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As lições do desenvolvimento social recente no Brasil
O maior legado de Lula não é só o Bolsa Família. O principal mérito de seu governo foi montar uma estratégia macroeconômica articulada com o desenvolvimento social e ancorada no crescimento, na geração de emprego e renda, na valorização do salário mínimo, no aumento do gasto social, no incentivo às políticas universaisEduardo Fagnani
Economia solidária como alternativa
A decisão do governo de erradicar a pobreza é mobilizadora para um amplo espectro do campo democrático e popular. Nesse sentido, a economia solidária permite que se supere a condição de miséria, evitando a transformação de miseráveis em trabalhadores que passarão a vivenciar a alienação e a exploração no trabalhoMaurício Sardá
Quatro peças para armar um quebra-cabeça
Gerar trabalho e renda para os 120 milhões de brasileiros em idade de trabalhar requer complexo conhecimento para empreendimentos solidários do setor informal. Que dirá propor um programa de desenvolvimento de “Tecnologia Social”, que é como se chamam as iniciativas necessárias para completar suas cadeias produtivasRenato Dagnino
As consequências políticas da exceção russa
Vinte anos depois do fim da URSS, a Rússia enfrenta simultaneamente os problemas nascidos com a queda da potência e suas dificuldades específicas. Essa dualidade se reflete na forma como o país aborda as prévias das eleições de dezembro de 2011 (legislativa) e março de 2012 (presidencial)Nina Bachkatov
Demissões voltam a indignar
Se todas as mazelas do mundo se explicam pela primazia das finanças no capitalismo real e a financeirização é um desvio lamentável da economia de mercado, então, sim, a questão das demissões coletivas começa e termina na Bolsa. Mas se a economia pudesse se desfazer da “verruga financeira”,ela se tornaria mais virtuosa?Claude Jacquin
Por uma Constituição baseada nos bens comuns
A tradição constitucional liberal protege o proprietário privado do Estado construtor ao prever uma indenização por expropriação, enquanto nenhum dispositivo jurídico, e muito menos constitucional, protege o cidadão do Estado neoliberal quando ele transfere para a esfera privada os bens da coletividadeUgo Mattei
De Roma a Constantinopla, pensar o império para entender o mundo
Num momento em que Estados-nação se dobram diante das forças do mercado, dirigentes políticos sonham com estabilidade. Ora, as formas de governo utilizadas pelos impérios fascinam por sua resistência aos sobressaltos da história, sua plasticidade e sua capacidade de unir populações diferentes. O que podemos aprender?Jane Burbank e Frederick Cooper
O florescente mercado das “desordens psicológicas”
Surgido há 50 anos, o uso de antipsicóticos, a despeito de seus pobres resultados, tornou-se maciço na medicina psiquiátrica norte-americana. Na população geral, 1.100 pessoas (850 adultos e 250 crianças) se unem todos os dias à lista dos destinatários da ajuda financeira federal por motivo de problema mental severoOlivier Appaix
Terremoto geopolítico no Oriente Médio
A continuidade das manifestações no Egito, Síria, Iêmen, Bahrein e em outros países árabes confirma que os levantes que abalaram a região há um ano estão longe de terminar. Mas não se pode esquecer que, além da democratização, está em jogo o lugar da região, assolada por vários conflitos, na geopolítica mundialAlain Gresh
Quem ganhou a guerra da Líbia?
O Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio formou um governo que não é reconhecido pela população, ainda que certos chefes rebeldes tenham sido nomeados ministros. A reconstrução de um Estado de direito tem como obstáculo a militarização da sociedade e a intervenção de atores estrangeirosPatrick Haimzadeh
O que mudou para as mulheres
Há alguns anos, mulheres assumiram o comando do Estado no Chile, na Argentina, na Costa Rica e no Brasil. A emergência dessas figuras políticas de primeiro escalão sugere uma melhora – ainda que tímida – da condição das mulheres na América Latina. Mas esse processo poderá evoluir?Lamia Oualalou

Em defesa do Conselho Municipal de Habitação de São Paulo
Para os atores que reivindicam uma política habitacional que reconheça o direito à cidade, o atual contexto político em São Paulo é desfavorável. O gov. Kassab, em continuidade ao de Serra, entende que a solução habitacional p/ famílias que ganham até 3 salários mínimos não está no centro, mas na urbanização de favelasNEPAC – Unicamp
Berlusconi, continuação ou fim?
Os recordes de popularidade atribuídos pelos institutos de pesquisa ao novo governo italiano, dirigido pelo ex-comissário europeu Mario Monti, indicam grandes probabilidades de adoção de um severo plano de austeridade. Silvio Berlusconi teve de ceder, mas deixou uma marca profunda na sociedade italianaIgnacio Ramonet
Da educação mercadoria à certificação vazia
Enquanto não houver uma mudança radical, o próprio sentido de educação estará comprometido, posto que seu fim mais elementar não é atingido: em vez de promover a emancipação humana, produz lucro para o capital que só enxerga as camadas sociais C, D e E quando estas se apresentam como potencial mercado consumidorAndrea Harada Souza
Gregos com a faca no pescoço
Nem os aposentados nem os assalariados (do setor público ou privado) sabem quanto ganharão no fim do mês. Trabalhar sem receber tornou-se comum. Até 2015, 120 mil assalariados com mais de 53 anos devem deixar o emprego. E, se de um lado, os salários diminuem, do outro, novos impostos são criados constantementeNoëlle Burgi
É no canavial que a gente vê a cara do diabo
Documentário À sombra de um delírio verde denuncia a presença de transnacionais no massacre dos índigenas kaiowá no Mato Grosso do SulRenato Santana
Euro, a hesitação antes do fim?
O que acontece quando o último refúgio é abalado pela tempestade? No dia 23.11, investidores fugiram do leilão da dívida alemã, sinal de uma desconfiança inédita. Presos em sua própria armadilha, os mercados, que exigiam rigor, agora temem a depressão. Em resposta, multiplicam-se “cúpulas”, cada vez mais, inúteisFrédéric Lordon