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Como matar uma cidade
Em 29 de agosto de 2005, um furacão atingia New Orleans, matando 2 mil pessoas e destruindo dezenas de milhares de casas. A catástrofe permitiu que políticos e empresários experimentassem um urbanismo de tábula rasa, objetivando substituir pobres por turistas – um método que inspira outros dirigentes ansiosos em lucrar com desastres climáticos…
A natureza da crise política
Quem provocou a crise foi a ofensiva política do campo neoliberal ortodoxo, dirigido pelo capital internacional e pela fração da burguesia brasileira a ele integrada, e não a luta popularArmando Boito Jr
Esporte, a nova arma do Kosovo
Desde que proclamou sua independência, em 2008, o Kosovo tenta provar sua viabilidade e legitimidade. Mas a região – sitiada, minada pela corrupção e mantida de pé graças à assistência estrangeira – sofre para obter o pleno reconhecimento internacional. Para conseguir isso, ela faz do esporte sua principal vitrineFlorian Gautier
No Brasil, só há esquerda fora do governo
Até quando os movimentos sociais vão poupar o governo Dilma de um questionamento direto? A expressão de massas de um polo de luta independente é a única saída que pode abafar os atos de massa de direita. Esse polo só pode lutar seguindo um programa unificador: derrotar as medidas do governoHenrique Carneiro
Um programa econômico alternativo
É possível, além de derrotar a contraofensiva conservadora, criar as condições para uma ofensiva da esquerda? Sim, se no mais curto prazo de tempo o PT mudar de estratégia e o governo alterar sua política econômicaValter Pomar
Estratégias dos movimentos e projeto de emancipação
Um projeto alternativo não cai do céu. Não basta querê-lo, mesmo que a urgência justifique a precipitação. Um projeto se inscreve no tempo histórico, que combina o longo prazo e as rupturas, entre a maturação demorada das ideias e a aceleração dos períodos revolucionáriosGustave Massiah
“Oremos por nosso xerife, oremos por sua vitória nas eleições”
A cada quatro anos, os norte-americanos são chamados a eleger seus xerifes e procuradores. Em geral, a escolha é entre candidatos com perfil repressivo. Enquanto isso, a inflação carcerária nos Estados Unidos é tamanha que o assunto entrou na campanha presidencial deste anoRaphael Kempf
A era das revoltas
Com o pano de fundo de uma persistente crise econômica na maior parte dos países ocidentais, a emergência de novas forças de contestação testemunha uma enorme impaciência política. Ela se transforma com frequência em revolta. E a esquerda governamental constitui cada vez mais um de seus alvos preferidosSerge Halimi
Democratas deslumbrados com o Vale do Silício
Desde 2008, as desigualdades sociais não pararam de crescer nos Estados Unidos. Isso porque a administração do presidente Barack Obama, apesar de vender a imagem de quem conseguiu reduzir o desemprego, está mais preocupada com o conforto dos inovadores do Vale do Silício do que com a sorte dos trabalhadores pobresThomas Frank
A Constituição sob (constante) ataque: a resposta pela luta por mais direitos
Na abertura da série, trazemos duas análises sobre os direitos da Constituição de 1988, escritas pelo professor Fábio Konder Comparato (na pág. ao lado) e por André Augusto Salvador Bezerra e Alberto Alonso Muñoz, da Associação Juízes para a Democracia (abaixo)André Augusto S. Bezerra e Alberto Alonso Muñoz
Constituição de 1988: o direito e o avesso
A Carta Magna consagrou formalmente vários avanços, sobretudo no campo dos direitos e garantias fundamentais. Ademais, instituíram-se instrumentos jurídicos de democracia direta e participativa, como um complemento necessário à representação popular. Acontece que tais avanços se revelaram, em sua maior parte, inefetFábio Konder Comparato
No Reino Unido, imigrante prisioneiros das castas
Quando migraram para o Reino Unido tentando escapar do sistema de castas, em meados do século XX, os intocáveis indianos provavelmente não imaginavam que a estrutura social opressiva de sua pátria viajaria com eles. Há quem defenda que o Reino Unido deveria criar uma legislação contra esse tipo de discriminação para, fAlexia Eychenne
Na Romênia, todos têm casa própria, menos os ciganos
Após 25 anos da queda de Nicolae Ceaucescu, a restituição das moradias nacionalizadas se prolonga na Romênia. Decidindo devolver os bens em vez de indenizar os donos, as autoridades expulsam os locatários, entre os quais se encontram principalmente os ciganosJulia Beurq
Resultado de 25 anos de ultraliberalismo
Após vencer as eleições de 2015, o partido conservador polonês Lei e Justiça (PiS) multiplica manifestações de autoritarismo. Enquanto isso, a Comissão Europeia lançou um “procedimento de salvaguarda do estado de direito”. Maltratados por 25 anos de ultraliberalismo, eleitores do PiS parecem seduzidos por promessasCédric Gouverneur
Em Israel, a hora da inquisição
Projeto de lei sancionado por Benjamin Netanyahu promete impor novas exigências de transparência às organizações sociais israelenses. O texto, que visa punir as entidades que fazem oposição ao governo, se inscreve em um clima de caça às bruxas orquestrado pelos partidos que defendem a colonizaçãoCharles Enderlin
Como a agroecologia pode alimentar o planeta de forma sustentável
Para enfrentar o aquecimento global, a União Europeia deveria refletir sobre seu modelo agrícola, que mais do que nunca acompanha a globalização liberal. Ao desenvolver a agroecologia, a França poderia, por exemplo, reduzir consideravelmente suas emissões de carbono e produzir alimentos de qualidade em quantidadeGérard Le Puill

É possível fabricar um smartphone comercialmente justo?
Os minérios utilizados na fabricação de celulares são em geral explorados em detrimento dos direitos sociais mais elementares, especialmente na África central. Sem contar a devastação ambiental. Uma empresa procurou então fabricar um “smartphone justo”. Mas ela sofre, entre outros problemas, com o mercado ilegalEmmanuel Raoul
As pílulas e a prisão: produção e gestão do sofrimento
Cerca de um terço dos 450 presos de um dos raios do CDP I de Pinheiros faz uso regular de remédios psicotrópicos distribuídos pela administração pública para combater os efeitos gerados pelo próprio encarceramento, como a dificuldade de dormir em razão da superlotação e a ansiedade provocada pela indefinição processualFábio Mallart
A estratégia da comoção
Do entretenimento ao noticiário, passando pelos discursos políticos, o recurso à comoção tornou-se uma figura impositiva da vida pública. Se as emoções, positivas ou negativas, enriquecem a existência, elas também impõem formidáveis desafios à democracia, uma vez que substituem a reflexãoAnne-Cécile Robert