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A lição de Nicósia
Esse episódio produz algo mais do que um rancor sem consequências: a certeza emancipatória de que, para essas populações, tudo também é possívelSerge Halimi
Derrotismo social à la francesa
Seria exagerado encarar a eleição de François Hollande com expectativa de mudanças. Porém, mesmo assim, ele conseguiu decepcionar seu eleitorado. Do abandono da reforma tributária à ausência de uma política industrial, da revisão do código trabalhista àquela das aposentadorias, a bomba da austeridade provocou danosMartine Bulard
Nápoles, o futuro da Europa?
Há anos, Nápoles exibe duas faces: capital cultural com passado comunista e operário e também cidade da Camorra, dos trabalhos temporários e da contravenção. Ao elevar o desemprego, a crise fez da precariedade e da malandragem rotina de um número crescente de habitantes. Um presságio do que vai acontecer com a Europa?Angelo Mastrandrea
Onde foi parar o sonho do SUS?
Depois de tantas promessas frustradas de redenção da rede assistencial pública, a tendência de governantes tem sido delegar cada vez mais atribuições estatais à iniciativa privada. Essa inclinação privatizante não reverteu e nem sequer amenizou o quadro de dificuldades da população em utilizar os serviços de saúdeAna Maria Costa|Ligia Bahia|Mario Scheffer
O humanismo revolucionário de Rosa Luxemburgo
Sem liberdades democráticas é impossível a práxis revolucionária das massas, a autoeducação popular pela experiência prática, a autoemancipação revolucionária dos oprimidos e o próprio exercício do poder pela classe trabalhadoraMichael Löwy
O Brasil entre o presente e o futuro
Lula contou com a bonança de um capitalismo sem crise e com um Estado fortalecido e uma economia organizada. Porém, o aumento da renda dos trabalhadores com pouca qualificação parece estar no limite, o mesmo ocorrendo com as elevações do salário mínimo sem incremento de produtividade e com a ampliação do créditoJosé Maurício Domingues
ONU, seduzida pelo setor privado
Criado em 2010, o site Business.un.org estimula a constituição de parcerias entre as Nações Unidas e companhias privadas. Se a meta fixada é o financiamento dos objetivos da ONU, a mistura de gêneros se revela às vezes duvidosa. Além dos possíveis desvios, o que está em questão é a pauperização das agências da entidadeChloé Maurel
A grande farsa do gás de xisto
Energia barata versus poluição prolongada: nos EUA, o dilema da exploração de gás e petróleo de xisto não atormentou industriais nem o poder público. Em menos de uma década, essas novas reservas recolocaram o país no crescimento, doparam o emprego e restabeleceram a competitividade. Mas e se for apenas uma bolha?Nafeez Mosaddeq Ahmed
A estiagem e a seca em um novo contexto do Semiárido brasileiro
A estiagem é um fenômeno da natureza. A fome, a miséria e a morte daí decorrentes, porém, são produtos da ação humana e das políticas dirigidas a essas regiões e populações. Não são, portanto, fenômenos naturais. A seca é políticaNaidison de Quintellla Baptista|Antonio Gomes Barbosa|Alexandre Henrique Bezerra Pires
Viver sozinho, mas não solitário
Inexpressivo há 50 anos, o número de pessoas sozinhas explodiu. Alguns veem isso como um sinal de isolamento social ou mesmo como uma forma de narcisismo. Porém, o estudo das condições que possibilitaram essa transformação revela um quadro com mais nuances, que combina individualismo e riqueza ns relaçõesEric Klinenberg

O jornalismo como razão de ser das emissoras públicas
A TV pública que não contesta – e, principalmente, que não se distancia do ente público que lhe repassa a verba – é peça decorativa em convescote de autoridades. Não incomoda o poder. Se não incomoda o poder, não incomoda ninguém, e, se não incomoda ninguém, não tem utilidade para ninguémEugenio Bucci
Como Chávez se tornou Chávez
Além das políticas adotadas por seu governo, Hugo Chávez − filho de uma família modesta, de origem mestiça e sem perspectivas de ascensão social a não ser pela via militar − seduziu os venezuelanos porque se parece com elesIgnacio Ramonet
Drones e camicases, jogo de espelhos
O presidente dos EUA pode mandar matar um cidadão de seu país? Essa é a questão posta pela eliminação por um drone de Anwar al-Awlaki, dirigente norte-americano da Al-Qaeda no Iêmen. O uso desses aviões sem piloto não desperta rejeição maciça no Ocidente, enquanto atentados suicidas são tidos como o cúmulo da barbárieGrégoire Chamayou
Aquilo que Chávez lembrou à esquerda
Morto no dia 5 de março, o presidente venezuelano foi quem deu início ao movimento que transformou, a partir da virada do século, a América Latina. Posicionando as classes populares no centro do jogo político, ele colocou as “esquerdas de mercado” diante de suas contradiçõesRenaud Lambert
Para que serve o teatro?
Para o diretor do Schaubühne de Berlim, não há teatro sem investimento público e sem ancoradouro na sociedade. No artigo, ele analisa as condições “materiais e espirituais” de uma renovação do teatro, que sofre não só com a austeridade, mas também com sua própria tendência de se deixar levar pela ideologia dominanteThomas Ostermeier
Para as mídias, um homem a eliminar
Independentemente da fantasia excêntrica segundo a qual as “elites dirigentes” da América do Sul seriam hostis à autocracia, as mídias anglo-saxônicas sempre consideraram Chávez um palhaço que servia apenas para provocar escândalos, arruinar a economia, sabotar as eleições e desrespeitar os direitos humanosSteve Rendall
O preço da carne barata
O escândalo da carne de cavalo descoberta no lugar da bovina em pratos prontos vendidos por grandes companhias revelou as falhas do complexo agroalimentar internacional. Confrontado pela crescente demanda dos países emergentes, o sistema de produção de carne imita cada vez mais o funcionamento das cadeias industriais.Agnès Stienne
O futuro do movimento bolivariano
Os venezuelanos elegem seu próximo presidente no dia 14 de abril. Enquanto a oposição encontra dificuldades para manter a unidade, os simpatizantes de Hugo Chávez precisam aprender a se organizar sem ele, coisa que o ex-presidente nunca ajudou a fazer em vidaGregory Wilpert
O golpe consumado
No Paraguai, tudo parece apontar para uma volta do Partido Colorado ao poder. A regressão é facilitada pela divisão da esquerdaGerhard Dilger