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Populações dos Alpes rejeitam os Jogos de Inverno
Enquanto os XXIII Jogos Olímpicos de Inverno se iniciam em Pyeongchang, na Coreia do Sul, as populações dos Alpes não querem mais saber desses eventos, considerados artificiais, caros e destrutivos para o meio ambiente. O Comitê Olímpico Internacional se esforça para avaliar essa rejeição, expressa democraticamente, e para revisar seu modelo

Mudanças na sexualidade, permanência do sexismo
Libertada, a palavra das mulheres permitiu a conscientização a respeito da amplitude da violência e do assédio a que são submetidas cotidianamente. Por outro lado, como explicar essa proliferação de comportamentos sexistas em um cenário em que as práticas sexuais evoluíram no sentido de uma maior igualdade entre os parceiros?

O que a conduta de Harvey Weinstein nos diz sobre a esquerda
Durante muito tempo, foi até mesmo considerado adversário inabalável do racismo, do sexismo e da censura. Deve-se a ele, por exemplo, uma grande quantidade de festas suntuosas destinadas a levantar fundos para a luta contra o HIV e a aids. Em 2004, ele havia manifestado seu apoio público a um grupo de mulheres batizado de “Mães que se opõem a Bush”

A violência urbana contra as mulheres
Relatório da ActionAid fornece subsídios para a luta das mulheres contra todas as formas de violência ao constatar que, em todo o mundo, elas ainda não desfrutam plenamente do direito à cidade, estando mais suscetíveis que os homens a sofrer agressões quando transitam nos espaços públicos

A violência obstétrica como rotina do parto
Figurando como o segundo país com maior número de cesáreas do mundo, o Brasil segue desencorajando mulheres sobre a escolha do parto. A humanização do nascimento é o respeito ao protagonismo feminino e à sua fisiologia

Integração, a grande obsessão
No incessante debate sobre a integração de árabes e africanos na França, alguns preferem se referir a uma época mítica em que italianos, portugueses, poloneses – que seriam “menos diferentes” – eram assimilados sem contratempos. Tomando a questão como essencialmente cultural, essa leitura negligencia as lições de mais de um século de história da imigração

O sacro império econômico alemão
A fratura leste/oeste da União Europeia não se resume à oposição entre governos autoritários e democracias liberais. Ela reflete uma dominação econômica das grandes potências sobre os países do antigo bloco oriental, utilizados como reserva de mão de obra barata. Desde os anos 1990, as indústrias alemãs foram para a Polônia, a República Tcheca, a Eslováquia e a Hungria
O Acordo de Paris e o Brasil
Perante o sobe e desce no entusiasmo sobre o tema mudanças climáticas, é preciso entender o que é o Acordo de Paris, como ele surge, quais são os grandes desafios e obstáculos à sua aplicação, e qual é o papel e a responsabilidade do Brasil na agenda global de clima
Bombeiros piromaníacos da ordem internacional
Ao transgredirem as resoluções da ONU sobre Jerusalém, os Estados Unidos ilustram um dos principais perigos da geopolítica atual: o enfraquecimento dos fundamentos da legalidade internacional, nascida em 1945. Com o fim da Guerra Fria, surgiu a oportunidade de reafirmar uma regra aceita por todos, mas os ocidentais privilegiaram seus próprios interesses
O Irã se reinventa como potência local
Na guerra fria que o opõe à Arábia Saudita, o Irã pode apoiar-se num arquipélago de minorias xiitas. A República Islâmica lhes ofereceu apoio decisivo, especialmente para combater os jihadistas na Síria e no Iraque. Entretanto, a origem da rivalidade entre as duas potências do Golfo parece muito mais política do que étnica ou religiosa
Juventude palestina não se vê como vencida
A decisão de Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel agravou o fracasso do “processo de paz” e provocou grandes protestos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza – uma contestação duramente reprimida pelos israelenses. Os jovens palestinos, inclusive os menores de idade, são os mais visados. Vários deles rompem com as velhas fórmulas de militância
Overdoses de opiáceos com receita médica
Eles matam mais que os acidentes de trânsito ou as armas de fogo. Após devastar os guetos negros nos anos 1990, os opiáceos dizimam os subúrbios e a baixa classe média norte-americana. Além da amplitude e do perfil das vítimas, essa epidemia de overdoses é inédita por sua origem: os consumidores tornaram-se dependentes tomando analgésicos prescritos por médicos
No Equador, a difícil construção de um serviço público de saúde
Nos últimos dez anos, o governo equatoriano vem tentando restaurar o poder do Estado, em particular para garantir a todos os cidadãos acesso aos cuidados médicos – uma empreitada bastante auspiciosa, mas por vezes um tanto quanto inábil
Governar sob bombas… midiáticas
A ruptura com seu sucessor e antigo colaborador Lenín Moreno fez Rafael Correa, presidente equatoriano entre 2007 e 2017, retomar o combate. Para além desse enfrentamento singular, ele testemunha conquistas e refluxos da esquerda latino-americana, e revela até que ponto a grande mídia se tornou uma arma a serviço dos partidos conservadores
O dramático panorama do financiamento do ensino
Contra postulados que veem a educação como um investimento como outro qualquer, aspecto reforçado na gestão Meirelles-Temer com o congelamento de gastos para os próximos vinte anos, é importante olhar os dados desse financiamento no Brasil e na América Latina e Caribe
A Unilab e o desmonte da educação
A educação é uma frente bastante visada pelo movimento neoliberal. Projetos como o Escola sem Partido e os cortes maciços no orçamento têm o intuito de mantê-la sob as rédeas da colonialidade do saber, na qual o conhecimento possa continuar sendo privilégio de alguns grupos. Nesse contexto de ataques diretos, estão em jogo os projetos Unila e Unilab
Sobre o caráter da burguesia brasileira
No projeto-programa em vigor no governo Temer, comandado por uma burguesia cosmopolita com “complexo de vira-latas”, não existe uma nação nem interesses nacionais. Assim, ele não necessita de universidades públicas que pratiquem, de forma integrada, o ensino, a pesquisa e a extensão – e ajudem a formar uma nação
E agora?
Se as eleições de 2018 ainda são um importante marco dessa disputa, é preciso olhar para um horizonte mais amplo, organizar a resistência e entender que a construção de um pensamento hegemônico se faz no dia a dia