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Por que o preço dos combustíveis se tornou um tema do dia a dia do brasileiro
Nos últimos três anos, a classe trabalhadora e, de forma mais geral, o povo brasileiro passaram a encarar no seu dia a dia uma questão que não enfrentavam havia muito tempo: o aumento do valor e da volatilidade dos reajustes do diesel, da gasolina e do gás de cozinha. Confira o encarte especial da edição 144 sobre o tema.

Miscelânia
Respondendo à pergunta “Contra quem, de que forma e onde”, o autor nos dá indícios da maneira pela qual o caso se tornou central na discussão dos limites da política de pacificação. Para tanto, mobiliza a própria forma como se expõem os variados discursos e como as narrativas sobre o caso ganham a sensibilidade da insensível ordem midiática, mantendo em seu cerne a violência institucional. A controvérsia, resgatada pelo autor, é só um dos meios pelos quais a violência radical se expressa ideologicamente.

O presente envenenado do turismo cultural
Todo ano, uns cinquenta lugares naturais ou culturais se candidatam à inclusão na lista do patrimônio mundial para se verem honrados com uma proteção em benefício de toda a humanidade. Ao conferir esse título, a Unesco orienta fortemente os fluxos turísticos – um respiro do ponto de vista financeiro, mas que pode se mostrar devastador

A arte de deturpar George Orwell
As referências ao autor de 1984 multiplicaram-se nos últimos vinte anos. Enquanto seu engajamento político o ancora à esquerda, é cada vez mais um pensamento neoconservador que reivindica sua obra. Recuperação de ambiguidades plausível ou deturpação?

As sertanejas são, antes de tudo, fortes
Em fevereiro saímos em uma viagem de carro pelo sertão da Bahia. Tínhamos a intenção de conversar com mulheres sobre suas experiências com políticas sociais. Depois de quinze dias e 2.400 km rodados havíamos conhecido paisagens inóspitas, lugares deslumbrantes e pessoas, em particular mulheres, fortes e generosas

O Irã e seus dois corpos de defesa
A escalada de tensões entre os Estados Unidos e o Irã poderia anunciar uma intervenção militar norte-americana. Incapaz de se proteger fora de seu país, o Exército regular da república islâmica volta-se inteiramente para impedir uma invasão estrangeira. Já a Guarda Revolucionária é capaz de realizar operações de envergadura em toda a região

