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Ataques contra a História
Quando se trata de condenar a Rússia, a história é apenas mais uma arma
O jogo pesado dos ruralistas
As eleições não pacificaram o país. E os ruralistas entendem que aqueles que se opõem a seus interesses têm de ser destruídos
Política externa em busca de um norte. E de um sul também
O contraste entre a política externa de Lula III com a diplomacia de Bolsonaro é brutal. A gestão alucinante de Ernesto Araújo e o reacionarismo manso de Carlos Alberto França saíram de cena, e o bordão “O Brasil voltou” é plenamente justificável. No entanto, ambiguidades na condução dos negócios externos colocam em dúvida a existência de um projeto definido na área
Em busca da retomada do protagonismo internacional brasileiro
Retomar o protagonismo do Brasil nas relações internacionais não será uma tarefa fácil, mas o empenho do atual governo tem sido intenso nesse sentido. Como é possível notar nestes primeiros meses de governo, a diplomacia presidencial é um ativo precioso da atual política exterior e vem sendo usada por Lula para reposicionar o país no cenário internacional
Da política externa da destruição ao retorno da integração
Com o retorno de Lula à Presidência, a geopolítica latino-americana deve se modificar em virtude da retomada brasileira da prioridade em termos de integração regional
“Sem corpo, não há crime”
O presidente de El Salvador gaba-se de ter conseguido vitórias onde seus antecessores só colheram derrotas, reduzindo drasticamente uma criminalidade até então endêmica. Os resultados da mobilização do Exército nas operações de segurança pública, porém, não se mostram tão sólidos assim
Em El Salvador, bitcoins, gangues e um presidente barulhento
Eleito em junho de 2019, o presidente salvadorenho, Nayib Bukele, pretende reduzir a criminalidade em seu país realizando prisões em massa, à custa das liberdades individuais e dos direitos humanos. Ativo nas redes sociais, ele também adota a imagem de fã de tecnologia e promotor de criptomoedas. Porém, nada disso esconde a fragilidade de seu programa político
Na Rússia, apoio à guerra é uma miragem
Drone sobrevoando o Kremlin, evacuação de civis na região de Belgorod, ataque ao escritor nacionalista russo Zakhar Prilepine: em maio, a Ucrânia intensificou as operações em solo russo. Simbólicas, essas ações poderiam minar o crédito do governo Putin? Embora o efeito de união nacional provocado pela guerra permaneça, a crítica às elites também ganha terreno
A seita Moon no Japão
Fortalecida por suas relações históricas com a família de Abe Shinzo, a seita sul-coreana Moon teceu uma sólida rede dentro da mais poderosa formação política do Japão. Isso resultou ironicamente no assassinato do ex-primeiro-ministro, um choque para toda a sociedade. Porém, até o momento, as medidas tomadas para limitar a atuação da seita continuam frágeis
O lobo, protegido ou nocivo?
Desde 1992, os lobos recolonizam, de forma conflituosa, a França. Erradicados nos anos 1930, hoje eles se beneficiam do êxodo rural, do reflorestamento e da abundância de presas selvagens. Esse predador primordial sempre foi alvo de medos sem fundamentos que deveriam ser combatidos por um programa nacional de ação
A água não é apenas um bem comum
O Ministério da Transição Ecológica da França lançou, em 23 de maio, uma consulta sobre a adaptação do país a um aumento de 4 °C em sua temperatura média. Essa antecipação dos efeitos do desregulamento climático diz respeito especialmente ao problema da água, que está se tornando objeto de cada vez mais conflitos. Alguns atores, como agricultores ou industriais, reservam para si quantidades significativas de água doce, contornando as restrições impostas à população (ler nas págs. 22 e 24). Em todo o planeta, esse recurso disputado alimenta tensões geopolíticas (ver infográficos). Enquanto isso, a questão do papel do poder público no financiamento de infraestruturas ainda está em aberto (ler abaixo)
Megarreservatórios, as razões da revolta
A multiplicação das estiagens exacerba a competição em torno dos recursos hídricos, frequentemente desperdiçados por algumas atividades econômicas. A indústria de semicondutores se mostra muito voraz (ver na pág. 24), enquanto as grandes represas simbolizam a corrida desenfreada da agricultura intensiva
A grilagem do ouro azul nos Alpes
As crescentes necessidades da indústria geram hostilidade entre os usuários indignados com o desperdício de quantidades significativas de água pura, como acontece ao norte de Grenoble, na França, com a expansão da fábrica de chips da STMicroelectronics
O lado obscuro do futebol belga
Durante dois anos e meio, os jornalistas Patrick Remacle e Thierry Luthers investigaram o futebol belga. Dezenas de pessoas aceitaram testemunhar, frequentemente de forma anônima. Os dois jornalistas tiveram acesso a importantes documentos confidenciais, em particular os depoimentos do primeiro “arrependido da máfia” da história judicial belga, Dejan Veljkovic
Em Québec: in French, please!
Os jovens habitantes de Québec, bilíngues e muito sensíveis às imposições das plataformas de música on-line, não hesitam mais em utilizar a língua de Shakespeare. Contudo, isso inquieta as autoridades, sempre preocupadas com a preeminência do francês na Belle Province
Banir a informação em tempo real
Desde a criação da Cable News Network (CNN), em 1980, até a era dos smartphones e das redes sociais, o “tempo real” não somente se acelerou, como também se aproximou dos usuários: não há mais necessidade de se sentar diante de um aparelho de televisão, ele se aninha no bolso. Será que com isso as pessoas estão mais bem informadas?
Quando os operários suíços inspiravam o anarcossindicalismo
Há mais de um século e meio, os trabalhadores da indústria relojoeira suíça contribuíram para o impulso do anarquismo como corrente política revolucionária. Organizados, treinados em combates sociais, conscientes da realidade econômica mundial e pioneiros em matéria de cooperação operária, eles influenciaram movimentos antiautoritários por toda a Europa
Lula diante do desafio das promessas eleitorais
O retorno de Lula ao poder suscita esperanças, notadamente no cenário internacional, mas disfunções estruturais da democracia brasileira limitam as margens de manobra. Mesmo para um dirigente tão hábil e tão “rodado” quanto o ex-sindicalista
O que há dos protestos de 2013 no Brasil de 2023?
Olhar para 2013, a partir de 2023, nos permite tentar entender de que maneira o Brasil atual guarda marcas do ocorrido dez anos atrás
Miscelânea
Maquiavel, a democracia e o Brasil de Renato Janine Ribeiro (Edições Sesc) e O duplo refletido de Lorraine Ramos Assis (Folhas de Relva)