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Repressão no Peru
A venda e transferência de terras indígenas em curso no país são consideradas pelos povos originários como uma expropriação nua e crua. Para exigir o fim dessa medida, centenas de manifestantes deflagraram uma greve regional de quase 60 dias, que terminou em graves conflitos com as forças armadas e o governo
Uma advertência chamada Honduras
Contrariamente ao que alegou o usurpador Roberto Micheletti, a deposição de Manuel Zelaya e sua expulsão para a Costa Rica não tem nada a ver com alguma tentativa de organizar um referendo ilegal. O fato é que teve início uma nova fase da batalha pelo controle da América Latina e os países começam a se movimentar
O Congo, seus amigos chineses e o FMI
O país, desprovido de estradas e meios de comunicação, foi recentemente coberto de antenas pelas empresas de telefonia. Agora, a China comanda a instalação de um cabo de fibra óptica que representará um salto tecnológico significativo. Enquanto isso, os aldeões reivindicam acesso à água e energia elétrica
A nova força da Índia
Com mais de 1,3 milhão de homens e mulheres a serviço da nação, a Índia possui a terceira maior força militar do mundo em termos de efetivo. Contudo, o estado geral dos equipamentos é preocupante: os materiais estão envelhecidos e os veículos obsoletos. Com investimentos astronômicos, essa situação precária deve mudar
Silvio Berlusconi, o poderoso chefão
O premiê italiano oferece a seus eleitores uma retórica e uma cultura política cínicas e anti-institucionais. Os valores que defende são fundamentados em convicções tradicionais anti-intelectuais e pequeno-burguesas. Não aceita nenhum limite ao seu próprio poder. E mesmo assim, continua com altos índices de aprovação
A Unasul Saúde
A saúde é reconhecida hoje como um produto social, mais do que apenas o resultado de processos biológicos. Sob essa perspectiva, os governantes sul-americanos decidiram reunir esforços para desenvolver mecanismos adequados ao enfrentamento dos problemas na área, melhorando assim as condições de vida da população

10 razões para legalizar as drogas
Este texto é uma exceção. No lugar do editorial que costumeiramente publico nesta página, apresento para vocês – leitoras e leitores do Le Monde Diplomatique Brasil – uma reflexão de um especialista em Inteligência Criminal da Scotland Yard. Boa leitura!
Silvio Caccia Bava
Perigos reais e imaginários
Aids, gripe aviária e vírus A (H1N1) são nomes conhecidos por boa parte da população mundial. Seguindo a lógica dos organismos vivos, as doenças souberam se adaptar à era da tecnologia, contornando os antibióticos e outros progressos da medicina. Mas por que algumas dessas patologias tiveram mais destaque que outras?
Tráfico, guerras e despenalização
Racismo, xenofobia, negócios e moralismo são as raízes da atual conjuntura proibicionista. As drogas – que sempre fizeram parte da cultura humana – foram divididas em lícitas e ilícitas
Que o céu nos proteja dos otimistas
Vivemos um momento único da história da humanidade. Uns o definem como “o encontro da espécie com os limites da biosfera”. Outros como “a mais profunda crise jamais enfrentada”. Assim, o que deve ser revisto é todo nosso modo de pensar e a representação que fazemos da espécie humana, de sua vocação e seu lugar no mundo
Debates em curso
A constatação de que não existe mais um consenso mundial sobre a política de drogas foi essencial para que diversas iniciativas pouco conhecidas ganhassem espaço no debate. Paralelamente à agenda oficial, a política proibicionista de guerra às drogas já era criticada duramente no Brasil por diversos setores e movimentos
Experiências do pensar
O pensamento é hoje uma referência apagada para as ações humanas. A distância entre as ambições e as realizações da ciência e as ambições da filosofia chegou hoje ao seu ponto máximo. Há um domínio tecnocientífico do mundo do qual não se consegue escapar
Drogas e violência: uma questão de classe
Com mais de três décadas de profissão, o jornalista Caco Barcellos já subiu muitos morros no Rio de Janeiro e viu de perto a realidade das periferias de São Paulo. Autor de dois livros que relatam os abusos policiais e a vida dos traficantes, acredita que a desigualdade de renda é o ponto-chave do sucesso do tráfico
Biblioteca de bolso
Em tempos de Google, os livros eletrônicos se somam ao processo de digitalização de “todos os saberes da humanidade”. Acervos inteiros de bibliotecas já podem ser lidos pelo computador, em detrimento das versões impressas, que permanecem um bastião da resistência ao imediatismo do fluxo incessante de informações
Aumenta o consumo. O proibicionismo falhou
A despenalização da posse de drogas para uso próprio deve ser compreendida como uma estratégia limitada de oposição ao proibicionismo clássico, pois mantém a conduta como crime previsto na lei, mas exclui a imposição de pena de prisão.
A dependência química é de uma minoria
A maior parte das internações por abuso de substâncias que alteram a consciência acontece pelo uso indevido de drogas lícitas. Ao que tudo indica, os usuários de maconha e de álcool, em geral, obedecem a um padrão ocasional, o qual não oferece grande risco à saúde
A ditadura dos lobbies
Apesar de sua disposição, o presidente Obama não conseguirá alterar fundamentalmente o sistema de saúde americano, que continuará lamentável
Uma separação de interesse público
Desde 1889, lê-se na Constituição que a questão religiosa concerne à esfera privada, importando a neutralidade do poder político com relação às crenças.
Recuperação econômica: a luz no fim do túnel
Vivemos em uma economia da depressão, caminhando aos trancos e barrancos e tropeçando sem parar sob o fardo da globalização liberal e do domínio das finanças sobre a empresa e o trabalho. As previsões de crescimento parecem não levar em conta o saldo de 39 a 59 milhões de desempregados a mais no mundo
Revolta silenciosa nas fileiras da Unesco
Com o fim do mandato de Koichiro Matsuura, uma eleição indicará o novo diretor geral do órgão. Durante dez anos no cargo, ele empenhou-se em sujeitar a organização à autoridade do Japão e em implementar reformas que atendessem aos interesses dos americanos, demitindo funcionários para “reduzir despesas”