
R$ 24,00

O destino da garota desconhecida
Ken Loach abre o percurso. Sempre engajado, o cineasta se incumbiu do destino crepuscular dos trabalhadores britânicos. Daniel Blake é o exemplar dessa classe que viveu seus tempos heroicos. Envelhecido e adoentado, a grande façanha do hábil carpinteiro se resume a enfrentar os meandros das agências oficiais para obter o auxílio-doença.

Na Guiana Francesa, a corrida do ouro… e da Bíblia
Em 25 anos, a Guiana Francesa viu sua população dobrar. Ela se sente negligenciada pela metrópole, da qual depende para tudo, ou quase, e permanece economicamente isolada de seus vizinhos. Mas a porosidade de sua fronteira a torna permeável tanto ao tráfico de ouro como ao proselitismo evangélico. Na linha de frente, os indígenas apostam seu futuro como povo

O governo Temer na economia: conjuntura, estrutura e “fracasso”
Diante dos resultados negativos em todas essas frentes e das perspectivas no mínimo modestas para 2017 e 2018, seria correto afirmar que o governo Temer é um fracasso na economia? A hipótese deste artigo é a de que não, e um sinal claro é a enorme condescendência com que sua performance é noticiada e comentada até aqui

A racionalidade de Pyongyang
As ameaças e o embargo norte-americanos respondem às provocações e aos testes militares norte-coreanos. Depois de ter enviado um porta-aviões ao Mar do Japão, Trump exige um comprometimento mais firme da China. Mesmo que Pequim endureça as sanções contra Pyongyang, é pouco provável que os líderes coreanos renunciem ao programa nuclear, que se tornou seu seguro de vida

Uma estrela chamada Clarice Lispector
Apelidada na França de “princesa da língua portuguesa”, Clarice Lispector escrevia como se pudesse salvar a vida de uma pessoa e aproximá-la da beleza silenciosa do mundo. Grande figura da literatura brasileira, por muito tempo permaneceu desconhecida na França. A recente publicação de suas cartas deve contribuir para sua difusão

Refugiados, um bom negócio
Os desastres humanitários não são catastróficos para todos. Escritórios de auditoria, vendedores de cartões de débito ou grandes fabricantes de móveis: assim que um campo é aberto, empresas correm em direção a uma “indústria da ajuda”, cujo volume anual ultrapassa 25 bilhões de euros

Crime e reformas nas Filipinas
O ano de 2016 foi marcado pela eleição, nas Filipinas, do presidente Rodrigo Duterte. Seu programa de combate às drogas e à criminalidade chamou atenção da mídia internacional por causa dos milhares de mortes provocadas. Contudo, paradoxalmente, o novo homem forte de Manila pretende pôr em prática numerosas reformas sociais, econômicas e políticas
O Estado profundo
Cinquenta e nove mísseis disparados contra uma base aérea no Oriente Médio praticamente transformaram um presidente afogado na impopularidade, no amadorismo e no nepotismo em um homem determinado, sensível, incapaz de conter sua humanidade diante de fotos de “lindos bebês cruelmente assassinados em um ataque muito bárbaro”. O coro de louvores é ainda mais perturbador no atual clima internacional, cheio de tensões, quando se sabe que Trump adora ser adulado.
A fábrica de indesejados
O planeta tem atualmente 65 milhões de refugiados. Grande parte deles é obrigada a viver em campos, uma espécie de prisão a céu aberto em que os residentes são privados dos direitos fundamentais. Por seu número e perenidade, os acampamentos se tornaram um mercado em disputa entre ONGs e transnacionais
O candidato da mídia
O sucesso de um candidato desconhecido pelo público há três anos não se explica somente pela decomposição do sistema político francês. Inventor de uma nova maneira de promover velhas ideias socioliberais que valeram a Hollande recordes de impopularidade, Emmanuel Macron encontrou na mídia um sólido ponto de apoio. Sua história parece um sonho de editorialista
Dubiedade econômica da Frente Nacional
A fim de resumir os termos de seu duelo com Emmanuel Macron, Marine Le Pen celebrou a França “que protege nossos empregos, nosso poder de compra”. Em matéria econômica, a Frente Nacional situa-se de bom grado em um terreno já ocupado pela esquerda. Mas o liberalismo não lhe coloca nenhum embaraço, desde que se mantenha nacional
Na cozinha do mercado eleitoral
Contrariamente ao que sugere o teatro democrático reencenado a cada eleição, cada vez menos são os eleitores que escolhem seus representantes e cada vez mais são os partidos políticos que selecionam seu eleitorado
A culpa é do juiz!
Tensões inéditas entre juízes e dirigentes políticos marcaram a campanha presidencial francesa. Para além dos acontecimentos particulares da competição eleitoral, magistrados e eleitos interpretam uma peça antiga, mas atualizada pela ascensão da potência, via construção europeia, de uma noção ambígua: o estado de direito
Crise sistêmica
Se hoje a política é controlada pelas grandes empresas, como fazer para que a democracia controle a economia? Como limitar o poder do dinheiro na formulação das políticas? Como fortalecer os setores empobrecidos para a disputa pelos recursos públicos? Precisamos de um novo modelo de democracia, mais inclusivo, mais participativo, mais justo.
Onde foi parar o nosso dinheiro?
Não há nenhuma razão técnica para esta catástrofe em câmara lenta. Produzimos o suficiente para todos, cerca de R$ 11 mil de bens e serviços por mês por família de quatro pessoas, número que vale tanto para o mundo como para o Brasil: estamos exatamente na média mundial
Terceirização e suas consequências no Brasil
Com a generalização da terceirização, o aniquilamento do mercado interno de trabalho poderá ser uma realidade, com o desaparecimento das ocupações de classe média assalariada, salvo na condição de PJ. As consequências são consolidação da situação de economia de baixo salário, elevada instabilidade nas relações de trabalho e ampla polarização social
Trump encarna o senhor da guerra
Como já repetido diversas vezes, espera-se de Donald Trump uma política externa imprevisível; e o bombardeio de uma base do regime sírio, de fato, surpreendeu bastante as chancelarias. O ataque, contudo, responde a certa lógica: a de um presidente que, desde janeiro, parece convertido ao uso da força
O calcanhar de aquiles do sistema nuclear francês
Nos próximos cinco anos, 53 dos 58 reatores que formam o parque atômico francês ultrapassarão quarenta anos de funcionamento. Será necessário prorrogar esse tipo de geração de energia para além da duração prevista na concepção do sistema e substituir as centrais pela nova geração, chamada EPR, ou abandonar progressivamente a energia nuclear?