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Terrorista um dia, sempre terrorista?
A Convenção Europeia dos Direitos Humanos proibiu a manutenção de um condenado na prisão “sem nenhuma esperança de sair”. Essa parece, contudo, ser a sorte do militante comunista libanês Georges Ibrahim Abdallah, preso na França há mais de um terço de século. O prolongamento de sua detenção deve-se muito ao clima criado por atentados que lhe são estranhos
A guerra das terras-raras vai acontecer?
Enquanto parecia ter o monopólio das terras-raras, recurso indispensável para a fabricação de produtos de alta tecnologia, a China importou mais do que exportou. Mas será que algo realmente mudou, considerando que seus clientes continuam tão dependentes da produção chinesa quanto antes? Ademais, Pequim segue ameaçando os Estados Unidos com a interrupção das entregas
O mundo ideal dos hobbits
Com 150 milhões de exemplares vendidos, O Senhor dos Anéis é uma obra que, após algumas décadas, em vez de sair de moda, ganha importância. Ela parece ter encontrado, até nutrido, um imaginário coletivo cada vez mais comum. Seu sistema de valores implanta uma moral política repleta de ambiguidades
“Língua servil” e sociedade da submissão
Em japonês, não é possível dirigir-se em termos idênticos a um superior e a um colega de trabalho, nem mesmo ao seu irmão mais velho e ao mais novo. A língua ajustou-se a uma sociedade vertical em que a submissão foi erigida enquanto virtude
Babel jovem e inocente
Autor entre os mais oníricos de seu tempo, Yan Lianke se apossa dos males da sociedade chinesa, correndo o risco de ser censurado em seu próprio país, mas não cede nem um pouco em seu comprometimento, humor e escrita. Aqueles que revelam a verdade – ou simplesmente a realidade – pagam por isso às vezes com a morte, como neste conto especialmente escrito para o Le Monde Diplomatique
Os usos de Johann Sebastian Bach
De 1750, ano da morte do compositor, multi-instrumentista, professor, cantor e maestro, até os dias de hoje, a herança musical de Johann Sebastian Bach, que instalou as bases da tonalidade, jamais parou de frutificar – uma vitória da “música absoluta”, frequentemente celebrada, interpretada, recuperada…
Afinal, para que servem os artistas?
Desde o século XIX, os artistas interrogam-se se poderão viver de sua prática e (o que está relacionado com essa questão) qual é seu papel na sociedade. Sobre esta última, contudo, todos se questionam. Parasita inspirado? Fornecedor de alimento para a alma? O artista possui uma especificidade que pode torná-lo útil ou utilizável?
A sede por segurança social no mundo das artes
O mundo da arte e da cultura, violentamente afetado pela gestão da crise sanitária, se vê diante dos limites de um modelo em que a remuneração está muito conectada com a dinâmica dos mercados. Romper a condição de intermitência em direção a um salário vitalício permitiria aos trabalhadores das artes libertar suas atividades do capital e dos subsídios estatais
Polêmicas sobre a restituição das obras de arte africanas
Já se passaram três anos desde que o presidente Emmanuel Macron se comprometeu a restituir os bens culturais africanos pilhados durante a colonização. Desde então, a promessa percorre uma corrida de obstáculos. Enquanto colecionadores e museus europeus se opõem como podem, os países espoliados sofrem para reunir as condições necessárias para receber e conservar as obras
A Bolívia enfrenta a agonia de suas geleiras
Testemunha por excelência da evolução do clima da Terra, a maioria das geleiras está passando por uma fase de retrocesso. Nos Andes tropicais, esse derretimento se acelera há trinta anos e coloca em risco a irrigação, a produção de eletricidade e o fornecimento de água. Grandes metrópoles como La Paz, na Bolívia, veem uma parte significativa de seus recursos ameaçada
Defesa dos indígenas contra a Covid-19
O presidente Jair Bolsonaro demonstra não apenas resistência em adotar medidas de enfretamento à pandemia, como também ineficiência e irresponsabilidade. Em uma cumplicidade perversa, o coronavírus se apresenta como um aliado poderoso para livrar seu governo da presença de povos indígenas, que, em sua desrazão, representam um obstáculo ao seu projeto
Os populistas norte-americanos contra o lobby dos médicos
A negligência de Donald Trump e Jair Bolsonaro diante da crise sanitária reforçou a ideia de que os “populistas” seriam hostis à ciência, particularmente a médica. A história dos Estados Unidos e a do Canadá lembram o contrário: os populistas lutaram para democratizar o saber e a saúde, enquanto as corporações de médicos trabalham para reservá-los aos ricos
As cidades secretas da pesquisa nuclear soviética
Da bomba H à conquista espacial, a maioria dos grandes programas tecnológicos soviéticos surgiu entre os muros de cidades secretas. Cientistas, engenheiros e operários viviam isolados, em um universo relativamente preservado. Mas, desde o fim da URSS, essas cidades sofrem para encontrar um novo fôlego. É o caso de Sarov, um centro de pesquisa nuclear
Como controlar a pandemia no Brasil
As principais autoridades políticas e sanitárias, às quais caberia a obrigação de formular políticas de controle, carrear recursos, viabilizar meios, gerenciar processos e coordenar ações, incorreram em sérios equívocos e omissões, numa sucessão de erros que resulta em sofrimentos, sequelas e mortes totalmente desnecessárias
A roleta-russa da abertura das escolas
A escola pública atende os segmentos populares, os filhos dos trabalhadores que, com a flexibilização da quarentena, precisam voltar ao trabalho. A “normalidade” econômica não pode ser produzida sem os trabalhadores e sem a escola que recebe seus filhos. Por isso, a abertura não está separada da flexibilização da quarentena. Ela é um de seus principais sustentáculos
Bolsonaro, a pandemia e a explosão das demandas sociais
O que estava ruim piorou: o encontro de um governo inapto e irresponsável com um vírus altamente contagioso e devastador resultou numa explosão de demandas sociais que não têm no aparato público estrutura e financiamento adequados para atender a elas
O colapso de um modelo de gestão
Passados 25 anos, agora na contramão dos neoliberais de todo o mundo, o atual governo brasileiro continua com os mesmos propósitos de destruir o Estado e os mecanismos de regulação pública. Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, a intenção é privatizar todas as estatais.
Quem quer prolongar a guerra no Afeganistão?
Os soldados norte-americanos de 18 anos que partem hoje para a guerra no Afeganistão ainda não eram nascidos quando o confronto foi desencadeado. Em 2012, Donald Trump já havia concluído: “Está na hora de deixar o Afeganistão”. Não ficou provado que ele atingiu seus objetivos melhor que seu antecessor, Barack Obama.