Junho 2020

Edição 155

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“NÃO SE MUDA NADA, ACELERA-SE”

Vender Audis na Birmânia

Edição 155 | Europa

Ninguém consegue obrigar um bandido a agir contra sua natureza. Ora, a Europa é obcecada por construir um grande mercado. Sem fronteiras, direitos aduaneiros ou subvenções. Com efeito, sem novas liberalizações comerciais, ela cairia por terra. É a chamada “teoria da bicicleta”: ou pedalamos rumo a uma maior integração, ou a queda é inevitável.


EDITORIAL

A aposta no caos

Edição 155 | Brasil

Esse imobilismo do campo democrático abre espaço para Bolsonaro avançar em sua estratégia de golpe. Há uma agenda de urgências a ser implementada, e o primeiro passo é a conformação de uma frente antifascista. As disputas entre partidos por força das eleições municipais, que aliás ninguém discute e não sabemos quando vão ocorrer, não podem impedir a formação dessa frente.  


PANDEMIA

É nóis por nóis!

Edição 155 | Brasil

Agora que a situação se complica, o coronavírus chega às periferias das grandes cidades, às favelas, ao interior, às regiões mais pobres do país; agora que a morte, o desemprego e a fome batem à porta, de quem essas pessoas podem esperar amparo, proteção, cuidados? A quem elas poderão recorrer?


DO DESÂNIMO À DESOLAÇÃO

O laboratório e a experimentação do trabalho na pandemia do capital

Edição 155 | Brasil

A pandemia do capital tratou de demonstrar sua impostura: “colaboradores” estão sendo demitidos aos milhares, “parceiros” estão podendo optar entre reduzir os salários ou conhecer o desemprego e os pequenos empreendedores não encontram consumidores e veem sua renda se esvanecer


A CLOROQUINA ECONÔMICA

Que a austeridade fiscal não volte da quarentena

Edição 155 | Brasil

No pós-pandemia, o conservadorismo econômico concentrará todos os esforços no resgate de uma suposta normalidade, apoiado no argumento de que a dívida pública cresceu e com uma retórica de que é necessário pagar a conta da crise. De outro lado, será preciso apontar para a hipocrisia e a demagogia desse discurso


LIÇÕES DAS CRISES ECONÔMICAS

A escalada da desigualdade em meio à “coronacrise”

As crises têm nos ensinado muitas coisas. Uma delas é o aumento exponencial da vulnerabilidade social, que acaba criando condições para um processo acentuado de centralização e concentração de renda e patrimônio


CIENTISTAS E NEGACIONISTAS

A disputa de discursos sobre a pandemia

Em poucos meses, a pandemia de Covid-19 alcançou quase todos os países do planeta. Ameaça a saúde e modifica o cotidiano de bilhões de pessoas. Ressuscita demandas e expectativas sobre o Estado. Abre espaços para a importância da solidariedade na sociedade. Ofusca o papel redentor do mercado no imaginário hegemônico


COM JON BIDEN, A DEPRESSÃO DA ESQUERDA NORTE-AMERICANA

Nos Estados Unidos, “no fundo, nada vai mudar”

Edição 155 | EUA

Nenhum país conta tantas vítimas de Covid-19 – mais de 100 mil em maio – quanto os Estados Unidos. Além disso, a falta de uma rede de proteção médica e social provoca uma crise que não se via há um século. Em ano eleitoral, esse quadro poderia provocar um terremoto político. Entretanto, a reeleição de Trump não está descartada, e seu rival apenas ambiciona um retorno à era Obama


UMA ILUSTRAÇÃO DAS AMBIGUIDADES DO FEDERALISMO

No Texas, armados contra o confinamento

Edição 155 | EUA

Confinar a população para protegê-la do vírus? A proposta está longe de ser unanimidade no Texas, onde certas lideranças enxergaram na medida um atentado contra as liberdades individuais


A RECOMPOSIÇÃO PLANETÁRIA

Três hipóteses geopolíticas para o pós-pandemia

Edição 155 | China

A brutal desaceleração da economia mundial por causa da pandemia obriga as grandes potências a repensar suas estratégias industriais e comerciais. Muitos países, incluindo os EUA, continuarão seus esforços para se tornarem menos dependentes da China. As reconfigurações que se anunciam não estarão isentas de tensões geopolíticas, e as que se estabelecem entre Washington e Pequim estão entre as maiores


