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Delírios em torno de um balão
Diante da comoção, a porta-voz da Casa Branca foi obrigada a declarar: “Não há indício algum de extraterrestres”
Um frágil corredor contra a fome
O trigo ucraniano continuará sendo exportado pelo Mar Negro? Indispensáveis para a luta contra a crise alimentar mundial, esses carregamentos dependem de um acordo entre a Rússia e a Ucrânia assinado sob a égide das Nações Unidas e da Turquia. O bloqueio das exportações de fertilizantes russos, também indispensáveis para a agricultura mundial, ameaça esse arranjo provisório
Kinmen, um fragmento de Taiwan às portas da China
Desde 1949, as Ilhas Kinmen são objeto de disputa entre a China e Taiwan, que hoje as controla. Nas últimas décadas, laços pacíficos entre as duas costas foram sendo construídos. Porém, desde o conflito russo-ucraniano, diversos analistas garantem que Pequim invadirá o arquipélago, como Moscou fez com a Crimeia
A Síria, uma nova Atlântida?
O mortífero terremoto de 6 de fevereiro agravou as provações sofridas pelo povo sírio. Em um país devastado por onze anos de guerra e onde atua uma dezena de protagonistas, essa catástrofe abre para o presidente Bashar al-Assad novas possibilidades de romper seu isolamento diplomático, ainda que à frente de um Estado que perdeu parcelas inteiras de sua soberania
A presidência abalada de Erdogan
Em outubro, a Turquia comemora cem anos da república fundada por Mustafá Kemal. O presidente Recep Tayyip Erdogan pretende ser reeleito na próxima primavera para comandar essa celebração e se tornar igual ao “Ataturk” dos livros de história. Reveladoras das disfunções do Estado, as consequências dos terremotos de 6 de fevereiro poderão, entretanto, contrariar suas ambições
Japão diz adeus ao pacifismo
Recentemente, o governo japonês abriu caminho para possíveis operações ofensivas fora de suas fronteiras. Sua nova doutrina estabelece a China – uma “concorrente estratégica” –, a Coreia do Norte e a Rússia como adversários. A militarização crescente encontra reservas na opinião pública do Japão e pode preocupar os vizinhos e os parceiros econômicos do arquipélago
A esperança como movimento após o desmonte
É preciso detectar onde teve início o projeto de extermínio colocado em prática pela extrema direita e quais são seus principais atores, pensar se podemos considerar a gestão de Bolsonaro (quatro anos com pretensão de mais quatro) o ápice desse projeto e, por fim, analisar os desafios da atual retomada democrática brasileira
Mídia ocidental, a vanguarda do partido da guerra
Ao contrário do que aconteceu nas guerras do Golfo e do Kosovo, a mídia ocidental evita qualquer análise crítica sobre seu tratamento do conflito em curso. Como explicar a persistência desse silêncio um ano após a invasão da Ucrânia? A natureza indefensável da agressão russa justifica que os jornalistas assumam o entusiasmo pela guerra?
Prisão ou tornozeleira, uma falsa alternativa
Menos prisões e presos – esse poderia ser o efeito do uso cada vez maior da vigilância eletrônica de condenados para evitar o encarceramento convencional ou impedir a reincidência. Contudo, a verdade é que esses modos de privação de liberdade por meio da tecnologia têm pouco efeito sobre o aumento da população carcerária. E, para que sejam eficazes, a prisão, a real, precisa continuar sendo uma ameaça concreta
Repensar a ajuda humanitária
A cada ano, a ajuda necessária para enfrentar as situações de emergência no mundo só é abundante de maneira parcial e depende da seleção de cerca de vinte países contribuintes. Obrigadas a encontrar financiamentos complementares, as ONGs ocidentais estão cada vez mais dependentes de doadores privados, enquanto as africanas permanecem marginalizadas
No inferno de Białowieża
Localizada entre a Bielorrússia e a Polônia, Białowieża é uma das últimas florestas primárias da Europa. Vasta extensão de mata densa e inóspita, ela tornou-se palco de uma caça aos migrantes orquestrada pelo governo de Varsóvia. Um tratamento implacável, que contrasta com a hospitalidade concedida aos refugiados ucranianos
Espanha, uma monarquia zumbi
O antigo rei espanhol Juan Carlos ganhou as manchetes por suas escapadas, seu gosto por dinheiro e suas amizades por interesse com os soberanos do Golfo. A cobertura midiática desses casos, por muito abafados, contribui para corroer a imagem da Casa Real e fortalece o campo dos apoiadores de uma república
As mulheres reagem
Aposentadoria mais tarde, pensão mais baixa: a batalha em torno da reforma da Previdência na França põe em evidência as desigualdades sofridas pelas mulheres. Se o projeto do governo obviamente as agrava, que medidas as remediariam?
Capitalização, outro nome para a reforma da Previdência
As maiores manifestações da história de Rodez, Laval e Clermont-Ferrand; 200 mil pessoas em Marselha. A mobilização contra a reforma da Previdência na França é poderosa. Sem dúvida porque o desafio excede a idade da aposentadoria e do texto analisado no Parlamento. Nas ruas, também rejeitamos uma sociedade do cada um por si, em que a acumulação especulativa importa mais que a solidariedade
Em Santiago do Chile, o inferno dos transportes
Depois do fogo, às vezes é difícil identificar a faísca que incendiou o campo. No Chile, porém, a brasa tem a cara de um bilhete de metrô da capital, Santiago: aquele cujo preço subiu bruscamente em 2019, causando uma enorme onda de protestos que desembocaram em transformações políticas inimagináveis alguns anos antes
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura
A militarização da política durante o governo Bolsonaro veio, sim, acompanhada da politização da caserna. Porém, a desmilitarização da política e a despolitização da caserna não são irmãs siamesas da profissionalização militar. Militares profissionais interveem na política, dão golpes… Construir o controle popular sobre os instrumentos de violência estatais não é simples, mas não é impossível
Muitas transições: do desmonte à reconstrução do Estado no Brasil
Entre 2019 e 2022, o governo operou como se toda a institucionalidade construída desde a Constituição de 1988 tivesse de ser destruída e substituída por uma ordem geral liberal-autoritária. É desse cenário desolador que se deve partir para repensar o peso e o papel do Estado nacional (e da função pública) na contemporaneidade
Com toda urgência
Não podemos lamentar que a mãe natureza nos castiga e só nos resta chorar nossos mortos e nossas perdas. Temos, sim, de nos indignar com as políticas públicas que levaram a essa situação e apontar seus responsáveis
Lance de pôquer?
Um ano após a agressão da Ucrânia pela Rússia, os equipamentos de proteção fornecidos pelo campo ocidental se transformaram em helicópteros, Mi-17, canhões Howitzer, drones camicases, lançadores de foguetes de longo alcance, tanques Abrams e Leopard