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O mundo segundo Donald Trump
“A América primeiro!” Martelado por Trump, o slogan sugere que esta será sua política externa. Uma mistura de unilateralismo – desdenho pelos acordos internacionais –, brutalidade – aumento dos orçamentos militares – e mercantilismo – subordinação dos demais objetivos ao interesse comercial norte-americano. E uma boa dose de imprevisibilidade…

Negros e mídia: invisibilidades
Lançamos nesta edição a série “Racismo na mídia e na esquerda”, cujo objetivo é diagnosticar, problematizar e combater esse tipo de opressão presente nesses setores. Nas próximas edições, traremos contribuições de pesquisadores e ativistas negros sobre o tema. A seguir, confira o artigo da jornalista Ana Claudia Mielke, coordenadora do Intervozes

Crise financeira dos estados: um sintoma
Crise dos estados? Não, crise das finanças públicas e do federalismo fiscal no Brasil, em que pesem as especificidades de cada um dos entes federativos e a idiossincrasia de cada gestão. Provocada pela desaceleração econômica? Não, apenas agravada por ela

Quando Le Corbusier redesenhou Paris
Classificada como patrimônio mundial pela Unesco em 2016, a obra de Le Corbusier é celebrada como uma contribuição excepcional ao movimento moderno. Megalomaníaco, fascinado pela ordem, o arquiteto era também um urbanista doutrinário que sonhava em reduzir o tamanho dos apartamentos e pôr abaixo o centro das cidades. Paris escapou desse projeto

Prostituição, os clientes devem ser punidos?
No dia 1º de janeiro de 1999, a Suécia tornou-se o primeiro país a criminalizar a compra de serviços sexuais em nome do combate à violência contra as mulheres. Enquanto isso, outros, como a Alemanha, em 2001, escolheram legalizar as casas de prostituição. Com quinze anos de perspectiva, é possível observar os efeitos dessas diferentes abordagens

Com os dois pés na Idade Média
O horizonte é de mais mulheres mortas em decorrência de abortos clandestinos, mais mulheres encarceradas, mais mulheres em risco de vida, mais mulheres adoecidas. Trata-se de uma conjuntura catastrófica, mas não exatamente uma surpresa para as militantes feministas. Há pelo menos dez anos, os movimentos vêm denunciando os riscos do avanço do fundamentalismo na sociedade e sua expressão dentro do Estado, especialmente no Poder Legislativo.

Chuva de críticas sobre os capacetes azuis
Questionada na Síria, a ONU finalmente recebeu do Conselho de Segurança a autorização de enviar observadores para supervisionar a evacuação de Aleppo. A entidade parece mais fraca do que nunca e mesmo as operações de paz suscitam críticas, como em Ruanda (1994), na Iugoslávia (1995) e mais recentemente na República Centro-Africana. Como reformá-las?
Um espião russo na Casa Branca…
Com um gabinete formado por militares e bilionários, as razões para temer sua posse são infinitas. No entanto, o Partido Democrata e diversos veículos de mídia ocidentais parecem obcecados pela ideia absurda de que Donald Trump seria uma “marionete do Kremlin”
A “revolução das velas” em Seul
Enfrentando temperaturas abaixo de zero, mais de 1 milhão de sul-coreanos manifestaram-se toda semana durante mais de dois meses. Algo nunca visto desde a queda da ditadura, em 1987. Eles conseguiram o afastamento da presidenta Park Geun-hye, acusada de corrupção, e agora lutam por mudanças mais profundas
O duplo desafio da esquerda brasileira
No dia 31 de agosto de 2016, o Senado brasileiro votou pela destituição da presidenta Dilma Rousseff. A chegada ao poder do vice-presidente, o conservador Michel Temer, coloca a esquerda diante de uma dupla frente de luta: as extravagâncias do Partido dos Trabalhadores abalaram sua credibilidade antes mesmo de a direita partir para a ofensiva
Implicações nas relações entre Estados Unidos e América Latina
Não há certeza sobre como a administração Trump vai tratar a América Latina – ou qualquer outra região. Mas, se alguém tomar como evangelho obrigatório suas várias declarações de campanha, deve antecipar um período de aprofundamento de conflitos entre os Estados Unidos e seus vizinhos mais próximos na América Latina
“Raça” é sempre o outro
Esse jogo hegemônico de opostos ainda pode parecer evidente num contexto de memória escravagista. Nunca se falou, por exemplo, num “continente amarelo” (como se fala desde sempre num “continente negro”): a persistência classificatória do “negro” é um álibi para a coincidência histórica entre a África e o tráfico escravagistaMuniz Sodré
O que espera a América Latina
A morte de líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro, aprofundou as aflições de grande parte dos progressistas latino-americanos. Da Argentina à Venezuela, uma direita colonizada e liberal acumula vitórias. Ela deveria também alegrar-se com a chegada ao poder do novo presidente norte-americano Donald Trump?Alexander Main
Tráfico de influência na África
Quase despercebida, a IV Cúpula Afro-Árabe aconteceu em Malabo (Guiné Equatorial) nos dias 23 e 24 de novembro. O encontro traduziu o interesse crescente dos países do Golfo pela África e, no caso desta, uma diversificação inédita de seus parceiros. Os países situados ao sul do Saara redefinem sua inserção, até então submissa, na geopolítica mundialAnne-Cécile Robert
Irã e Turquia: aliados ou concorrentes?
Desde a chegada ao poder, em 2003, Erdogan adotou uma diplomacia conciliadora tanto com seu parceiro histórico alemão como com seu rival ancestral iraniano. Entretanto, desde a Primavera Árabe e da guerra na Síria, assim como dos fracassos do processo de adesão à União Europeia, tensões opõem de maneira recorrente Ancara e TeerãMohammad-Reza Djalili e Thierry Kellner
Matteo Renzi perde o paraíso
Enquanto processos por corrupção de multiplicam em torno da prefeita de Roma, do Movimento 5 Estrelas, este aparece como o grande vencedor do referendo organizado pelo primeiro-ministro Matteo Renzi. Os eleitores não somente rejeitaram a reforma constitucional: eles condenaram a política colocada em prática desde fevereiro de 2014Raffaele Laudani
Governo Temer como restauração colonialista
Não haverá superação do racismo – como uma relação de poder – sem a reforma das instituições. E essas reformas não são alcançadas – pelo menos em países de economia periférica como o Brasil – sem choro e ranger de dentes e muita luta socialFábio Nogueira