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Por trás da seca na Amazônia
A intensidade da seca, medida pelo nível do rio Negro, foi sem paralelo e atingiu o menor valor da série histórica que teve início em 1902, à época da inauguração desse porto. O que houve? Foi o aquecimento global, o desmatamento ou as emissões de CO2? Estaríamos assistindo uma possível savanização da Amazônia?Carlos Afonso Nobre
“Pedi uma pistola pra me defender”
No último dia 30 de setembro, o principal regimento de polícia de Quito sublevou-se contra o presidente equatoriano Rafael Correa, que está levando a cabo reformas progressistas audaciosas. A tentativa de golpe de Estado deixou 8 mortos e 275 feridos, mas foi abortada. Que lições políticas o presidente tirou daí?Ignacio Ramonet
Portugueses saem às ruas contra política econômica
Sob pressão da União Europeia, o governo português tem adotado uma série de mudanças tais como maior flexibilidade das leis trabalhistas. Não está claro se os assalariados e os movimentos populares terão capacidade de reverter esse processo ou se assistiremos a mais um passo rumo à destruição do modelo social europeuSandra Monteiro
Na saída para o mar, o gás
Apesar de ofertada novamente pelo Chile, a tão sonhada saída para o mar boliviana, perdida há mais de um século após um conflito regional que envolveu também o Peru, não parece ter sentido algum. O motivo do acordo,o gás que seria exportado para os Estados Unidos, não está nos planos de Evo MoralesGustavo Guzmán
Entre Deus e as ONGs
Em 2009, a ajuda humanitária constituía um terço do PIB do Haiti. Doze meses depois do terremoto, as doações aumentaram, mas a restauração do aeroporto e o recapeamento das principais artérias viárias são os únicos projetos em andamento. À população, resta esperar auxílio e sobreviver em meio a uma estrutura precáriaChristophe Wargny
Eleições sem esperança de renovação
Apesar de defendida pela comunidade internacional, a eleição haitiana está sob suspeita. Vários partidos e candidatos foram deliberadamente excluídos e milhares de pessoas estavam impedidas de votar por terem perdido documentos no terremoto. A cólera também fez com que muitos desistissem de comparecer ao pleitoAlexander Main
E depois do narcotráfico, vem o quê?
Itamar Silva é coordenador de projetos do Ibase nas favelas do Rio de Janeiro. A entrevista sobre a ocupação do Complexo do Alemão é reveladora de inquietação e medo da população dessas favelas. “E agora? O que vai acontecer quando o exército se retirar?”, perguntam os moradores em reuniões que antes não ocorriamSilvio Caccia Bava
É fantástico o show da morte
“Refundar o Estado brasileiro”. Essa foi a base da cobertura feita pela Globo e, em menor escala, pelas demais emissoras, sobre as ações no RJ. As metáforas utilizadas pelos comentaristas, especialistas e repórteres para descrever a operação eram próprias da linguagem militar: “ocupar o território”, “expulsar o inimigoJosé Arbex Jr.
Por um mundo mais feliz
A felicidade está na pauta de pesquisadores de todo o mundo, com o objetivo comum de melhorar a qualidade de vida do planeta. No Brasil, será votada no Congresso a PEC da Felicidade, que deseja incluir essa “busca” como um direito previsto na ConstituiçãoMariana Fonseca
A renovação do feminismo do Sul
Temos pouco contato com a realidade das mulheres nos outros países, em especial na Ásia e na África, mas a verdade é que a reivindicação de mais liberdade e condições igualitárias perpassa povos e credos e cresce junto com a ocupação cada vez maior do espaço públicoCamille Sarret
Quando a prisão liberta
Na prisão de Santa Martha Acatitla, 1.900 mulheres são submetidas à violência disciplinar. Contudo, uma oficina de texto revelou que o ambiente proporciona a certas detentas a oportunidade de aprender mais sobre sua identidade, compreender sua história de vida e, em certa medida, se emanciparCathy Fourez

China e Arábia Saudita: uma nova Rota da Seda?
Na primeira década do novo milênio, a China abriu caminho para o comércio com o Oriente Médio, sempre em busca de petróleo, e a Arábia Saudita firmou-se como um dos grandes parceiros econômicos dos chineses. Está longe o tempo em que o país asiático apoiava movimentos revolucionários em todo o mundoAlain Gresh
A perseguição ao Islã e o neofacismo
Com lideranças assumidamente gays e aliados aos judeus, os agrupamentos de extrema direita na Europa crescem com um discurso de xenofobia e ataque aos imigrantes, principalmente os muçulmanosDominique Vidal
Pyongyang, satélite de Pequim
O bombardeio de uma pequena ilha sul-coreana por Pyongyang evidenciou a situação de guerra permanente na península. A Coreia do Norte, que nas últimas décadas passou por transformações sociais e econômicas profundas, hoje tenta se livrar da dependência da China, sua única aliadaPhilippe Pons
A direita radicaliza
As ditaduras de Franco e Mussolini são os embriões da extrema direita que cresce hoje na Espanha e na Itália. Apoiados na recente ofensiva da hierarquia católica, esses partidos têm um discurso conservador baseado na unidade nacional e na preservação dos “bons costumes”Laurent Bonelli|Raffaele Laudani
Descobrindo o politeísmo
A questão do nascimento do (ou dos) politeísmo(s) nasce da reflexão de filósofos, sociólogos, antropólogos e teólogos sobre as “origens religiosas da humanidade”, percebida como essencial ao conhecimento do Ocidente e garantidora do nosso “privilégio” de encarnar a civilizaçãoMarcel Detienne
No Leste europeu, o peso do passado
A pressão anticomunista decorrente da revolta de 1989 resultou na recuperação do conceito de Estado-nação da Europa Oriental. É por isso que a retórica nacionalista e etnocêntrica não constitui um fenômeno marginal, mas sim um eixo estruturante da vida pública e políticaMichael Minkenberg
“O funk é democrático e, por isso, perigoso”
Para MC Leonardo, que luta para restabelecer o funk como um patrimônio cultural do Rio de Janeiro, o preconceito e a perseguição ligados a esse ritmo decorrem de racismo e de uma questão de classe. “O filho do rico vai esquiar, pegar onda de 15 metros e andar a 320 por hora. E filho do pobre, não pode ter adrenalina?Marcelo Salles
Homo festivus à mesa
Se por um lado a gastronomia francesa foi finalmente tombada pelo patrimônio histórico como bem cultural imaterial da humanidade, por outro nunca se comeu tão mal. Não se perde tempo nem dinheiro com refeições: tudo é puro agrotóxico, aditivos e plásticoSébastien Lapague