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“Uma ideia perigosa”
A União Europeia exigiu que países equilibrassem suas contas. A implementação de medidas como investimentos públicos e intervenção estatal, são eficazes em tempos de crise
Novidades de uma direita hiperpolitizada
Em 2024, a cara conservadora da maioria dos brasileiros deu a marca da eleição e compreender as expressões dessa cara conservadora e encontrar as pontes de diálogo é a tarefa dos defensores da democracia e dos direitos humanos
“Bloqueia meu marido, isso está acabando com nossa vida”
Mercado de apostas e jogos on-line no Brasil é um risco para toda a população e a economia do país: perda de bens, casamentos destruídos, famílias arrasadas, morte. Setor estourou nos últimos anos, especialmente com a popularidade de plataformas on-line “liberadas” desde 2018, mas sem regulamentação até o fim de 2023
Uma valiosa janela de oportunidades
Com o apoio da população e as evidências de um grave problema econômico e social causado pelo vício em apostas, cria-se uma nova janela de oportunidade para o estabelecimento de normas civilizatórias no ambiente digital
A questão da água
Impacto da seca severa já pode ser observado no Brasil e gera prejuízos no setor elétrico, na navegação, no abastecimento de água, na saúde pública e na produção de alimentos
A normativa europeia e a proteção ambiental no Brasil
Pacto Verde da União Europeia pretende combater o desmatamento global ao banir a importação de produtos oriundos de áreas desmatadas. O regramento incide sobre carne bovina, café, cacau, soja e óleo de palma, e estaria sob maior escrutínio a produção agropecuária proveniente da Amazônia, da Bacia do Congo e da Indonésia
Feminicídio, o itinerário de uma palavra
Em poucos anos, a palavra “feminicídio” cavou seu espaço na imprensa e nos discursos dos políticos. Porém, antes de se firmar no vocabulário comum, ela percorreu uma longa trajetória entre a militância de ambos os lados do Atlântico. Retomar suas origens e suas escalas permite contar a história de um sucesso político, bem como o risco de sua diluição de sentido
Os dilemas do mundo árabe
A eliminação de Hassan Nasrallah e de outros líderes do Hezbollah abriu um novo capítulo na guerra que Israel trava contra o Líbano (pág. 20). Enquanto os bombardeios devastam o País dos Cedros e nenhum cessar-fogo se vislumbra em Gaza, a situação só piora na Cisjordânia (pág. 19), em um contexto de enfraquecimento acentuado da Autoridade Palestina e fragmentação política. No Brasil, a falta senso crítico e a subserviência na cobertura de Gaza transformam a mídia em uma cova do bom jornalismo (pág. 22). Em Israel, há tempos em posição delicada, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu triunfa e pretende levar sua vantagem o mais longe possível, mesmo que isso implique desafiar seu aliado norte-americano (pág. 16). Por sua vez, os líderes dos países do Oriente Médio parecem considerar apenas três opções: permanecer inativos, fingir agir no plano diplomático ou, por fim, assumir uma aproximação com Tel Aviv. Porém, todos temem que Israel amplie o conflito para o Irã. Antes, talvez, de aprofundar suas conquistas sobre o território iraniano (a seguir)
A vitória ensanguentada de Benjamin Netanyahu
Em um ano, Israel eliminou vários de seus inimigos na liderança do Hamas e do Hezbollah, incluindo Yahya Sinwar, Ismail Haniya e Hassan Nasrallah. Longe de considerar uma trégua a seu favor, o primeiro-ministro israelense pretende continuar a guerra. Uma pergunta permanece: ele desencadeará uma operação de grande escala contra o Irã, que então envolveria os Estados Unidos?
Qual é o futuro dos palestinos?
