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O Saara segundo Macron
Ao decidir reconhecer a soberania do Marrocos sobre o Saara Ocidental, Emmanuel Macron não apenas desrespeitou o direito internacional, como também prejudicou o frágil equilíbrio das relações franco-argelinas
Pobre eleitor
Em uma eleição municipal, seria de esperar que os temas em debate fossem sobre a vida nas cidades. Mas não é assim
Três ângulos para compreender a disputa eleitoral de 2024
A agenda municipal e sua apropriação por eleitores, candidatos e especialistas; o significado das eleições municipais e sua influência no sistema político brasileiro; e o peso de fatores locais e extralocais na eleição municipal são dimensões que nos ajudam a entender o que está em jogo na disputa local deste ano
As eleições e o futuro das cidades brasileiras
Diante das crises econômica, política e socioecológica e das turbulências do século XXI, o que está em jogo no futuro das cidades brasileiras? Quando se trata desse futuro, que temas merecem maior atenção, sobretudo em ano de eleições municipais?
O que está em jogo nas eleições municipais
Vitória da esquerda nas eleições de 2022 se reproduzirá em nível local e abrirá um período de novas gestões progressistas? Ou a direita que cresceu exponencialmente em nível local conseguirá manter esse desempenho com os problemas políticos enfrentados pelo bolsonarismo?
As eleições de 2024 e a democracia brasileira
a polarização entre democracia e autoritarismo que vem marcando a política brasileira desde 2018 ditará os sentidos estratégicos das eleições municipais deste ano
Uma revolução social para enfrentar a extrema direita
Não há, porém, como derrotar a extrema direita e o fascismo sem uma revolução social que resolva a questão nacional e democrática, retome o projeto de desenvolvimento nacional e realize as urgentes e necessárias reformas tributária e bancária-financeira
Vacinação: compromisso com a vida
A retomada, com o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do compromisso com a ciência, a vida, o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e a proteção das crianças
Trump terá sua vingança?
A entrada de Kamala Harris na campanha presidencial norte-americana não garante, por si só, a derrota de seu rival republicano. As críticas contra ele perderam o impacto de outrora. Trump conta com um eleitorado que o vê como o campeão de um povo desprezado por uma elite progressista e com um partido unido que o celebra, não importa o que ele diga ou faça
No Reino Unido, a volta do extremo centro
Após catorze anos de governo conservador, os trabalhistas venceram as eleições gerais britânicas de 4 de julho. No entanto, ninguém acredita em uma ruptura. Assim como seu antecessor, o novo primeiro-ministro, Keir Starmer, professa a “moderação” após a era do Brexit. Ainda assim, os tumultos racistas do verão e as reações que eles provocaram confirmam a guinada à direita no campo político nacional
A guerra na Ucrânia desestabiliza o Ártico
O Ártico sofre com as atividades econômicas e as trocas comerciais realizadas no restante do mundo. Essa região de ambiente extremamente frágil também sente os impactos das crises internacionais, cujo epicentro está a milhares de quilômetros de distância. Esse é o caso da guerra na Ucrânia, cujos efeitos são sentidos até no Polo Norte
A guerra mais longa
A ocupação dos territórios palestinos é ilegal e constitui uma política que pode ser qualificada como um apartheid, decidiu a Corte Internacional de Justiça em um momento em que Gaza, sua população e suas infraestruturas, especialmente educacionais, estão sendo sistematicamente destruídas pela intervenção israelense. Conscientes de que são alvo da extrema direita, que faz parte da coalizão governamental, os cidadãos árabes de Israel, marginalizados, adotam uma postura discreta. Já a maioria judaica da sociedade, traumatizada pelo ataque de 7 de outubro, oscila entre o desejo de eliminar os palestinos e o temor pelo futuro do país. Nesse contexto, cada dia que passa agrava o calvário dos habitantes de Gaza e aproxima toda a região do precipício
A sociedade israelense entre a arrogância e o desespero
O ataque de 7 de outubro destruiu o mito de um Exército superpoderoso, no qual se baseava o sentimento de segurança da população. Em choque, a sociedade se entrega à sede de vingança, sem acreditar, no entanto, que a erradicação do Hamas seja um objetivo alcançável. Por sua vez, ao dobrar a aposta, o governo alimenta o medo de extinção do Estado de Israel
“Os israelenses não nos tratam como cidadãos”
Apesar da violência cega, a guerra travada por Tel Aviv contra a Faixa de Gaza não gerou grandes manifestações de solidariedade por parte da população árabe vivendo em Israel. Confrontada a uma situação de discriminação multiforme, essa população continua sendo uma categoria de cidadãos de segunda classe e tende a se isolar tanto do Estado como da vida política
Guerra contra a educação
Segundo as Nações Unidas, entre 4 de julho e 10 de agosto, o Exército israelense bombardeou pelo menos 21 escolas na Faixa de Gaza, todas abrigando numerosos civis deslocados. Além do massacre humano, a aniquilação metódica do sistema educacional obscurece ainda mais o futuro dos jovens palestinos. Alguns especialistas denunciam um “escolasticídio”
A justiça internacional condena Tel Aviv
“Ilegal”, “discriminatório”, “abusivo”… Em um parecer detalhado, emitido em 19 de julho, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) condena a ocupação e colonização israelense do território palestino. Rejeitando os argumentos de Tel Aviv e Washington, o tribunal coloca a “comunidade internacional” em uma posição desafiadora
Na África Ocidental, o novo pan-africanismo
No dia 6 de julho, Mali, Níger e Burkina Faso, que já haviam fundado a Aliança dos Estados do Sahel, anunciaram a criação de uma “confederação”. Rejeitando a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), considerada pró-ocidental, eles reivindicam o pan-africanismo e a defesa da soberania. Usadas em várias partes do continente, essas palavras são tão fortes quanto ambíguas
A sabotagem é eficaz?
No fim de julho, a companhia ferroviária francesa SNCF denunciou “um ataque maciço para paralisar a rede”. Embora a operação não tenha causado grandes danos aos Jogos Olímpicos, ela destaca o interesse de certo número de militantes pela sabotagem. Há um século, parte do movimento operário norte-americano praticou a ação direta e tirou lições dela
Pesadelos na cozinha
Dos pequenos bistrôs aos grandes restaurantes, as humilhações fazem parte do cotidiano de quem trabalha na cozinha. Enraizada em uma concepção militar de hierarquia, a violência é justificada como uma etapa de passagem obrigatória. Porém, enquanto os novos recrutas estão mais dispostos a denunciar abusos, alguns chefs começam a combater o sistema
Miscelânea
Confira as resenhas de ‘A Revolta das vísceras e outros textos’, ‘Pela memória de um paí[s]’, ‘Pesadelo tropical’ e ‘Mulheres que não eram somente vítimas’