“Hoje, não amanhã”
Nos cinquenta anos do golpe, somos chamadas a construir a memória como uma ponte intergeracional que permite aos povos “não esquecer” as atrocidades ocorridas na história recente de nosso país
Nos cinquenta anos do golpe, somos chamadas a construir a memória como uma ponte intergeracional que permite aos povos “não esquecer” as atrocidades ocorridas na história recente de nosso país
Mensagem aos constituintes chilenos eleitos pelo Partido Republicano de José Antonio Kast, de extrema direita. Grupo conforma a maior bancada conselho que está redigindo a nova Carta Magna do país, com 22 dos 50 membros do órgão
Pouco se menciona a responsabilidade que o modelo democrático neoliberal chileno e sua voracidade tiveram na derrota da proposta constitucional no plebiscito de saída, realizado em setembro de 2022
Em 20 de abril, o presidente do Chile Gabriel Boric nacionalizou o lítio. Em 2022, as vendas chilenas desse mineral, usado na fabricação de baterias de telefones e carros elétricos, aumentaram seis vezes e renderam ao Estado US$ 5 bilhões. O Triângulo do Lítio (Argentina, Bolívia e Chile) concentra 68% das reservas mundiais e, em razão da grande influência chinesa nas jazidas, preocupa os Estados Unidos
Sempre que o movimento sindical depositou sua confiança de que as mudanças viriam do Estado, ele acabou sendo usado como moeda de troca nas negociações entre governo e oposição
Parte significativa do uso da violência teve um caráter íntimo: aqueles que usaram a violência de forma indireta, por exemplo, por meio do processo de denúncia e delação, geralmente conheciam suas vítimas, e é por conhecê-las que transformaram seu desejo de causar dano em uma possibilidade que se tornou plausível
Governo de Gabriel Boric anuncia nova Estratégia Nacional do Lítio prometendo distribuir as riquezas e desenvolver a cadeia produtiva do mineral, insumo essencial para a produção de baterias de carros elétricos
Confira trecho do novo livro do filósofo Pierre Dardot, La memoria del futuro: Chile 2019-2022, lançado em abril deste ano pela editorial Gedisa
O controle da agenda pública por meio do discurso em torno da segurança pública
A economia chilena apresenta um crescimento em declínio no século XXI, com a paradoxal exceção dos últimos três anos. Os serviços estão cada vez mais predominantes, sendo responsáveis pela maioria dos empregos. Destes, 27% são informais, enquanto a distribuição de renda não melhora. Já a abordagem ortodoxa que persiste na política monetária e, em parte, na política fiscal não sugere perspectivas positivas para os próximos anos
O governo chileno está à beira de se identificar com o príncipe do “Gatopardo”, que cunhou a famosa frase “se queremos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude”, para explicar que, mesmo que ocorram mudanças na sociedade e na política, as elites sempre permanecerão no poder
É evidente que o sistema político está sendo alvo de um processo sistemático de demolição de imagem. A pergunta que surge, então, é: esse é um processo espontâneo, aleatório, resultado da superficialidade desses novos tempos e lideranças? Ou é um projeto deliberado, planejado e premeditado?