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Geração mangá
É um triunfo absoluto. Desde que o mangá começou a se tornar conhecido na França, há aproximadamente três décadas, ele não parou de prosperar e de se diversificar. Se o país de Asterix é o segundo “consumidor” mundial do gênero – atrás do Japão –, ele desenvolve pouco a pouco um processo de criação específica
E se Assange se chamasse Navalny?
Recordemos a comoção internacional provocada pela tentativa de assassinato do advogado Alexei Navalny: outro adversário corajoso do poder, outro denunciante que o Estado ameaça e persegue, mas detido num cárcere russo, e não numa prisão londrina. Tudo se passa como se sua oposição ao presidente Putin houvesse tornado Navalny mais “humano” que Assange, também ele dissidente, mas do “mundo livre”
Quando o Estado paga para desaparecer
Redigir leis, convocar mesários para as eleições, encomendar máscaras, organizar campanhas de vacinação… Cada vez mais as responsabilidades do serviço público são confiadas a consultorias, como a McKinsey. O custo dessa transferência, contudo, está excluído do debate público, assim como a perda do know-how do serviço público
Um elevador sempre em manutenção
Em geral concentrado no círculo social que envolve as elites, o debate sobre meritocracia tem um ponto cego: a sorte do um terço da população menos escolarizada. Diferentemente dos anos 1960, quando a correlação de forças era favorável aos operários, hoje em dia é quase impossível projetar um futuro sem um título. Seria essa uma das fontes da indignação popular?
Pequim usa as finanças para atacar Washington
A entrada da China na Organização Mundial do Comércio, em 2001, foi facilitada pela esperança dos Estados Unidos de que a liberalização econômica do país levaria à “abertura política”. Vinte anos depois, é exatamente o contrário: a desregulamentação serve a Pequim, que se apoia nas transnacionais norte-americanas para se opor às tendências protecionistas da Casa Branca
Guiné Equatorial, uma ditadura esquecida
Membro da Organização dos Produtores de Petróleo Africanos, a Guiné Equatorial enfrenta seu oitavo ano de recessão. O país sofre com a corrupção endêmica organizada pela família do ditador Teodoro Obiang Nguema, no poder há 42 anos. Na Espanha, antiga potência colonial, a complacência com o regime começa a diminuir
Em Nova York, patrulhas comunitárias protegem Chinatown
Tendo chegado sem um tostão e conseguido ascender socialmente, os asiáticos que vivem nos Estados Unidos encarnam o sonho norte-americano. Dizem que trabalham duro, são brilhantes na escola, mas também discretos e dóceis. Por trás desses estereótipos, contudo, esconde-se uma sociedade fragmentada e assombrada pela multiplicação de ataques de ódio desde o início da pandemia
Menos tropas, mais drones
Ao completar a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, o presidente Joe Biden mostrou que não cederia às pressões dos “falcões”. Não é mais o momento de posicionar efetivos militares em guerras de longa duração. Isso não significa que os Estados Unidos estejam se inclinando em direção ao pacifismo. Longe disso…
Na Nicarágua, uma eleição sem oposição
Washington faz questão de reiterar regularmente: nenhum país latino-americano está imune às manobras dos Estados Unidos. O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, acredita que a ameaça justifica a prisão de representantes da oposição, mesmo daqueles que não simpatizam com o imperialismo norte-americano. Para o líder sandinista, a prioridade absoluta é manter a presidência
A era dos autoproclamados justiceiros
Milícias vigiam as fronteiras, grupos organizados perseguem comportamentos “imorais”, patrulheiros solitários substituem forças políticas “sobrecarregadas” ou “frágeis demais”: em todo o mundo, pessoas tomam a justiça nas próprias mãos em nome de uma concepção em geral reacionária da lei, uma prática estimulada e amplificada pelas redes sociais
Clima, uma conferência em busca do tempo perdido
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), iniciada no fim de outubro, procura traduzir em fatos o acordo assinado em Paris em 2015. Para limitar as consequências de um aquecimento já em curso, cada país deve se comprometer a reduzir drasticamente suas emissões de gases do efeito estufa nas próximas três décadas. As procrastinações do passado não permitem otimismo
A Amazônia, apesar do Brasil
Muito se tem dito em defesa da Amazônia, mas já se ouviu o que os povos amazônicos têm a dizer sobre isso? Essa problematização nos indica duas ideias deste ensaio: o modo como Brasil produziu historicamente formas de encobrimento da Amazônia e o modo como os povos amazônicos, apesar de toda a violência, construíram um legado teórico e político que nos oferece outros horizontes de sentido para a vida no planeta
O setor florestal madeireiro na Amazônia e em Mato Grosso
Empresas do ouro enriquecem, indígenas padecem
Ao contrário do que apregoa o discurso do governo federal, o garimpo ilegal praticado nas TIs não é atividade exclusiva de uma massa de homens pobres que enfrentam a floresta em busca de sobrevivência. É, na verdade, um empreendimento empresarial que envolve uma gama de atores altamente capitalizados
O passo a passo da destruição da Amazônia
No primeiro dia de governo, Bolsonaro editou MP para reorganizar os órgãos da Presidência e os ministérios. No segundo, um decreto reformulou a estrutura e as competências do Ministério do Meio Ambiente, desfazendo algumas das principais estruturas e atribuições da pasta. Iniciava-se, assim, o pesadelo da destruição sistemática e incessante das principais bases da política socioambiental brasileira