Numa época em que certos segmentos da atual extrema-direita fazem despertar o espectro do salazarismo – crentes na possibilidade de um Estado homogeneizado, avesso à diversidade, unificado sob uma bandeira moral e religiosa conservadora, sustentada em uma organização familiar convencional, hierárquica e forte, onde todos obedecem ao governante máximo, visto como pai e salvador da nação –, a crítica aos projetos de poder patriarcais, chauvinistas, racistas e sexistas e à mistura de pietismo religioso com política reveste-se de crucial importância