
R$ 24,00


Andersen, o som da infância
Nascido na Dinamarca em 1805, na miséria, o escritor e poeta Hans Christian Andersen desenvolveu logo cedo uma paixão pelo teatro e pela literatura. Essa relação íntima na infância, que se expressa em seus célebres contos de fadas, como O patinho feio e A princesa e a ervilha, é a chave para entender sua extraordinária posteridade?

Eloquente abstenção
A animação política despertada na França pelas eleições presidenciais de abril de 2022 parece esconder o nível excepcional de abstenção, principalmente entre jovens e entre as classes populares, nas últimas votações municipais e regionais. O que aconteceu? Uma tradição histórica que remonta a 1848 estaria de repente perto do fim?

A dívida que enlouquece os credores
Os discursos sobre a dívida utilizam o vocabulário dos manuais de moral. De um lado, a culpa associada ao empréstimo; de outro, a virtude, encarnada na poupança. O credor correria assim para socorrer o próximo; o devedor expiaria seus erros com reembolsos. A fábula é bonita, mas funciona apenas no plano das ideias. É hora de trazê-la para a realidade

A Hungria sob controle de Viktor Orbán
Seguindo uma diretriz do governo húngaro, as fundações privadas assumiram o controle da maioria das universidades e de um patrimônio público de bilhões de euros. Com essa privatização gigante, e de novo gênero, o primeiro-ministro Viktor Orbán dilapidou o Estado em benefício de seus aliados, enraizando sua influência nas instituições do país

Estados Unidos em fuga e o novo cenário regional
Paquistão, Índia, Irã, China, Rússia… Os países vizinhos do Afeganistão, que têm muitas vezes interesses divergentes, trabalham todos pela consolidação de um governo de unidade nacional

Em Cabul e Kandahar, longe das câmeras
Portadores da rejeição aos norte-americanos e ao governo instalado no Afeganistão, os talibãs comandaram uma campanha-relâmpago para retomar o poder. Deslocados, mutilados, os civis pagam um pesado tributo pela guerra
Como os talibãs venceram o Ocidente
Os atentados reivindicados pelo Estado Islâmico em Cabul em 26 de agosto mataram mais de cem pessoas, entre as quais soldados norte-americanos e combatentes do Talibã. O terrorismo islâmico fragiliza os dois lados desde o início da guerra, e a intervenção do Ocidente no Afeganistão termina em caos, abalando a imagem dos Estados Unidos. Uma questão permanece: como os talibãs conseguiram vencer?
Duas décadas de guerra por nada
As imagens de civis se agarrando a aviões norte-americanos para deixar Cabul e de talibãs instalando-se no gabinete presidencial ficarão para sempre como símbolos de uma guerra invencível. Os insurgentes chegaram ao poder depois de uma campanha-relâmpago porque souberam se instalar no país (pág. 14). Exausta após décadas de guerra, a população almeja a paz, como testemunha nosso enviado especial (pág. 26); de seu lado, os países vizinhos apressam-se a negociar (pág. 28). O balanço humano, financeiro e democrático é devastador e inapelável (abaixo)
A paz roubada da ilha de Socotra
Há um ano, Socotra, arquipélago iemenita por muito tempo negligenciado pelo governo central, está nas mãos de separatistas apoiados militarmente pelos Emirados Árabes Unidos e, de maneira mais discreta, pela Arábia Saudita. Abu Dhabi pretende reforçar assim sua presença militar para controlar essa posição marítima estratégica do Golfo de Áden
Muito doce, muito salgado, muita gordura… o almoço está servido!
Vários jornalistas e colaboradores regulares do Le Monde Diplomatique contribuíram para a obra O novo mundo: quadro da França neoliberal, a ser lançado em 10 de setembro. É um retrato da França contemporânea, com múltiplos tons e abordagens: políticos, sociológicos, literários… Apresentamos a seguir um extrato
No Peru, dois mundos frente a frente
No Peru, parece que os fracassos da direita tendem a favorecer apenas a própria direita. Ninguém esperava, portanto, que a crise econômica, política e sanitária atual provocasse a chegada de um homem de esquerda ao poder. Sem maioria parlamentar em um país com um Congresso ruidoso, o novo presidente Pedro Castillo dispõe de uma margem de manobra reduzida
Mulheres negras movendo as políticas no enfrentamento à pandemia
O Brasil ultrapassou a marca de mais de 570 mil vidas perdidas. Se não estivesse tão evidente quem iria morrer, esse governo iria atuar com a negligência criminosa com que atuou? Nesse cenário devastador, a ação política de mulheres negras foi essencial para poupar vidas e trazer o mínimo de dignidade para que pudéssemos atravessar esse período
Um futuro redesenhado pelas mãos das mulheres negras é possível
A trajetória de vida das mulheres negras e o compromisso com um novo modo de viver produziram efeitos em nosso ativismo e no papel que desempenhamos em todos os espaços de poder. Quando uma mulher negra age para solucionar os problemas enfrentados por seu grupo, ela atende aos problemas mais estruturantes da sociedade
A violência contra a mulher e o papel dos homens nesse cenário
Se a piora das condições de vida causada pela pandemia talvez seja o principal propulsor do aumento das agressões cujos autores são homens e as vítimas são mulheres, torna-se essencial observar com mais atenção as dinâmicas e desafios das masculinidades – termo usado para distinguir as diversas formas de praticar o gênero masculino – no Brasil da atualidade
Subordinadas ainda somos todas as mulheres
A autonomia econômica das mulheres exige um pacto coletivo que não estava firmado quando o vírus nos pôs em casa com nossos núcleos familiares. É no caos surgido durante a pandemia que se observa que não há caminho possível para evitar futuras crises do cuidado e promover a verdadeira autonomia econômica das mulheres se o lugar do cuidado não for de todos