Lula em Washington: entre compromisso político e autonomia
Qual agenda Lula encontrará em Washington? Quais as possibilidades para o atual governo brasileiro?
Qual agenda Lula encontrará em Washington? Quais as possibilidades para o atual governo brasileiro?
Análise dos artigos publicados pelos dois maiores jornais franceses: Le Monde e Le Figaro
É possível compreender o que Vladmir Putin está fazendo sob a perspectiva da teoria realista das relações internacionais – o que não implica aprovar suas ações ou muito menos torcer para que deem certo. Nesse caso, parte-se do princípio de que o Sistema Internacional é formado por Estados que atuam conforme interesses próprios, visando única e exclusivamente à sua segurança nacional
Essa nova correlação de forças da geopolítica mundial levou, anos depois, ao fortalecimento de setores neofascistas que chegaram ao poder em diversos países, como os EUA com Trump, Brasil com Bolsonaro, e Polônia, Hungria no leste europeu, além da Ucrânia. No mesmo caminho, encontramos a Turquia, a Índia, as Filipinas, entre outros.
Recordemos a comoção internacional provocada pela tentativa de assassinato do advogado Alexei Navalny: outro adversário corajoso do poder, outro denunciante que o Estado ameaça e persegue, mas detido num cárcere russo, e não numa prisão londrina. Tudo se passa como se sua oposição ao presidente Putin houvesse tornado Navalny mais “humano” que Assange, também ele dissidente, mas do “mundo livre”
O México observa sua soberania ser dilapidada por todas as partes. No plano institucional, pela corrupção. No territorial, pelos cartéis. No econômico, pelo livre-comércio. E, no geopolítico, por sua proximidade “maldita” com os Estados Unidos. Nesse último campo, o presidente López Obrador operou uma mudança discreta, porém determinante
No encontro virtual pelos trinta anos do Mercosul, em março, ficou evidente o descompasso entre os líderes, inclusive com a abrupta retirada do presidente brasileiro da reunião. A grave crise sanitária vivida pela região e os devastadores efeitos econômicos da pandemia deveriam ser uma oportunidade para intensificar as convergências, mas a realidade tem revelado dissensos e desarticulação
Nos primeiros cem dias de seu governo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se libertou de vez da imagem que a oposição tentou colar em sua persona política, condensada na alcunha “Sleepy Joe” (“Joe Dorminhoco”). Da mesma forma, ele se demonstra tudo, menos moderado. Com determinação, ousadia e muita vontade política, em idade o mais velho presidente dos Estados Unidos pretende liderar um processo de rejuvenescimento do capitalismo norte-americano. Embora vários elementos já estivessem em pauta, como os megainvestimentos públicos em infraestrutura, a novidade é que agora são integrados a uma visão mais ampla que abarca não só a economia, mas também a esfera social e a retomada do papel de liderança global dos Estados Unidos. Confira no novo artigo do Observatório da Economia Contemporânea
Caso o Brasil se mantenha afinado com a agenda da direita internacional e privilegie esse alinhamento, em detrimento da subordinação explícita adotada, até então, em relação aos Estados Unidos – o que parece provável –, a discrepância entre o posicionamento dos dois países produzirá ruídos irreconciliáveis neste momento
A política externa enquanto temática estatal se mostra um elemento fulcral no desenvolvimento de um país. Na esteira dos apontamentos que a dizem respeito, realçar o papel nevrálgico desempenhado pelo Ministério das Relações Exteriores é uma questão chave para entender a relevância de instrumentos e instituições estratégicos para o Estado brasileiro
A pandemia do novo coronavírus teve o condão de repor a questão da universalidade dos problemas mundiais e, nesse sentido, fazer renascer ou intensificar a tendência, também anterior ao problema atual, de desenvolvimento de novas percepções e perspectivas de compreensão e encaminhamento de solução para os problemas
A reorientação proposta por Bolsonaro e sua inabalável admiração pelas políticas de Trump não têm potencial para colocar o Brasil em uma posição de status internacional, como o presidente eleito sugere