TENDÊNCIAS AUTORITÁRIAS NO TEMPO PRESENTE
Especial – Tendências autoritárias no tempo presente | Brasil
Jair Bolsonaro (PSL) assumirá a Presidência da República a partir de 1o de janeiro de 2019. Feliz ano velho: fantasmas antigos de um passado autoritário rondam Bolsonaro, como o discurso elogioso à ditadura militar, a caça às bruxas nas universidades, a censura à imprensa, além de uma escalada de atos de violência e violações de direitos humanos no país. Este dossiê especial busca discutir tendências autoritárias que se desenrolam no presente, sobretudo a dois diletos temas do presidente eleito: direitos humanos e ditadura militar
Feliz ano velho
Discurso elogioso à ditadura militar, caça às bruxas nas universidades, censura à imprensa, violência e violações de direitos humanos: 2019 consolida a ascensão de Jair Bolsonaro à presidência e desperta fantasmas antigos do autoritarismo no Brasil. Confira o Especial – Tendências Autoritárias no Tempo Presente
Que ano é hoje?
Para Beatriz Mamigonian, o alerta vermelho disparou antes do impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016. Historiadores diagnosticaram rapidamente ameaças à democracia – e deram diversos alertas à sociedade. Turbulências depois, desembarcamos num 2019 com ares de 1968. Não foi por falta de aviso
‘Tem que mudar tudo isso que tá aí, tá ok?’
O fascismo se alimenta da incerteza do futuro, ocupando um vácuo de desencantamento com a política. Bolsonaro já foi acusado de propagar discursos neste estilo. Agora seus admiradores, que têm cometido agressão e assassinato em seu nome, já passaram do simples flerte fascistoide e abraçaram o neofascismo
‘As instituições estão funcionando normalmente’
Mas são muito frágeis. Depois da implementação de programas sociais e políticas públicas, o cenário político parece estar num ‘lento, gradual e inseguro’ caminho para a institucionalização do autoritarismo. Esse cenário não se configurou do dia para a noite, nem se trata de um dilema exclusivamente brasileiro
‘Vote consciente!’
O bordão de campanhas eleitorais se esvazia diante de práticas neocoronelistas que ameaçam a garantia dos direitos políticos. Quando se entende que o bom e velho dinheiro é instrumento para o controle de votos de subordinados, empresários podem ser entendidos enquanto neocoronéis
‘As mulheres de direita são muito mais bonitas que as de esquerda’
Alas conservadoras definitivamente não entenderam o fenômeno #EleNão, um movimento que não diz respeito apenas a Bolsonaro: ele é só um indivíduo; #EleNão foi uma resposta ao movimento autoritário representado pelo presidente eleito
‘Já está feito, já pegou fogo, quer que faça o quê?’
Apesar de diversos esforços, políticas públicas participativas de patrimônio cultural tornaram-se letra morta devido ao despreparo político e desconhecimento técnico na gestão pública. Os escombros do Museu Nacional viraram vestígios do descaso e do desprezo pela memória, pela educação e pela ciência do país
Descobrindo um passado que atravessa o presente
A herança do passado autoritário da ditadura militar ainda não foi superada no país e na UFSC. Impedida a prestação de contas a esse passado, ele permanece atravessando o presente e obstruindo o futuro