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Mais para quem tem mais
A maioria da população brasileira continua afastada da discussão sobre a reforma tributária. A nova proposta, em trâmite na Câmara dos Deputados, está longe de resolver problemas estruturais e deve continuar servindo aos detentores da riqueza, sem tocar em questões como a herança, a propriedade e a progressividade
A ‘democratização conservadora’
Por meio da constituição em seu interior de “tendências” que expressem os diferentes segmentos sociais, o Partido Comunista busca conservar o monopólio do poder e garantir a estabilidade, proporcionando, ao mesmo tempo, uma válvula de escape para os descontentamentos e um mínimo de escolha política para os cidadãos
Devagar com o andor
Para aqueles que apostam suas fichas em Barack Obama, o candidato democrata já assinalou que seguirá a política externa de Kennedy e Bush pai
Ainda muito longe da normalidade
A insegurança não está na violência das ruas de Porto Príncipe, muito exagerada pela mídia. Ela é até menor do que a violência de metrópoles como a Cidade do México e o Rio de Janeiro. A insegurança reside, isto sim, numa precariedade permanente: alimentar, sanitária, educacional e profissional
Educação na redoma
Criticada por pedagogos, a escola em domicílio começa a chamar atenção nos EUA. Mais de 2 milhões de famílias já aderiram. Para os pais, a transmissão de valores considerados equivocados e o perigo das “más influências” são motivos suficientes para retirar as crianças de um convívio social mais amplo
A nuvem da informação
A independência das pessoas, das empresas e até das nações não se mede mais somente pelos territórios, pela geografia e pelo espaço coletivo, mas também pelas relações que eles mantêm com essa nova usina de produção “imaterial”, disputada a ferro e fogo pelos grandes provedores da internet
Pura especulação
Da mesma forma que a academia no século XVIII, hoje quem consagra o artista é o colecionador. Os candidatos à fama precisam ter agentes poderosos e manter-se cobiçados pelos fundos especulativos, que já atingiram o mercado de arte. Quanto mais mídia conseguirem, mais alto é o preço de venda de suas obras
Quem pode fazer
É preciso acreditar que uma outra vida nas cidades é possível. A dura e insensível cidade de pedra é uma construção ideológica. Ela não existe. O que existe é uma sociedade em movimento que produz, com todas as suas contradições, as cidades e a vida que vivemos.
Profetisa conservadora
A russa Ayn Rand conquistou, nos EUA, admiradores entusiastas, como Ronald Reagan e Angelina Jolie. Sua literatura, que exalta o indivíduo e o livre mercado, tornou-se uma arma de combate da cruzada da extrema direita contra o multiculturalismo, as políticas ambientais e o Estado
A dinâmica da degringolada
No cerne dos mecanismos que culminaram na crise atual, encontra-se, além da ausência de regulamentação dos processos financeiros, algo que se pode denominar de “a trajetória neoliberal” da economia dos Estados Unidos, um itinerário iniciado nos primeiros anos da década de 1980, após três decênios de keynesianismo
Quando a água bate no peito
À medida que se intensifica a tripla convulsão (financeira, monetária e energética) que abala a economia mundial, o pânico alcança as elites. Seu credo se desmancha: o mercado já não é mais a resposta para tudo. E os ganhos estratosféricos dos altos executivos das corporações passam a ser questionados
A lógica da desordem
O modelo de exclusão territorial que define a cidade brasileira é muito mais do que a expressão das diferenças sociais e de renda, funcionando como uma espécie de engrenagem da máquina de crescimento que, ao produzir cidades, reproduz desigualdades
O desafio das metrópoles
No Brasil, as grandes cidades foram utilizadas como fronteira amortizadora dos conflitos sociais inerentes ao capitalismo concentrador e excludente que aqui se implantou. Por isso, as metrópoles apresentam hoje os maiores obstáculos à nossa construção como nação
Utopias tecnocráticas
Em ritmo acelerado, nada menos do que 15 complexos urbanos estão em construção em países como Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã. Mas os problemas ambientais, econômicos, sociais e culturais provocados por esse boom não são pequenos nem fáceis de resolver
Propostas para um futuro melhor
Aproveitando o momento eleitoral, em que o debate político ganha as ruas, centenas de idéias e proposições para diminuir as enormes desigualdades regionais e sociais de São Paulo foram entregues aos candidatos. Resta saber se, assim como a sociedade, o próximo governante fará a sua parte
A cruzada de Sarkozy
O reingresso da França no conselho militar da Otan é um dos indícios de que sua política externa não é mais a mesma. Se os presidentes anteriores se esforçavam em não dividir o mundo em dois – capitalistas e comunistas, ocidentais e orientais –, o atual é um entusiasta da cruzada norte-americana contra o terror
O Bolsa Família funciona?
É preciso compreender o real significado deste programa, que se destina especificamente a transferir renda para quem não tem nada. Apesar de mais da metade das famílias beneficiadas ainda estar em situação de insegurança alimentar, sua mesa tornou-se mais farta e variada. Mas ainda há muito a fazer
Cortázar, o mágico
É sempre rico revisitar a obra de Cortázar. Mestre de uma escrita revolucionária e uma imaginação sem limites, e militante das causas libertárias, ele continua a revelar, 24 anos após sua morte, o mais íntimo da condição humana, com sua literatura esférica, complexa e crítica