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Bo Widerberg, o anti-Bergman
Ele escolheu mostrar uma greve no interior e homenagear o sindicalista Joe Hill, mas também falou de amor. Inventou o “filme policial sueco” e fez nascer um novo tipo de jogo entre os atores. Bo Widerberg celebra a contestação da ordem, solitária ou coletiva, com uma liberdade e um lirismo dos quais havíamos nos esquecido

Mídia-culpa
Fake news fabricadas em conjunto pelos serviços de segurança e pela imprensa liberal são o novo método utilizado pelos Estados Unidos para prolongar guerras sem fim. No conflito mais recente, a respeito da retirada das tropas do Afeganistão, o New York Times anunciou que a Rússia estaria oferecendo secretamente prêmios aos militantes afegãos que matassem soldados norte-americanos

Uma humorista chinesa na corda bamba
País mais masculino do mundo (114 meninos para cada 100 meninas no nascimento), a China dificilmente considera as reivindicações feministas. As mulheres representam menos de 5% dos membros do Comitê Central do Partido Comunista. O ostracismo é ainda maior no universo do stand-up, como testemunha o caso da humorista Yang Li

Destruições causadas pelos carros
Há cinquenta anos, apesar dos discursos e de adiamentos ilusórios, o tecido urbano não para de se esgarçar. A concentração e a industrialização do comércio desmembram e enfeiam as cidades. Nesse processo, esquecida pelos debates eleitorais, a submissão ao automóvel desempenha um papel determinante

Esquerda dividida na questão da dívida
Insegurança, imigração, “islamo-esquerdismo”… A campanha das eleições presidenciais francesas de 2022 pode parecer monótona. No entanto, abundam ideias, especialmente na esquerda, que suscitam propostas radicais, amplamente ocultadas pela mídia corporativa. É o caso da anulação das dívidas detidas pelo Banco Central Europeu

Trabalhar menos para poluir menos
Emancipatória e promotora de uma melhor distribuição do emprego e da riqueza, a redução da jornada de trabalho também seria capaz de diminuir as emissões de gases de efeito estufa. Essa visão ousada de futuro, no entanto, ainda assusta: é o que mostra a retirada, pela Convenção Cidadã sobre o Clima da França, da proposta de 28 horas semanais de trabalho
Guerras sem fim contra os palestinos
Após onze dias de conflito, com 230 mortes palestinas e 12 israelenses, Israel e o Hamas concluíram um cessar-fogo sem condições prévias. A trégua não apaziguou as tensões em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia, pois não mexe nas questões de base. Sem um Estado viável e tendo de continuar se submetendo à colonização, os palestinos continuarão a lutar por seus direitos
Covid-19: as causas do desastre indiano
Até o início de abril, a imprensa mundial saudava a façanha do primeiro-ministro indiano e sua “diplomacia da vacina”, capaz de conter a China. Hoje em dia, a Covid-19 provoca uma destruição tamanha que levou o país a uma falta de vacinas, de medicamentos e de oxigênio. E, pela primeira vez desde 2014, Narendra Modi teve de pisar no freio
A Otan vai à Ásia
Em uma coluna publicada no Le Journal du Dimanche, em 7 de abril de 2021, os embaixadores da Austrália e da Índia na França felicitaram o presidente Emmanuel Macron pelo ingresso no “eixo indo-pacífico” e pela realização de exercícios militares conjuntos. Os contornos dessa aliança, contudo, permanecem borrados e cada um persegue seus próprios objetivos
Austeridade com responsabilidade social?
Projeto proposto pelo senador Tasso Jereissati e apoiado por mais de trezentos economistas, banqueiros e empresários propõe a redução de benefícios sociais em nome do combate à pobreza extrema. Grosso modo, a proposta pretende acabar com a miséria no país tornando mais pobres os “menos pobres”
Brasil, uma democracia militarizada
Graças ao presidente Jair Bolsonaro, os militares desfrutam de uma representação inédita no centro do governo, assim como na administração pública. Recentes desentendimentos entre o chefe do Estado e generais alimentaram rumores de um golpe de Estado. Mas por que as altas patentes abandonariam o navio que elas salvaram do naufrágio e do qual mantêm a direção?
As ruas foram eleitas, e agora?
Para enterrar o legado de Pinochet, a maioria dos 6 milhões de votantes chilenos escolheu deputados constituintes alternativos ao sistema e conectados com as agendas por direitos sociais. Mas ainda restam armadilhas
Na Colômbia, a obsessão com o “inimigo interno”
Indignado com a ideia de que a ditadora boliviana Jeanine Áñez pudesse responder por seus atos diante da justiça de seu país, o Parlamento europeu votou uma resolução pedindo sua libertação. Ele parece menos preocupado com a violenta repressão que os manifestantes colombianos sofreram em maio. Dezenas de mortos e centenas de feridos não suscitaram nenhuma reação
A arte do golpe de Estado
Em 19 de maio, o ministro do Interior da França participou de uma reunião de policiais que, diante da Assembleia Nacional, exigiam o endurecimento da legislação penal. Essa anomalia democrática foi precedida de duas petições de militares de extrema direita. Alegando indignação com uma suposta moleza do poder, eles inscrevem-se na longa tradição dos golpes de Estado
Ensino híbrido: adequando a educação ao mercado
A demanda das escolas por serviços tecnológicos e a incorporação desses recursos contribuem para a exponencial valorização das empresas de tecnologia enquanto favorecem a piora da desigualdade educacional e social
Negacionismo disfarçado
O mesmo governo paulista que defende vacinas e se opõe ao governo Bolsonaro segue um roteiro perturbador quando o assunto é a retomada das atividades escolares presenciais, as reais condições de segurança sanitária nas escolas ou a efetividade do ensino remoto durante o período de suspensão das atividades presenciais
Crise da educação só termina se governo Bolsonaro for impedido
A pandemia de Covid-19 veio agravar a profunda crise política, social e econômica pela qual o Brasil vinha passando; a educação não saiu ilesa, ao contrário. Para fazer frente a esse cenário, precisamos retomar um projeto de justiça social e democracia
Pensar e defender o impossível
O governo Bolsonaro vive um momento de desgastes – de redução de sua base de sustentação social, de distanciamento de alguns setores militares, de quebra de alianças com igrejas evangélicas, de derrotas no Congresso, de maiores riscos de criminalização pela CPI da Covid – que demonstram a fragilidade de sua sustentação social e política.
Ainda de pé
Em quinze anos, Gaza sofreu cinco expedições punitivas: 2006 (Chuvas de Verão); 2008-2009 (Chumbo Fundido); 2012 (Pilar de Defesa); 2014 (Fronteira de Proteção); e 2021 (Guardião das Muralhas). Israel escolheu esses nomes para poder disfarçar os agressores como sitiados