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Nem de direita nem de esquerda, mas uma agenda democrática
Temos um quadro abastecido por discursos populistas, retroalimentados pelo medo legítimo da população, e que dão lastro para que políticas de segurança ineficientes e mais violentas sejam colocadas em prática, num círculo vicioso que alimenta a segurança pública no Brasil

Eleições 2026 e o voto do medo
Violência e criminalidade têm sido tratadas com políticas de incentivo à violência policial. Não há planos, metas e indicadores para avaliar o trabalho dos policiais. Enquanto isso, a criminalidade avança. Simultaneamente, ocorre uma deterioração desenfreada dos discursos, que nada têm a ver com políticas reais, e sim com esgrimas vazias, agressivas e desrespeitosas

A quem pertence nosso rosto?
A difícil busca por respostas no levantamento nacional sobre a utilização do reconhecimento facial na segurança pública

A crise de segurança pública no Brasil não é de gestão, e sim de modelo
O modelo de segurança pública brasileiro não corresponde a um conjunto instrumental. Ao basear-se na lógica militar, cria-se em torno da guerra, e sua aplicação percorre o único percurso possível para este preâmbulo: a “eliminação do inimigo”. É, portanto, constitucionalmente concebido para a produção da morte

Agora pode desmatar a Amazônia?
Os danos ao meio ambiente são entendidos como um efeito colateral, um resultado inevitável do progresso. O Senado, neste caso, destrói o que são as defesas do interesse comum e valida a exploração predatória dos recursos naturais, atuando em defesa dos interesses empresariais

Os influenciadores!
A cada dia os franceses passam em média de uma a duas horas nas redes sociais. Para capturar sua atenção, os influenciadores dispõem de métodos bem rodados e muito eficientes. Na corrida pela audiência digital, todo mundo quer imitá-los. Um mergulho em um universo regido por algoritmos…

A existência em si do povo palestino está em jogo
Após dois meses e meio de bloqueio total e em violação ao direito internacional, Israel autorizou a entrada, a conta-gotas, de ajuda humanitária em Gaza. Sem nenhuma proporção em relação às necessidades, essa decisão não conseguirá impedir o avanço da fome no enclave. Sob intensa pressão militar, o destino da população oscila entre uma grande hecatombe e a expulsão
Gaza e a falência do Ocidente
Foram necessários dezoito meses de massacres de civis e a banalização de discursos genocidas no mais alto escalão do Estado israelense para que o Reino Unido, o Canadá e a União Europeia considerassem impor sanções econômicas a Tel Aviv. Enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu confirma sua intenção de assumir o controle total de Gaza, a reação tardia e tímida dessas potências ocidentais expõe as contradições da “diplomacia dos valores”
O novo ordenamento regional do Oriente Médio após Gaza e a Síria
Desde o fim da Guerra Fria, o Irã se posicionou como líder de uma coalizão anti-imperialista no Oriente Médio. Porém, o enfraquecimento de Teerã embaralha as cartas da geopolítica regional. O fim da ditadura em Damasco, quinze anos após a Primavera Árabe, reacende a esperança dos povos cujas aspirações à justiça social foram frustradas e que se revoltam diante da repressão em Gaza
Na Caxemira, aguardando a próxima oportunidade
A divisão do Raj britânico em 1947 deu origem a dois irmãos inimigos – a Índia e o Paquistão. A guerra latente entre as duas potências resulta regularmente em trocas de tiros na região fronteiriça da Caxemira. Bênção para as forças nacionalistas de ambos os lados da fronteira; e ameaça ao planeta, já que os dois Estados possuem armas nucleares
Panamá, um canal histórico
Antes mesmo de tomar posse, o presidente eleito Donald Trump denunciou os custos de utilização do Canal do Panamá para os navios norte-americanos, queixou-se da influência chinesa e ameaçou assumir o controle dessa infraestrutura. A longa história das ingerências de Washington no istmo remonta ao século XIX e ilustra a transformação da relação dos Estados Unidos com o direito internacional
Nos Estados Unidos, o naufrágio das universidades
A Casa Branca lançou um ataque a várias das universidades mais prestigiadas do país. O governo Trump pretende aproveitar seu declínio relativo nos últimos anos e o ressentimento crescente em relação a intelectuais e especialistas. No entanto, por trás da guerra cultural entre liberais e conservadores, está também em jogo o papel da universidade na economia norte-americana
A Crimeia ainda acredita na paz
Desejando obter um cessar-fogo na Ucrânia, os Estados Unidos poderiam reconhecer a Crimeia como território russo – um passo que nem mesmo a China, próxima de Moscou, ousou dar. Essa decisão reforçaria o otimismo singular que reina na península. Tentada a se unir à Rússia desde os anos 1990, sua população continua a aplaudir o “retorno à pátria-mãe”, apesar da guerra
O partido da mídia já está em campanha na França
Pela primeira vez desde a Libertação dos nazistas, o espaço público francês conta com um polo midiático de extrema direita. Bem financiado, poderoso e diversificado, ele atrai a imprensa conservadora e preocupa a complexa rede dos meios liberais. Essas duas alas do jornalismo dominante trabalham agora, cada qual em seu campo, para reorganizar o cenário político em vista da eleição presidencial de 2027
A demarcação de Nunatsiavut e os conselhos de cogestão ambiental inuítes
A história de resistência de um povo que por décadas lutou pela demarcação e reconhecimento de seu território e que hoje se orgulha de completar, em 1º de dezembro, vinte anos de governo autônomo
A próxima pandemia virá dos fungos?
Ainda amplamente desconhecidas, as infecções fúngicas representam uma nova ameaça sanitária em escala global. Favorecidas pela industrialização da agricultura – e, em particular, da horticultura –, essas doenças prosperam em meio à globalização da economia. No entanto, a coordenação internacional e a regulação dessas práticas ainda estão em estágio embrionário
A conquista das mulheres sobre o poder monetário
A história econômica também é escrita pelos vencedores. As elites financeiras que celebram, desde o início do século, a nomeação de mulheres para a frente dos bancos centrais norte-americano, europeu e russo ignoram que essa situação não era excepcional na Bulgária e na Alemanha Oriental logo após a Segunda Guerra Mundial. Mas será que a feminilização das instituições monetárias muda alguma coisa?
Cultura de boate
Emblema da sociedade de consumo ou do underground, vetor de emancipação ou epicentro da discriminação: a boate noturna encarna todos os paradoxos. Entre a clandestinidade e a industrialização, ela pôde funcionar como um laboratório para uma arquitetura em busca de liberdade e, assim, contribuir para a evolução dos costumes
Miscelânea
Confira as resenhas dos livros ‘Tecnopolítica criminal’, de Augusto Jobim do Amaral e Felipe da Veiga Dias, ‘Desilusão de ótica’, de Úrsula Antunes e ‘Poesia mundi’, de Marco Lucchesi