R$ 24,00
A mega-anistia
Desde a década de 1980, as dívidas dos produtores agrícolas vêm sendo revistas. Recentemente, uma renegociação promovida pelo governo beneficiou esses latifundiários em R$ 75 bilhões, demonstrando a força do agronegócio, cada vez mais poderoso com a expansão da soja e do etanol
O urânio na raiz do conflito
Apesar de ser o terceiro produtor mundial do minério, o Níger continua entre os países mais pobres do mundo, segundo a ONU. O conflito entre tuaregues e governos sobre a exploração das jazidas prossegue, assolando o norte do país. Por enquanto, um terceiro ator está vencendo a disputa: as multinacionais
A fratura exposta da democracia
A recente rejeição dos irlandeses ao Tratado de Lisboa não passa de um sintoma visível de um mal muito mais profundo: o distanciamento da União Européia dos cidadãos europeus. É por isso que, na maioria das vezes, os parlamentos nacionais afastaram a população das decisões, excluindo a possibilidade de referendos
Redistribuição de renda às avessas
O discurso predominante sobre a dívida pública na França culpa os assalariados e os direitos sociais pelo tamanho do rombo. Mas por trás do alarmismo escondem-se os poucos indivíduos que lucram com essa “crise”: as famílias que têm renda suficiente para poupar e investir no mercado financeiro
As novelas e os anunciantes
Desde o início, os folhetins televisivos desenvolveram sua vocação de vitrine para a sociedade. Vender está na natureza da TV comercial. Seja através de produtos, comportamentos ou merchandising social, a publicidade faz parte do leque de convenções aceitas pelo público. O problema é que ela nem sempre é explícita
Um jornal que é seu
Acreditamos na força das ideias e reconhecemos uma produção importante de análises e propostas que merecem a atenção de nossos leitores.
O futuro da BBC
Permanecer no ar por mais de 80 anos recusando-se a ter anunciantes não é fácil. Principalmente em uma época em que as emissoras privadas chegam, de forma gratuita, até a maioria dos domicílios. Em meio a corte de gastos com a programação e folha de funcionários, a rede britânica busca saídas para sua crise
Os retrocessos do atual modelo
A sociedade da nova economia está em construção, permeada por doenças profissionais depressivas, pela solidão e pela devastadora crise de sociabilidade. Nessa marcha organizacional empreendida pelos países ricos, não é possível universalizar de forma homogênea a qualidade de vida reivindicada no século passado.
A guerra da raposa
A disputa em torno da demarcação do território ao norte de Roraima vai muito além de 18 mil índios e seis produtores de arroz: trata-se de decidir os rumos da Amazônia. Devemos olhar para essa região como um espaço a ser explorado a qualquer custo ou é possível termos um desenvolvimento sustentável, plural e democrático
A inserção na economia global
Não há dúvida que a taxa de câmbio real valorizada e a consequente inflação baixa melhoraram o bem-estar da população, tanto dos pobres quanto dos ricos. A moeda brasileira e seu juro básico formam um par atraente para os promotores da sarabanda internacional: são os queridinhos do mercado
Derrota do Itamaraty, vitória do Brasil
Na Rodada Doha, os países em desenvolvimento acertaram mais uma vez ao recusarem a proposta americana de liberalização da economia. O Brasil, porém, antes considerado um dos porta-vozes desse grupo, mudou de lado e terminou o encontro com a imagem de despachante dos interesses do agronegócio
O impacto sobre o meio ambiente
Enquanto a maioria da população brasileira deseja entrar na sociedade de consumo, parte significativa pretende ascender ao padrão da classe média alta. Concretizar essas aspirações, porém, tem um alto custo: a superexploração do trabalho e a subestimação dos custos ambientais
A fome que dá lucro
A especulação financeira chegou ao mercado de alimentos. E não há indícios de que vai parar. Para os produtores, essa movimentação pode significar preços maiores. Para os investidores, a possibilidade de aumentarem os lucros. Para as bolsas, uma liquidez mais atraente. Para os pobres, simplesmente a fome
Pela justiça tributária
O horizonte da justiça fiscal encontrará sem dúvidas barreiras e interesses divergentes. O Governo Federal deu um passo importante ao fazer sua proposta e está disposto a negociá-la. Cabe agora ao Congresso aperfeiçoá-la, vencer a resistência de alguns governadores e votá-la sem protelações
Colômbia x Venezuela:a grande manipulação
Uribe tentou convencer a opinião pública que Chávez e Correa têm ligações com as Farc baseando-se em dados apreendidos na operação de 1º de março. Porém, as incongruências são inegáveis. Se Raul Reyes e a vegetação local não sobreviveram aos bombardeios, como os computadores saíram ilesos?
Sair do caos sem cair na lei da selva
“Quando me perguntaram, há cinco anos, se eu pensava que o futuro de Cuba seria socialista, respondi que sim, mas que o socialismo do século XXI teria de ser reinventado. Esse verbo era, e é, muito importante, porque não se trata de resgatar com retoques o socialismo que tivemos e que temos”
Do Período Especial à ascensão de Raúl
“Está claro que tem havido uma resistência estóica a fim de preservar tudo o que é considerado ganho da revolução. O envolvimento radical com o Estado ficou evidente em amplos setores da classe trabalhadora e o governo tem se esforçado para engajar e incorporar a população, especialmente os jovens”
Por uma mídia livre
A luta pela recuperação da palavra crítica é latino-americana e internacional. Em janeiro de 2009, o Pará sediará mais uma edição do Fórum Social Mundial. Devemos trabalhar desde já pela construção de uma agenda de debates que aponte para propostas concretas para a democratização da comunicação
As três crises
Por mais que as autoridades se esforcem em minimizar a gravidade do momento, o certo é que nos encontramos diante de um sismo econômico de magnitude inédita, cujos efeitos sociais, que mal começaram a se fazer sentir, explodirão nos próximos meses com toda a brutalidade
Rap à francesa
Como alternativa à anestesia da música bem-comportada, artistas e grupos como D’, La Rumeur e Keny Arkana propõem crítica social, resistência e resgate de direitos. Fincados nas periferias “problemáticas” e ligados à migração, eles não recuam nem diante dos boicotes, nem da censura