PEQUIM PRESSIONADA POR EXIGÊNCIAS DE TRANSPARÊNCIA SANITÁRIA

Por que desconfiar das estatísticas chinesas sobre o coronavírus

Edição 155 | China

A assembleia geral da OMS realizada entre 18 e 19 de maio, sob uma chuva de críticas, propôs tratar toda futura vacina contra a Covid-19 como um “bem comum”. Nada que acalme os Estados Unidos, que acusam Pequim pelo desastre sanitário e destacam a fragilidade dos números de mortes declaradas. Mas o que esconde essa polêmica sobre os dados?


UMA NOVA CONDIÇÃO PARA O GÊNERO HUMANO?

Confinados na matrix

Edição 155 | França

Contagens diárias macabras, vizinhança tóxica, previsões apocalípticas, imagens mórbidas em sequência: protegida pelo combate à Covid-19, a mídia organizou o terror sanitário para uma população francesa tratada como uma criança pequena. Interlocutores únicos de uma audiência confinada por dois meses, ela acabou por construir uma realidade


BEM-VINDO À SOCIEDADE SEM CONTATO!

Trabalho, família, wi-fi

Os gigantes do setor digital dificilmente poderiam prever que um teste em tamanho real de sua visão de sociedade seria justificado por uma motivação sanitária. Durante semanas, produtores e consumidores tiveram de resolver seus assuntos por meio das telas, inclusive quando se tratava da escola, do divertimento e da saúde


DEPOIS DA GUERRA DE PREÇOS ENTRE OS PAÍSES PRODUTORES

Petróleo, acordos e desacordos

Há tempos os Estados Unidos delegaram a Riad o cuidado de garantir um preço suficientemente elevado para o barril de petróleo, em troca de proteção militar. Porém, ao obrigar Washington a negociar com outros produtores, a atual queda de preços evidencia a erosão desse arranjo, sem que saibamos se ele será substituído por uma concorrência sem regras ou por outra forma de regulação


UMA DOUTRINA QUE CONDUZ AO SUBDESENVOLVIMENTO

Na África, a promessa de “economia emergente” não passa de uma miragem

Edição 155 | África

Agitado sem parar para saudar performances promissoras de diversas economias africanas, o conceito de “emergente” oferece um rótulo aos países que se dobram aos dogmas neoliberais e às exigências do FMI e do Banco Mundial. Em geral, ele cria ilusões de óptica de um crescimento que favorece apenas uma pequena minoria


“QUANTO PIOR, MELHOR...”

A caquistocracia

Derivada do grego kakistos (superlativo de “mau”) e kratos (“poder”), a palavra significa “o governo dos piores”. Inventada no século XVII para descrever a ascensão política de cidadãos menos qualificados ou menos escrupulosos, ela ganhou um novo fôlego com as eleições de Donald Trump e Jair Bolsonaro


OBSESSÕES E ESTRABISMO EDITORIAIS EM RELAÇÃO À AMÉRICA LATINA

Retratos de missionários midiáticos

Edição 155 | América Latina

Por que Juan Guaidó é o verdadeiro presidente da Venezuela? Com que rapidez o chefe de Estado brasileiro deve cortar as aposentadorias? Como os peronistas vão piorar a crise argentina? Do Le Monde ao Financial Times, um punhado de “especialistas” latino-americanos interpretam as notícias políticas da região em função de suas obsessões: livre-comércio e anticomunismo


KEIR STARMER É ESCOLHIDO NOVO LÍDER DO PARTIDO TRABALHISTA

O discreto adeus de Jeremy Corbyn

Edição 155 | Reino Unido

Após suscitar a esperança para bem além das fronteiras do Reino Unido sob a direção de Jeremy Corbyn, o Partido Trabalhista designou um novo dirigente: Keir Starmer, que não chega a encarnar nem a continuidade nem um retorno ao “New Labour” de Tony Blair. Seu principal trunfo? O fiasco da gestão da pandemia pelo atual primeiro-ministro conservador, Boris Johnson


RESENHAS

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