Novos rumos no Chile
Chile | Chile
Este especial é feito em parceria com a edição chilena do Le Monde Diplomatique. Os textos trazem reflexões sobre a situação de transição que o país vive. Com quase 56% dos votos, o candidato de esquerda Gabriel Boric acaba de ganhar as eleições presidenciais contra o deputado José Antonio Kast, candidato nostálgico da junta militar de Augusto Pinochet.
A Convenção Constitucional e seus inimigos
Um processo tão complexo e intenso como a Convenção Constitucional não poderia ser levado adiante sem gerar resistências frontais à sua atividade. Mais ainda, seria até suspeito se seu trabalho não gerasse fortíssimas resistências entre aqueles que deverão ver ameaçadas suas posições de poder e riqueza. A prova de verificação de sua capacidade transformadora recai justamente nos ventos contrários que desperta naqueles que, por uma questão de simples lógica, deverão opor-se ao seu desenvolvimento. Mas esse antagonismo é diferente, provém de distintos campos, gera variados efeitos e emprega estratagemas díspares.
Operação Condor: montando o quebra-cabeças
Missão Plano Condor: exterminar aqueles que fossem considerados inimigos, subversivos perigosos para a pátria
O desafio de enfrentar uma oposição reacionária
O governo do partido Apruebo Dignidad, chefiado pelo presidente Gabriel Boric, acabou de assumir o cargo. Há muita esperança e vontade nessa equipe capaz e decidida. Mas ela terá pela frente uma oposição frontal, na qual se manifesta pela primeira vez a ação direta do Partido Republicano, liderado por Antonio Kast, que se apresenta à opinião pública com o aval de 44% dos votos obtidos no segundo turno das eleições. José Antonio Kast e seu partido são um grupo conservador? Ou fascista? Analisar esse campo é necessário para avaliarmos sua atuação e caracterizarmos o tipo de coisa que eles estão dispostos a fazer e suas alianças com outros partidos, inclusive seus apoios internacionais.
O Chile caminha para uma democracia maior e melhor
Novo artigo do especial Novos Rumos do Chile, feito em parceria com a edição chilena do Le Monde Diplomatique traz o editorial de Libio Pérez, editor-geral da publicação.
A imaginação política feminista no poder
Quem diria? Em muito pouco tempo, o feminismo cresceu e se disseminou pela consciência crítica nacional com força avassaladora, a partir de 2005, logrando mobilizar, como nunca antes, milhões de pessoas para o 8 de Março. Mas influenciou também a Revolta de 2019/2020 e a redação de uma Constituição paritária. Agora, no entanto, conseguiu chegar ao poder graças ao triunfo da candidatura do presidente eleito, Gabriel Boric, que não apenas se declara feminista, tal qual seu partido Convergencia Social e sua coalizão Apruebo Dignidad, como se comprometeu a fazer do feminismo parte fundamental de seu governo
A universidade pública no governo de Gabriel Boric
Nesse cenário renovado, o sistema universitário deve refletir e substituir os ajustes e reformas que vêm sendo feitos no sistema educacional desde a década de noventa até hoje, caso contrário continuará sendo tutelado pelos porta-vozes que rendem homenagem a intelectuais neoliberais, à política conservadora e às premissas do mercado
Boric na América do Sul
Leia o quarto artigo sobre a política do novo governo para a América do Sul, do especial “Novos rumos no Chile”, feito em parceria com a edição chilena do Le Monde Diplomatique.
Boric: Ano Um
“Alguém tem alguma ideia de como realizar um programa sem maioria parlamentar? Com quatro senadores em 50 e 37 deputados em 155? A reforma previdenciária, os royalties, a reforma da saúde, a reforma tributária, a reforma trabalhista? Diga-me por favor”. Essa frase, de um militante da Frente Ampla, resume as complexidades que o presidente Gabriel Boric deve enfrentar imediatamente. Não supõe impossibilidade, mas é um dado objetivo que determinará o curso de seu governo.
A direita e o preço de sua derrota
Não é a primeira vez que a direita apoia um candidato presidencial que se revela incômodo ou disfuncional. Kast, contudo, têm um ônus adicional: por um longo tempo, carregará o peso das questões que lhe foram impostas pela extrema direita, das quais ele tentou se afastar por mais de 30 anos