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A caçada metódica aos dados do internauta revoluciona a publicidade
Enquanto a espionagem de dados pelo governo norte-americano provoca protestos, as empresas aperfeiçoam as técnicas que lhes permitem seguir os internautas. Elas são ajudadas pela multiplicação de informações pessoais na rede. Assim, escapar das mensagens publicitárias torna-se uma corrida com obstáculosMarie Bénilde
A representação política no Brasil e o despotismo indireto
Em termos muito singelos, o despotismo indireto é a representação política tornada incapaz de se exercer no interesse dos representados, mas voltada exclusivamente ao dos próprios representantesCicero Araujo
Um governo de juízes?
Enquanto o general e ex-presidente Pervez Musharraf era acusado de traição por impor um estado de exceção em 2007, a Suprema Corte do Paquistão consolidava seus poderes em todas as direções. Porém, após estabelecer o estado de direito, ela se arroga cada vez mais prerrogativas e preocupa os democratasChristophe Jaffrelot
Clientelismo político
A emenda parlamentar não é apenas absurda como forma de estabelecer o gasto público. Sem eficiência e planejamento, em torno de R$ 6 bilhões do Orçamento Geral da União são picotados, pulverizados, sem nenhuma avaliação de prioridades regionais e setoriais nem consideração à opinião da populaçãoRaul Pont
Terrorismo somali, instabilidade queniana
Implodida há mais de duas décadas, a Somália é um Estado falido. Ao norte, dois estados vivem autonomamente, enquanto no resto do país o poder central não consegue se impor. Ao mesmo tempo, a jihadista Al-Shabab perdeu o rumo, mas se espalhou, sobretudo no Quênia, onde os dirigentes se destacam por seu despreparoGérard Prunier
Excelente notícia no Irã
Depois de trinta anos de enfrentamentos diretos ou via países terceiros, o Irã e os Estados Unidos estão prestes a normalizar suas relaçõesSerge Halimi
Fracasso da União Europeia na Palestina
A França mantém sua cooperação com Israel como se a ocupação não existisse mais. Já a União Europeia, mesmo que enfim decida adotar medidas de retaliação contra a colonização, o fará com tal timidez que esta a tornará incapaz de impor uma paz duradoura à região
Conflitos entre poderes e visões de democracia no Brasil
Ocupantes do Planalto e do Parlamento têm habitualmente respondido aos limites do atual arranjo institucional com pragmatismo político que, não raro, se deteriora em barganhas inaceitáveisJosé Garcez Ghirard
A Rússia voltou
Enquanto as revelações de espionagem sistemática dos aliados embaraçam Washington, Moscou enfileira sucessos na cena internacional (Snowden e Síria). Herdeira de uma diplomacia temida, mas enfraquecida após o fim da URSS, a Rússia acredita ter finalmente retomado o posto de grande potênciaJacques Lévesque
Ação parlamentar ou para lamentar?
As bancadas que contam no Congresso Nacional são as do agronegócio, das empreiteiras, da mineração, dos bancos, da bola, da bala… Elas se aglutinam como partidos de fato, hegemonizam comissões em que haja matérias de seu interesse e não obedecem ao comando dos partidos formaisChico Alencar
Riscos públicos, retornos privados
A determinação de patamares de retorno elevados para os investimentos em infraestrutura afeta a formação de expectativas para a taxa de juros da economia, impedindo que ela se reduza a médio e longo prazo. Esse estilo dos bancos é bastante conhecido da sociedade, que paga a conta do nosso capitalismo sem riscosRegina Camargo
A democracia racionada
Podemos definir democracia racionada como uma forma semilegal em que a violência contra os pobres e os opositores se combina com ações autoritárias dentro da legalidade, e os escassos direitos são distribuídos a conta-gotas para os setores mais moderados da oposiçãoLincoln Secco
Nas Filipinas, culpados muito convenientes
Varridas por um dos ciclones mais violentos de sua história, as Filipinas sofrem para curar suas feridas. Ainda que o país seja considerado um dos que têm melhor desempenho em matéria de redução dos riscos de catástrofes, os dirigentes apresentam certa tendência de encontrar bodes expiatóriosJean-Christophe Gaillard e Jake Rom D. Cadag
A longa primavera búlgara
Há quase um ano, protestos se sucedem na Bulgária. Em maio, o Partido Socialista assumiu o comando do governo, sem aplacar a cólera de uma população cansada da inércia e da corrupção políticas. No país mais pobre da União Europeia, os manifestantes pedem trabalho, melhores salários… E respeito ao Estado de direitoLaurent Geslin
“A Europa comete os mesmos erros que nós”
Por ocasião de uma conferência na Sorbonne em 6 de novembro de 2013, o presidente equatoriano Rafael Correa interpelou os colegas europeus a respeito de sua gestão da crise da dívida. Esta seria caracterizada por uma só obsessão: garantir os interesses das finanças. Ele expõe a seguir uma síntese de sua reflexãoRafael Correa
Guerrilha legislativa contra o direito ao aborto nos Estados Unidos
Com o triunfo republicano nas eleições legislativas de 2010, os militantes contra o aborto retomaram o controle. Sua tática consiste em aprovar em cada estado da Federação leis mais e mais restritivas ao direito de interromper a gravidez, tornando seu exercício quase impossível. A última trincheira: a Suprema CorteJessica Gourdon
O mundo que queremos pós-2015
Aproveitando o processo de elaboração dos novos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, mas num contexto de acirrada disputa, as organizações da sociedade civil buscam tensionar o atual modelo de desenvolvimento em pauta nas Nações UnidasAlessandra Nilo|Damien Hazard
Xenofobia em nome do Estado de bem-estar social
Uma vez que as finanças públicas vão mal, é preciso resguardar o sistema de proteção social rastreando os fraudadores, mas também os estrangeiros. Esse raciocínio, martelado por diversos dirigentes políticos europeus, ganha cada vez mais legitimidadeAlexis Spire
A revolução conservadora
Horacio Cartes e o Partido Colorado não são iniciantes e aprenderam com o falido governo de Fernando Lugo que os vacilos e as omissões podem custar caro. Por isso, apesar de impulsionarem uma política liberal conservadora, ambos o fazem com uma aparência revolucionária e modernaHenrique Ferreira Bueno
A derrota do grupo Clarín
A linha editorial do Clarín ficou subordinada às necessidades do grupo, tornando-se mais errática e com um tom fortemente agressivo em relação ao governo. Nessa guerra contra o oficialismo, o periódico perdeu boa parte do capital mais importante de qualquer meio de comunicação: a credibilidadeRoberto Reyna
As “crianças mimadas” contra os falsos profetas
Enquanto a repressão ganha força no Egito, eminentes figuras do mundo intelectual, nostálgicas do nasserismo e normalmente de esquerda, declaram apoio ao Exército. Essa antiga geração é contestada por escritores e artistas que recusam o retorno do “Estado profundo” e a traição dos ideais da revoluçãoClaire Talon e Fadi Awad
Surge um novo inimigo interno
As mesmas alcunhas de “subversivos”, “baderneiros”, “vândalos”, “terroristas” já foram e seguem sendo repetidas pelos mesmos meios de comunicação para designar militantes que lutaram contra a ditadura, grevistas, sem-terra, sem-teto, vendedores ambulantes, indígenas e moradores de favelas. Hoje, o alvo são Black BlocsAndressa Caldas e Eduardo Baker|Thiago Melo