comuns contra a propriedade de quase um terço dos moradores de um bairro? Trata-se da mesma polícia que em poucos meses invadiu as casas de 50% dos entrevistados
O assassinato do petista Marcelo Arruda pelo agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho, bolsonarista, já não deve ser mais o último ato de violência política dos bolsonaristas contra os opositores do presidente. E as ameaças continuam.
Na ausência de uma memória coletiva responsável sobre as tragédias que nos trouxeram até o presente, a tendência é que elas se repitam e se cristalizem como dados da realidade. Infelizmente, é o que temos visto acontecer, pois o extermínio de povos indígenas, de populações negras e pobres, de opositores políticos e de outros corpos indesejados, como mulheres e pessoas LGBTQIA+, nunca cessou por aqui
Apoiado pelos principais sindicatos de policiais, o projeto de lei sobre segurança global foi votado pela Assembleia Nacional francesa em 24 de novembro. Ele estende uma tendência repressiva que, da luta contra o terrorismo ao estado de emergência sanitário, vincula a segurança à restrição de liberdades. E se essa estratégia se mostrasse contraprodutiva?
Nós esperamos que em contextos democráticos a violência seja um recurso escasso, inexistente e execrável. Mas nas democracias atuais a violência é praticada sob eufemismos, desdobramentos pirotécnico-verbais e jurídicos
A dinâmica brutal da violência comprova a afirmativa de Grada Kilomba: o racismo é uma realidade violenta. Uma violência que se acelera e se aprofunda em política de morte expressa e executada pelo Estado, incentivada por grupos hegemônicos e atiçada por supremacistas brancos, enraizada de tal modo na sociedade que se tornou naturalizada
O Brasil usa do escapismo para lidar com seu registro cotidiano de destruição de formas de vida. Afinal, não é de hoje que todos os brasileiros e brasileiras sabem dos números gigantescos de homicídios, estupros, sequestros, desaparecimentos e mortes por condições sanitárias medievais.
De um lado, a ideologia securitária reforçando a repressão submetida às classes populares. De outro, política e justiça desinteressadas da criminalidade dos poderosos, sejam representantes do Estado ou de interesses privados. Longe de tornar a sociedade mais segura, esse desequilíbrio aumenta seu nível de injustiça e violência
Quantas operações de incursão em favelas são realizadas? As próprias instituições policiais não sabem dizer, muito menos sua razão e seus resultados. Foi justamente para preencher essa lacuna que fizemos um levantamento inédito sobre as operações policiais no Rio de Janeiro, em série histórica
No Brasil, política de segurança é o apelido para um genocídio.
O ato extremo de dispor o corpo à oportunidade da morte ataca as arbitrariedades profundamente cortantes, porém finamente discretas, do fazer burocrático. Confira o terceiro artigo da série Estado de Choque, publicada no Le Monde Diplomatique Brasil entre fevereiro e julho de 2019
Movimentos extremistas – na sua maioria – são por assim dizer falocêntricos
Em vez de difamar foliões, por que não apresentar propostas específicas contra a violência e o desemprego?
Não podendo contrariar estudos e estatísticas, os adeptos da truculência amiúde recorrem a uma conhecida questão de apelo emocional: e se fosse o seu filho?, perguntam, ao se referir a uma vítima de latrocínio
Moro sugeriu que juízes possam extinguir penas de policiais que alegarem que mataram por estarem submetidos a “violenta emoção, escusável medo ou surpresa”. Pergunto: se o cabo que matou Hélio justificasse que atirou porque se sentiu surpreendido, seria justo que ele não fosse responsabilizado?
A quem interessa manter a insuficiência, a ineficiência, a ineficácia ou até a eliminação das políticas públicas em áreas como saúde, educação, cultura, segurança, mobilidade urbana, infraestrutura, saneamento básico? Se um governo não está disponível para aprimorar e assegurar políticas que visem melhorias da vida de seus cidadãos, a quem ele serve?
O discurso do simples endurecimento da política de segurança por si mesmo, ao invés de solucionar a crise, a agravará ainda mais