As Louises em insurreição
Lavadeiras, encadernadoras, vivandeiras, jornalistas… as mulheres participaram de forma esplêndida dos combates da Comuna de Paris. Elas foram privadas do direito de votar, mas se fizeram entender nas associações de bairro, demandando igualdade de salário e creches. A Comuna foi exterminada; suas ideias e ideais sobrevivem
Quando a Índia se radicaliza
Logo após sua vitória nas eleições de 2014, o primeiro-ministro Narendra Modi convidou para a posse seu homólogo paquistanês, abrindo as portas para negociações de paz. Cinco anos depois, o convite não se renovou. Durante a campanha legislativa, Modi apostou no medo em relação ao inimigo tradicional, assim como no nacionalismo hindu
Na América Latina, a volta dos polvos midiáticos
Argentina, Equador, Brasil: por todo lado, o mesmo cenário. Dirigentes conservadores chegam ao poder após um longo período de governos de esquerda. Mal são eleitos, todos parecem premidos por uma urgência: anular as medidas de regulamentação da imprensa instauradas por seus predecessores a fim de controlar o poder político das mídias privadas
A geopolítica da crise venezuelana
A ofensiva de Washington contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, está apoiada no consentimento dos dirigentes conservadores da região, cada mais majoritários. Graças a eles, o intervencionismo norte-americano pôde maquiar-se com uma preocupação humanitária
Morrer antes da morte
No interior das instituições prisionais, deparei-me com alguns espaços cujas dinâmicas de funcionamento destoam dos pavilhões onde se aglomera o grosso da massa encarcerada. Espaços por vezes sepultados atrás de chapas de aço e de outros pavilhões, em que a sensação é a de que tudo é possível. Confira o sexto e último artigo do dossiê “Estado de choque”
A tolerância diante da violência da extrema direita na Alemanha
Uma célula neonazista, mortes em série, uma polícia que observa: esses são os ingredientes de um drama que assombra a Alemanha desde o fim dos anos 2000. Instruído entre 2013 e 2018 em Munique, processo revelou por suas carências a ambiguidade dos serviços de segurança e do Judiciário diante da violência da extrema direita
“Qual é sua raça?”
Você é “negro”, “branco”, “ameríndio”, “asiático”? Há dois séculos, os habitantes dos Estados Unidos devem declarar sua “raça” aos agentes do censo. Instrumento de políticas contra a discriminação, as estatísticas étnicas assim obtidas terminaram reforçando o sentimento de pertencimento identitário, sob o risco de legitimar as divisões que elas supostamente combateriam
O mito da “burguesia nacional”
Basta ao Estado incentivar o empresariado nacional para desenvolver o setor industrial? Durante os anos 1960 e 1970, diversos países latino-americanos, asiáticos e do Oriente Médio optaram por essa estratégia, enfrentando a cada nova tentativa as mesmas dificuldades
Reconciliar indústria e natureza
Associando desenvolvimento econômico com melhora das condições de vida, as forças políticas progressistas há muito negligenciam o impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente. A urgência de proteger o planeta implicaria renunciar aos benefícios da sociedade industrial? Não necessariamente
As ideias prontas sobre a desindustrialização
A contribuição da indústria na economia está dividida em duas, às vezes três, no conjunto dos países ricos a partir dos anos 1970. Para uns, o fenômeno é uma evolução natural: como uma borboleta emerge da crisálida, a economia passaria espontaneamente da fábrica para o escritório. Outros sugerem que a desindustrialização é uma decisão política: deslocalizar as plantas em direção aos países do Sul, mais baratos para os empresários. Enquanto a indústria permanece sendo uma das principais fontes de emprego, sua retomada destaca oposições ideológicas (abaixo), ambientais (págs. 12-14) e técnicas (pág. 15)
Uma nuvem escura de agrotóxicos em nosso horizonte
Estamos diante de um mecanismo de inserção na economia mundializada em que nos subalternizamos do ponto de vista da saúde ambiental, do ponto de vista da saúde humana e do ponto de vista econômico
Água limpa para todos, um direito humano distante no Brasil
O governo brasileiro segue na contramão das políticas públicas de água e meio ambiente que a sociedade vem construindo desde a Constituição Cidadã de 1988. Por meio de reforma administrativa, retirou a Agência Nacional de Águas, voltada para a condução da Política Nacional de Recursos Hídricos, do Ministério do Meio Ambiente
A insustentável agenda ambiental do presidente
Por que a obsessão de Jair Bolsonaro por acabar com o meio ambiente cria (mais) um problema para Paulo Guedes
A arquitetura da destruição: versão tropical
Estávamos enganados quando acreditávamos que nosso conjunto de políticas e instituições ambientais era um patamar a partir do qual só poderíamos avançar ou, no pior dos cenários, ficar estacionados. O governo Bolsonaro provou que estávamos enganados. A novidade é um governo cuja agenda é destruir o meio ambiente
A nova democracia
Esse imaginário se funda na cultura do medo, construída pela ação violenta das polícias; pela criminalização dos pobres e dos movimentos sociais; pela política de extermínio de jovens negros e pobres.
Ecologia contra o livre-comércio
Na França, durante um debate sobre a campanha das eleições europeias, os cabeças de chapa socialista e ecológico chegaram a reclamar, quase nos mesmos termos que Marine Le Pen, “um protecionismo nas fronteiras da União Europeia”