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“Estão destruindo o Brasil”, diz Sebastião Salgado
Fotógrafo brasileiro, um dos maiores do mundo, questiona governo de Jair Bolsonaro e afirma que é preciso respeitar a Amazônia e as terras indígenas

Formas de engajamento
Da Rússia revolucionária à Paris dos anos 1930-1960, a trajetória de Nadia Léger ilustra as grandes questões estéticas colocadas na primeira metade do século XX aos artistas engajados: abstração ou figuração? Quais meios utilizar para inscrever a arte em todas as manifestações da vida? Ela deve ser posta a serviço de uma causa? Como?

Reincidências
Tanto no entreguerras como hoje, um liberalismo autoritário em luta contra as conquistas do movimento operário se acostuma sem reclamar com as explosões xenófobas e antissemitas

The Economist: o livre-comércio a tiros de canhão
Semanário mais influente do mundo, The Economist se autoproclama liberal. Contudo, mesmo defensora do laissez-faire, a revista nunca rejeitou uma guerra. Bem antes de se tornar advogada editorial de todas as operações militares ocidentais (Indochina, Kosovo, Iraque, Líbia etc.), ela aprovou as conquistas coloniais mais sangrentas do Império Britânico

A batalha pelos dados eletrônicos
Cada usuário da internet é um importador-exportador de dados que, em geral, ele ignora. Segundo quais regras essas preciosas informações circulam através das fronteiras? As potências ocidentais, que consideram os dados pessoais como uma mercadoria comum, adorariam regulamentar a questão com toda a discrição no seio da OMC

Na Rússia, o flagelo da violência doméstica
Em um país onde é comum morrer pelas mãos do próprio marido, a sociedade deve reprimir mais fortemente a violência conjugal? Alguns russos recusam esse caminho, colocando em primeiro plano a proteção da família e das crianças, com a reconciliação do casal. Muitas mulheres, contudo, respondem que são elas que a lei deveria proteger
Alemanha Oriental, a história de uma anexação
Mito fundador da União Europeia, o ano de 1989 é, no entanto, um símbolo equivocado. Nesse sentido, na Alemanha Oriental, o acesso às liberdades políticas e ao consumo de massa cobrou um preço alto: o colapso social e uma derrocada econômica frequentemente ignorados no Ocidente
Um ano com os coletes amarelos
Surgido em novembro de 2018, o movimento dos coletes amarelos mantém suas mobilizações, seguidas de forma irregular. Outras causas foram rapidamente somadas à defesa do poder de compra: meio ambiente, luta contra a violência policial, referendo de iniciativa popular. Enquanto isso, o poder teme que sua reforma da previdência reacenda as brasas da contestação
Ancara e Moscou, um jogo perdido na Síria
A operação Fonte de Paz permitiu ao Exército turco assumir o controle de uma parte do nordeste sírio. A Turquia encerra assim a experiência de confederalismo democrático do Rojava. O acordo concluído com a Rússia consagra a influência de Ancara sobre a região fronteiriça e permite que o regime sírio recupere territórios até então sob controle de forças curdas
À espera do trem do desenvolvimento
A vida das comunidades cortadas pelo Corredor de Nacala, dois anos após sua inauguração
E, agora, o Ucraniagate!
Hillary Clinton recentemente acusou Tulsi Gabbard, parlamentar democrata candidata nas prévias para as eleições presidenciais de 2020, de ser uma agente russa… É nesse clima que o Congresso iniciou um processo de impeachment contra o presidente Donald Trump. Uma conversa dele com seu homólogo ucraniano serve de prova de acusação
“Equador: um país destruído em dois anos”
Antes do Chile, o Equador viveu no mês de outubro uma explosão social provocada pelo aumento súbito dos combustíveis. Parte da população sente-se traída pela virada neoliberal do presidente Lenín Moreno, que havia prometido seguir a Revolução Cidadã de seu predecessor, Rafael Correa, autor do artigo a seguir, em que apresenta sua análise da crise
Ecologistas atraídos para a ação direta
Desde setembro de 2018, os ativistas ambientais não param de chamar atenção. Eles endureceram tanto em termos de modos de ação como de projeto político. Já não creem mais que a preservação do ecossistema seja compatível com o modelo capitalista de crescimento. Seria essa nebulosa capaz de se aproximar de outras lutas e chegar a um acordo sobre estratégias para derrubar a ordem estabelecida?
O problema vira solução na era do capital financeiro?
O aumento de preços dos planos se descolou progressivamente do IPCA entre 2000 e 2018: a taxa de inflação dos planos e do IPCA foram, respectivamente, de 382% e 208%. Essa evidência é tão marcante que fica claro que a ANS não foi capaz de regular a inflação dos planos nesses dezoito anos
Instabilidade global, universalidade radical
A instabilidade será marca fundante do que se pretende construir: um sistema de saúde incapaz de responder aos desafios sociossanitários do presente e do futuro. Assuntos como envelhecimento, transição epidemiológica, doenças emergentes e reemergentes e degradação das condições de vida saem da órbita da saúde pública para a órbita econômica
Planos de saúde privados são predadores do SUS
Em 2018, as empresas de planos de saúde foram responsáveis por um volume de recursos quase duas vezes superior ao do Ministério da Saúde. Para seguir crescendo, os grupos econômicos envolvidos direta ou indiretamente com assistência à saúde querem avançar fronteiras e incluir segmentos populacionais atendidos atualmente pelo SUS
Da resistência à rebelião
Inicialmente pacíficas, as manifestações de desobediência civil expressas em grandes manifestações de rua sofreram a violência das forças de repressão e não só ganharam maior adesão da população, como também radicalizaram suas demandas. A questão deixou de ser o aumento das tarifas e passou a ser o questionamento das políticas que geram as desigualdades e, nessa medida, o questionamento do próprio capitalismo em sua forma neoliberal e financeirizada atual.
A Otan, até quando?
Hoje, a União Europeia possui uma maioria de Estados que participaram das aventuras imperiais dos Estados Unidos; repercute a interferência de Washington na América Latina; finge se opor aos caprichos do governo Trump, mas volta para a fila assim que este ameaça puni-la.