Repressões contra a esquerda russa: o anarquista Azat Miftakhov
A prisão do anarquista é uma continuação da campanha repressiva contra a esquerda russa e o estabelecimento final de uma ditadura tendo como pano de fundo a guerra na Ucrânia
A prisão do anarquista é uma continuação da campanha repressiva contra a esquerda russa e o estabelecimento final de uma ditadura tendo como pano de fundo a guerra na Ucrânia
O emprego de tropas mercenárias pode ser eficiente e oferecer vantagens imediatas, mas, como já alertava um certo florentino, também representa graves riscos
Referendo nas regiões ocupadas, nuclearização, mobilização parcial: a Rússia optou pela escalada diante das contraofensivas ucranianas realizadas com armas ocidentais. Cobeligerantes de facto, alguns Estados da União Europeia estão concretizando um projeto antigo: ancorar a Ucrânia no Ocidente e torná-la um laboratório para reduzir o custo do trabalho na vizinhança
Fragilizado por um revés espetacular na região de Kharkiv, Vladimir Putin ordenou em 21 de setembro uma mobilização de reservistas, decisão que provocou protestos em várias cidades do país. O Kremlin, que contava com a perseverança dos russos diante das dificuldades econômicas, assume o risco de descontentá-los, exigindo um custo de sangue ainda maior
Encorajada pelos bons resultados nas eleições legislativas de setembro de 2021, uma nova geração de comunistas esperava se tornar a principal força de oposição ao Kremlin. Isso antes da guerra. Agora, a direção encoraja as operações armadas na Ucrânia, ao mesmo tempo que expurga os dissidentes. Fora do Parlamento, militantes de esquerda continuam o combate
Todas as tentativas de atribuir justiça aos atos de guerra fracassaram na história das relações internacionais
Ao anunciar que colocaria seu sistema de dissuasão em alerta, Vladimir Putin forçou o conjunto dos Estados-Maiores a atualizar suas doutrinas, em geral herdadas da Guerra Fria. A certeza de aniquilação mútua não basta para excluir a possibilidade de ataques nucleares táticos, alegadamente limitados – sob o risco de um desenrolar descontrolado
É possível compreender o que Vladmir Putin está fazendo sob a perspectiva da teoria realista das relações internacionais – o que não implica aprovar suas ações ou muito menos torcer para que deem certo. Nesse caso, parte-se do princípio de que o Sistema Internacional é formado por Estados que atuam conforme interesses próprios, visando única e exclusivamente à sua segurança nacional
O que motiva mudança no relacionamento entre as nações, ou o ordenamento das relações internacionais não é, de fato, a superação da situação de conflitos, mas a natureza dos conflitos em sua expressão real
Ao reconhecer a independência de duas regiões separatistas, o presidente Vladimir Putin comprometeu a integralidade da Ucrânia e acelerou a espiral de sanções contra a Rússia: embargos, restrições financeiras, lista de dirigentes excluídos de reuniões internacionais… Apesar de raramente eficazes, essas medidas são cada vez mais usadas por Washington e União Europeia
Provavelmente nenhum outro país do planeta está, atualmente, tão inspirado por seu passado quanto a Rússia. Para ser mais exato, seria preciso dizer que não é o país que está fascinado, mas sim, uma vanguarda política, ortodoxa e oligárquica
Vítima de uma tentativa de envenenamento, o opositor russo Alexei Navalny está hoje atrás das grades. Pedindo sua libertação, as chancelarias ocidentais se preparam para adotar novas sanções. Já o Kremlin não pretende ceder em nada às pressões ocidentais, que qualifica de ingerências; contudo, monitora as consequências do caso no interior do país