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Vidas matáveis, morte em vida e morte de fato
Drogas, tortura, encarceramento feminino, entre outros, serão temas da série “Prisões, a barbárie contemporânea”, que começa a ser publicada nesta edição. Confira análise do sistema prisional como mecanismo que transforma os detentos em vidas matáveis, gerando morte em vida por maus-tratos extremos ou morte de fato
Da ciência à política
A 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 21), que será realizada em Paris de 30 de novembro a 11 de dezembro, não tem o direito de fracassar. O tempo urge, e o conjunto dos países industrializados precisa se comprometer a reduzir drasticamente suas emissões de gases do efeito estufa.Philippe Descamps
O teatro das negociações Internacionais
A lentidão das negociações sobre o clima contrasta com a rápida aceleração da história humana. Enquanto isso, as instâncias internacionais mostram-se incapazes de criar ferramentas e modos de pensar à altura dos desafios colocadosAgnès Sinaï
Todos somos responsáveis?
A exploração dos recursos fósseis provocou o nascimento de uma nova era geológica na Terra – uma proeza levada a cabo pelas nações industrializadas e por suas elites, as quais basearam sua supremacia em trocas ecológicas desiguaisChristophe Bonneuil
No início, eram só bolhas na Antártida
Ao revirar arquivos climáticos preservados nas calotas polares, um grupo de especialistas em gelo demonstrou o papel desempenhado pelo CO2 no aquecimento climático. Um deles conta aqui como essa descoberta científica se tornou um desafio político mundialDominique Raynaud
Crescimento ou clima: é preciso escolher
Os negociadores da COP de Paris vão varrer para debaixo do tapete a incompatibilidade entre a limitação do aquecimento do planeta e a busca infinita por crescimento econômico. Quando este for retomado pelos países desenvolvidos, os objetivos climáticos se tornarão inatingíveis. Outros caminhos rumo ao progresso humanoJean Gadrey

O ajuste fiscal e a pesca artesanal
O conjunto de transformações na regulamentação da atividade pesqueira e dos benefícios e direitos sociais está ligado a uma concepção exclusivamente setorial da pesca, ignorando os aspectos sociais, culturais, econômicos e históricosNatália Tavares de Azevedo
Brasil, refém dos “300 picaretas”
Enfraquecida pelas denúncias de corrupção na Petrobras, Dilma Rousseff procura acalmar a oposição levando seu governo para a direita. Esforço inútil: só conseguiu despertar ainda mais o apetite dos liberais. Distante da base, a presidenta depende de deputados menos preocupados com a política que com seu enriquecimentoLamia Oualalou
O BNDES acorrentado
“Mais mercado ou o caos”, eis a chantagem permanente que demonstra o grau de ofensividade da nova reestruturação do capital em curso. Bancos privados, fundos de investimento orientados pelos fluxos internacionais e consultorias coligadas seguem defendendo a atrofia programa e não reversível do BNDESLuis Fernando Novoa Garzon
Tenebrosas transações
Eduardo Cunha, apesar de sua tenacidade e apego ao poder, será figura fugaz na vida republicana. Luziu enquanto durou: uma luz que nada iluminou, apenas confundiu. Sobrevive dos efeitos reflexos do poder que constituiu, pois os prazos do sistema político paquidérmico, avesso à participação popularChico Alencar
Espaço e tempo entre cem capas
Este relato serve para fechar o traçado de um círculo iniciado na edição número 1 do Le Monde Diplomatique Brasil, aquela cuja capa trazia uma bandeira americana aprisionando uma multidão em protesto. Hoje, como na capa da edição 100, queremos lembrar que o Brasil também vive dias bastante nebulososRenato Alarcão
O Congresso e sua pauta conservadora
A pauta imposta à Câmara, que também depende de apreciação do Senado, é uma ameaça às conquistas políticas, econômicas e sociais, além de estar sendo utilizada como elemento de pressão sobre o governo, a quem o presidente da Câmara atribui responsabilidade por sua inclusão na investigação da Operação Lava JatoAntônio Augusto de Queiroz
Dois graus a mais: já não é demais?
Desde a Conferência de Copenhague, em 2009, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima tenta limitar o aquecimento do planeta a 2 °C. Esse objetivo orientará as negociações de Paris em torno da redução das emissões de gases do efeito estufa. Mas a modificação do clima já pode ter tido consequências eEric Klinenberg
Cunha dificilmente perderá o mandato, mas deve deixar comando da Câmara
Para discutir o futuro do deputado federal Eduardo Cunha, o Le Monde Diplomatique Brasil entrevistou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo, Marcos da Costa. Ele fala sobre corrupção, reforma política e justiça, e constata: “O que se vê hoje é um quadro muito triste da política brasileiraLuís Brasilino
Chineses, entre a colheita e a internet
Em trinta anos, a China conseguiu erradicar a fome, apesar de sua pequena parcela de terra arável (9% do território). No entanto, os camponeses enfrentam condições de vida difíceis. Muitos precisam encontrar atividades complementares ou migrar para a cidade. O fenômeno deve acelerar as próximas reformasMartine Bulard
O tríplice desgaste da França
A escolha de Paris não decorre, para começar, de um erro de análise estratégica. Trata-se, muito mais, de atiçar a paranoia de monarcas temerosos de se verem oprimidos pelo Irã e seus aliados, no intuito de lhes fornecer armas suplementares.Serge Halimi
O Oriente Médio em ebulição
Duplo golpe do presidente russo, que acaba de fazer sua entrada no campo de batalha sírio. Putin deixou escapar que recebeu no Kremlin o presidente Bashar Al-Assad; na sequência, ele organizou uma reunião quadripartite (Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita e Turquia) para interromper os conflitos militaresOlivier Zajec
A arriscada aposta russa na Síria
Penetrando no teatro de operações sírio, o Exército russo pretende mostrar que tem capacidade para honrar suas alianças regionais e defender seus interesses estratégicos. Reafirmando uma cooperação antiga com o regime Al-Assad, Putin espera influir mais na reconfiguração do Oriente Médio.Alexei Malachenko
David Harvey: As capitais do capitalismo
Em entrevista, o geógrafo David Harvey, professor emérito de Antropologia e Geografia da City University of New York (CUNY), analisa a urbanização do mundo e defende que é preciso combater o capitalismo por meio da radicalização nas cidadesDaniel Santini

Resistir à uberização do mundo
Ao transformar donos de veículos em choferes eventuais sem nenhuma proteção, o Uber não desperta apenas a fúria de taxistas: seu nome simboliza cada vez mais a ligação entre novas tecnologias e precarização. O sucesso de gigantes do Vale do Silício acompanha uma onda de desregulamentações