Entre planos de expulsão e prisões arbitrárias em massa para pressionar a população, o governo israelense de extrema direita pretende selar definitivamente o destino dos palestinos. Nunca, desde 1948, o futuro deles pareceu tão ameaçado
Sob as bombas em Beirute
Até onde irá a intenção israelense de destruir as infraestruturas do Hezbollah? Os bombardeios maciços agora se estendem a outras cidades além da capital. Depois de decapitar a liderança do partido xiita, Tel Aviv emprega uma estratégia de comunicação que incentiva confrontos sectários, ressuscitando o espectro de uma nova guerra civil
Falta senso crítico e sobra subserviência na cobertura de Gaza
O apagamento do fato incontestável de que a população palestina (sobre)vive sob uma ocupação militar brutal é um forte indicativo de que um lado, o do opressor, está sendo privilegiado quando se apaga seu histórico de violência
O retorno do trabalhador à cena política norte-americana
A preferência do eleitorado popular por Donald Trump, especialmente em estados politicamente sensíveis do Meio-Oeste, levou o Partido Democrata a fortalecer seus laços com o movimento operário. Contudo, os sindicatos também intensificaram suas ações em campo, com a confiança elevada em obter conquistas por meio de greves
Pequim ou Washington, quem definirá os padrões?
Se os canhões permanecem, por ora, mudos, o conflito já é intenso entre a China e os Estados Unidos nos meios de comunicação, nas instituições internacionais e nos salões ou círculos diplomáticos. No entanto, ele também se desenrola, ainda que de forma mais discreta, em outro domínio: o dos padrões que regem o comércio internacional e determinam seu futuro
Há trinta anos, outra Grande Depressão
Em 1989, a juventude da Alemanha Oriental derrubou o Muro de Berlim: ela sonhava com liberdade, com prosperidade. As reformas que se seguiram tiveram pouco a ver com as esperanças despertadas pelo evento. O artigo a seguir detalha suas consequências sociais, comparáveis às de uma guerra
O continente branco, um laboratório para a paz
Assinado em 1959, durante a Guerra Fria, o Tratado sobre a Antártida fundamenta sua vocação científica e pacífica. O dispositivo jurídico original previne a cobiça, crescente no século XXI, em relação aos recursos da região
A “ordem baseada em regras”
Em vez do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, os países ocidentais agora invocam um novo sistema supostamente destinado a pacificar as relações entre Estados. Vaga e desprovida de bases teóricas sólidas, essa “ordem multilateral” visa perpetuar o domínio dos Estados Unidos e de seus aliados sobre os rumos do mundo
O Congresso norte-americano contra a McKinsey
A McKinsey, o Boston Consulting Group e outros escritórios de consultoria norte-americanos são centrais para a estratégia saudita de desenvolvimento e aumento da influência. No entanto, essa atuação com Riad suscita preocupação em uma comissão de inquérito do Senado norte-americano. Os legisladores temem um conflito de interesses que poderia prejudicar, a longo prazo, a economia e a segurança dos Estados Unidos
O verdadeiro rosto do extremo centro
“Os extremos se encontram.” Quantas vezes ouvimos defensores da famosa – e enganosa – “teoria da ferradura” se preocuparem com uma convergência das radicalidades? Contudo, enquanto o atual chefe de Estado francês se incluía entre essas sentinelas do republicanismo, seu campo agora governa com o apoio tácito da extrema direita. Uma comum brutalidade explica essa aproximação
Por que a inteligência artificial vê Barack Obama como branco?
O que há de mais neutro, dizem, do que um computador? Engano: por trás de seus veredictos frios, algoritmos e autômatos encapsulam todos os vieses dos humanos que os projetam. Baseada no modelo do indivíduo calculador e herdeira de uma história permeada por escolhas ideológicas, a inteligência artificial é uma máquina política. Colocá-la a serviço do bem comum implica, antes de mais nada, desconstruí-la
Miscelânea
Confira as resenhas dos livros Três poetas moderníssimas, de Mina Loy, Hope Mirrlees e Nancy Cunard. O enbranquecimento, de Evandro Cruz Silva. E O preto de pousa flores, de Aida Gomes.