Brincando com fogo
Por que o empresariado parece estar satisfeito com os rumos do Brasil de Bolsonaro, apesar dos evidentes retrocessos nos campos doméstico e internacional?
Por que o empresariado parece estar satisfeito com os rumos do Brasil de Bolsonaro, apesar dos evidentes retrocessos nos campos doméstico e internacional?
No âmbito da pretensa liberdade, até a propriedade privada é uma teorização sob encomenda. Até porque é necessário grande esforço intelectual para ligar liberdade a propriedade privada, ou seja, puro exercício retórico, mero discurso.
O projeto neoliberal de Temer e Bolsonaro fracassou. Todos os indicadores econômicos e sociais atuais são piores do que aqueles verificados durante os governos petistas. O crescimento e o investimento caíram, enquanto a inflação, o desemprego, a dívida pública, o déficit primário, a pobreza, a miséria, a fome e a desigualdade cresceram
Game coloca a ascensão do fundamentalismo como uma consequência do descontentamento de certas pessoas em relação ao estilo de vida moderno
Se engana quem acha que os pobres que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá. Os jogadores pobres do seriado são os mesmos pobres daqui
Os discursos sobre a dívida utilizam o vocabulário dos manuais de moral. De um lado, a culpa associada ao empréstimo; de outro, a virtude, encarnada na poupança. O credor correria assim para socorrer o próximo; o devedor expiaria seus erros com reembolsos. A fábula é bonita, mas funciona apenas no plano das ideias. É hora de trazê-la para a realidade
A aprovação do PL e posterior venda da ECT a operadoras privadas fará com que prevaleça o critério de obtenção de lucro no curto prazo, em detrimento dos empregos e condições de trabalho dos funcionários da empresa, da universalidade, da modicidade tarifária, da segurança e até da privacidade dos usuários dos serviços postais
Como a chamada trickle-down economics perdeu credibilidade, um novo modelo tornou-se necessário para sustentar politicamente o regime neoliberal. Esse novo modelo, segundo alguns analistas, teria vindo na forma de neofascismo
É fundamental resgatar o papel do Estado na implementação de uma política de desenvolvimento sustentável baseada nos princípios de uma economia verde, de um New Deal Verde
De tempos em tempos, a ideia volta: fantasiar o lobo para que ele se comporte como um cão pastor. Apesar dos fracassos sistemáticos, a esperança renasce, a cada vez acompanhada de novos métodos, mais eficazes. É o caso da proposta de criar empresas responsáveis, que apaziguariam os antagonismos nos locais de trabalho
Pensar que a reforma da Previdência contou com marchas de rua com milhares de pessoas em seu apoio chega a ser bizarro. Como explicar esse tipo de conduta?
Ao iniciar-se 2021, a despeito do Brasil ainda não ter um plano nacional de vacinação célere e eficiente e, por conseguinte, o número diário de infecções e mortes por Covid-19 estar aumentando, as autoridades econômicas, mais uma vez por pressão legislativa, autorizaram a reedição do programa de renda mínima emergencial
A adesão a Trump em 2016 (e também a Bolsonaro em 2018) foi a forma que muitas pessoas encontraram de dizer “não”. A ultradireita soube dirigir esse impulso de ruptura para o seu próprio benefício, impedindo qualquer mudança social significativa
Atravessamos a marca de mais de 3 mil mortos por dia e a pergunta sobre o traço autoritário do neoliberalismo ganha uma escandalosa atualidade. Ele se faz, hoje, em um quadro político grave de produção de normas que dispõem sobre a pandemia de Covid-19 e que indicam, fortemente, a presença de uma estratégia institucional de disseminação da infecção viral, em nome da decisão política do governo, de priorizar a proteção econômica
Não é apenas o livre trânsito do vírus Sars-Cov-2 que este governo vê com complacência e até bons olhos, preferindo apostar na mão invisível da “imunidade de rebanho” a salvar centenas de milhares de vidas. Também na dimensão econômica há uma estratégia genocida, talvez menos perceptível
Uma vitória dos governos de esquerda foi a problematização das estratégias de despolitização instaladas nos anos 1990, que serviram para cimentar as estruturas neoliberais. Trata-se de uma mudança na forma de entender o papel do Estado e das políticas públicas, que, durante a década de 90, ficaram resumidas ao consenso tecnocrático e convertidas em veículo de desregulação, flexibilização e liberalização
O objetivo desta série que se inicia com este artigo-manifesto é justamente trazer as vozes latino-americanas que falam por si mesmas e os pensamentos críticos acerca do neoliberalismo que nos corrói a possibilidade de integração
Qual a resposta da Câmara dos Deputados para a imensa angústia nacional? A proposta do PLP 19/2019, sobre a autonomia do Banco Central!
Em 7 de fevereiro acontece o primeiro turno das eleições presidenciais equatorianas. O chefe de Estado em fim de mandato, Lenín Moreno, fez de tudo para destruir a herança da esquerda, da qual, no entanto, é oriundo. A crise de seu governo constitui um revés para os conservadores e intelectuais desnorteados que ele logrou seduzir. A esperança voltará ao país?
A unidade prevalece na relação da classe dominante com o governo Bolsonaro, mas não exclui conflitos secundários e de curto alcance. Estes são de dois tipos: conflitos entre as diferentes frações burguesas diante da política econômica e conflitos de uma ou mais dessas frações com o movimento bolsonarista que não é burguês. Esse segundo tipo de conflito se dá, principalmente, nas áreas de política externa, política democrática e política de costumes
Acima dos interesses particulares das distintas frações do capital e da burguesia, deve-se reconhecer a existência de um amplo consenso entre todas elas, qual seja: a defesa e a execução das reformas e políticas econômico-sociais neoliberais, com a destruição dos direitos sociais e trabalhistas conquistados desde os anos 1930 e ampliados na Constituinte de 1988
Ainda não chegamos ao fundo do poço. Ou seja, a situação ainda pode piorar, e muito! Esse cenário desolador e de barbárie, no entanto, não pode ser atribuído somente aos criminosos que estão no governo. Aprendemos com a história quem são os verdadeiros donos do poder neste país.
Desesperançados, os peruanos elegem seu próximo chefe de Estado em abril de 2021. Após uma sequência de renúncias e destituições, quatro presidentes sucederam-se no comando do país desde a última eleição, em 2016. Dos quatro precedentes, eleitos desde 2001, três foram indiciados por corrupção e um preferiu o suicídio. Como explicar tamanha instabilidade?