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Condições para a unidade nacional
O fim do regime de Muamar Kadafi confirma a força das revoltas no mundo árabe, mas ainda há muito o que fazer na construção da paz. O Conselho Nacional de Transição, que promete eleições, precisará desmontar um a um os pilares do regime e aprender a trabalhar com as tribos que tiveram papel decisivo na vitóriaPatrick Haimzadeh
Após a revolução, privatizações?
Com um cinismo que lhes é próprio, as instituições financeiras internacionais pedem as democracias incipientes o equivalente ao que até recentemente exigiam das ditaduras. Será que os futuros governos eleitos vão se curvar a essas demandas de liberação econômica mais intensa? Será que as PPPs são realmente a resposta?Akram Belkaïd
Quando o réu vira a vítima
Fausto De Sanctis, desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, notabilizado durante a Operação Satiagraha, afirma que, no Brasil, a corrupção quase nunca é punida porque os direitos garantidos aos réus os transformam em vítimas.Luís Brasilino
Rentistas no comando da comunicação
Queda nas vendas: concorrência da internet: os diários franceses podem superar esse quadro? Seus acionistas estão a ponto de serem ultrapassados pelo setor financeiro; mas ambos parecem preocupados apenas em utilizar as empresas para fazer lucro, enquanto os contrapoderes que limitam sua ingerência parecem falharMarie Bénilde
A corrupção como fenômeno político
Urge analisarmos a corrupção como um fenômeno intrinsecamente político, que se refere, portanto, à maneira como o sistema político brasileiro está organizado. A lógica do sistema político brasileiro é marcada pela privatização da vida pública, não em termos moralistas, e sim quanto às estruturas que o sustentamFrancisco Fonseca
Uma luta por respeito e valorização
A situação dos professores ainda é precária em muitos estados e municípios do Brasil. Isso se evidencia pela situação na rede estadual de ensino de São Paulo, onde baixos salários e um plano de carreira que não valoriza o trabalho docente afastam muitos bons professores das escolas públicasMaria Izabel Azevedo Noronha
Controle social, tranparência e integridade. Esse é o nome do jogo
A concentração de investimentos governamentais para a realização da Copa e da Olimpíada pode acelerar a criação da infraestrutura necessária de transporte, comunicação e serviços e garantir o crescimento da economia. Por outro lado, esses mesmos investimentos trazem riscos de corrupçãoJorge Luiz Abrahão
Geração sem futuro
Revoltas no Chile, em Israel e em Londres são uma resposta da juventude ao quadro de devastação social legado por décadas de neoliberalismo. Pela primeira vez em um século, na Europa, as novas gerações têm um nível de vida inferior ao de seus paisIgnacio Ramonet
Globo muda cobertura para seduzir população carioca
A TV Globo apresentou mudanças significativas, principalmente no RJ. A emissora ganhou uma aparência “social”, dando espaço p/ parcelas pobres da população. Para especialistas, contudo, a transformação mira a desmobilização do povo diante das violações de direitos provocadas pelos megaeventos previstos p/ esta décadaMarcelo Salles
Crise, os mesmos fatores de sempre
Os que estavam no comando em 2008 continuam controlando o sistema, armados c/ o mesmo arsenal ideológico. Os gigantes das finanças, salvos porque eram “grandes demais para quebrar”, são hoje mais gigantescos ainda. E continuam frágeis. Krugman ressalta: “As lições da crise foram esquecidas a uma velocidade vertiginosa”Ibrahim Warde
E a desregulamentação continua…
Desde 2010, graças à desregulamentação, metade das transações financeiras da Europa aconteceram por vias opacas. “Percebemos que não somos mais capazes de cumprir nossa tarefa fundamental de supervisionar os mercados financeiros”, admitiu Jean-Pierre Jouyet, presidente da Autoridade dos Mercados Financeiros da FrançaPaul Lagneau-Ymonet
Vícios chineses
Os Estados Unidos levam bronca e perdem a posição de melhor aluno da classe (capitalista); a China é chamada a socorrer os caixas e impulsionar o crescimento global. Nem em seus sonhos nacionalistas mais loucos os líderes chineses poderiam imaginar uma tão espetacular mudança da históriaMartine Bulard
Tragédia e farsa, a compra de terras por estrangeiros
De acordo com dados de 2009, os estrangeiros possuem 34.371 imóveis ocupando 4,348 milhões de hectares do Brasil, ou 0,5% do território nacional. A aquisição de terras por estrangeiros no país é, portanto, quantitativamente insignificativa e o alarde em torno do tema não passa de um factoide para esconder a grilagem deAriovaldo Umbelino de Oliveira
O Banco Mundial no comando da invasão de terras
Enquanto as imagens da fome na África rodam o mundo, poucos sabem que esse problema está ligado a investimentos na compra de terras. Com isso, a Etiópia cede milhões de hectares p/ transnacionais que substituem a agricultura de subsistência pela exportação. Em nome do livre mercado, o BM encoraja esse movimentoBenoît Falaise
Ilustração para exportação: uma mostra brasileira na China
Artistas gráficos, designers e ilustradores brasileiros participam do IllustraBrazil, festival que reunirá entre os dias 20 de agosto e 25 de setembro mais de cem obras em Xangai, na ChinaFelipe Machado
A moral britânica contra a
A obstinação de David Cameron em negar o papel da pobreza nas revoltas de agosto é “francamente bizarra”, nas palavras do, muito liberal, The Economist. A agitação dos bairros desfavorecidos foi também uma oportunidade para reativar o estigma de que as classes populares são as únicas responsáveis por seu destinoOwen Jones
Estudantes fazem renascer os sonhos de Allende
O movimento estudantil se lançou contra as próprias bases do sistema neoliberal, questiona o papel do Estado e exige que a educação não seja mercadoria. Os manifestantes exigem que o governo acabe com o sistema baseado no lucro. As palavras de ordem mais comuns têm sido: “Vai cair, vai cair a educação de Pinochet!”Victor de la Fuente
Indignação (seletiva) em Tel-Aviv
Enquanto as relações com o Egito se esgarçam após a queda de Hosni Mubarak, israelenses se manifestam em massa contra as suas duras condições de vida. O movimento testemunha um despertar da sociedade, entretanto não inclui os mais desfavorecidos e ignora o destino econômico dos palestinosYael Lerer
Soldados quebram a lei do silêncio
Os fundadores da ONG israelense Rompendo o Silêncio compreenderam que seu papel não era mostrar casos extremos de crueldade e barbárie. “O soldado que maltrata um velhinho no checkpoint não nos interessa”, explica Michael Menkin. “Preferimos falar do recruta que está atrás dele, o soldado ‘normal’”Meron Rapoport