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Propostas para agora
A história ensina que as grandes crises nos países dominantes causam danos enormes na periferia do sistema. Mas elas também geram brechas que permitem avanços. Para escapar do colapso internacional é preciso aproveitar este momento com coragem de agir e de fixar objetivos realistas
A máquina de vender livros
No início, o livro mais vendido foi um dicionário de matemática. Hoje, grandes pensadores como Nietzsche, Maquiavel, Platão, Diderot e Sun Tzu estão no topo da lista. Só posso concluir que brasileiro lê, gosta de ler, sabe escolher e é muito exigente. Basta dar acesso
Desemprego à vista
A crise gera expectativas negativas sobre o futuro. Se o Brasil crescer menos de 3,5% em 2009, a falta de emprego não tardará a chegar. Às atuais férias coletivas se seguirão a redução das horas extras e as demissões, primeiro dos trabalhadores temporários e depois dos demais
A pasteurização da esquerda
O mercado venceu: a esquerda brasileira perdeu sua perspectiva estratégica e a militância feneceu. A mobilização foi suplantada pela profissionalização. A única saída é mergulhar no mundo dos excluídos, para ajudá-los a dar consistência às suas demandas e a conquistar uma reforma política que depure a democracia
Nova era democrata
A vitória histórica de Barack Obama traz em seu interior as sementes para um realinhamento básico da política americana. Ela é também produto de uma tendência de longo prazo favorável à emergência de uma maioria democrata que poderá dominar a cena dos Estados Unidos pelo próximo quarto de século
Um G20 descartável
Dois meses após o crash de Wall Street, seria inútil esperar dos países mais influentes do mundo a contestação das políticas injustas que promovem a desigualdade. Um “novo Bretton Woods” não se monta em algumas semanas
Jersey, o paraíso sem medo
A quantia total dos fundos depositados na ilha, até hoje vinculada à Coroa britânica, seria superior a R$ 1,7 trilhão. O montante ainda é pequeno, mas em um contexto de concorrência desenfreada entre os 70 paraísos fiscais recenseados no mundo, Jersey está consolidando sua participação no mercado
O subemprego asiático
Desde o início dos anos 1990, os empresários japoneses encontraram uma solução ideal para enfrentar as turbulências na economia: o estágio estrangeiro. Jovens, principalmente chineses, são recrutados para trabalhar durante 12 horas por dia em troca de salários irrisórios e um visto de apenas três anos
Em busca de recursos naturais
Dependente dos hidrocarbonetos estrangeiros, a Europa se preocupa cada vez mais com a falta de diversidade de suas importações e com sua submissão à instabilidade do mercado. Além disso, o Velho Mundo teme a possibilidade – concreta – de os países exportadores formarem um grande cartel também para o gás natural
Rússia e suas raízes muçulmanas
Mais de 15% da população da Federação Russa é muçulmana e 8 de suas 21 repúblicas autônomas adotam o Islã como religião oficial. É com esses argumentos que Moscou reivindica uma relação política privilegiada com o conjunto do mundo árabe, sob o objetivo declarado de “reforçar a multipolaridade global”
O publico e privado: quem fica com as aposentadorias
Enquanto o governo do Chile se vê obrigado a fornecer um subsídio mensal à boa parte da população, que nos anos 1980 foi forçada a migrar para a previdência privada, a presidente argentina Cristina Kirchner conseguiu evitar um colapso de US$ 24,8 bilhões nos fundos de pensão ao nacionalizar as aposentadorias.
Regularização fundiária
Os processos em curso precisam considerar a peculiaridade de cada assentamento, tanto do ponto de vista físico-urbanístico, como jurídico e social. Mas, mais do que isso, têm de levar em conta as relações sociais construídas ali, suas formas de organização e representação
Pensar um mundo novo
Já está claro que esta é uma crise sistêmica. Não podem ser vistas como isoladas as crises de segurança alimentar, ambiental, energética e financeira. É uma crise do modo de produção capitalista de mercado e de sua narrativa que explica o mundo como um campo de competitividade, de conquistas e derrotas, de uma predação sem limites.
O elo frágil da esconomia global
Calcula-se que há um aumento, em média, de 8% ao ano na demanda por imóveis algo que o mercado obviamente não consegue atender. A falta de moradias tornou se um problema real em vários países e essa tendência é reforçada pelo crescimento constante das habitações ocupadas apenas por um indivíduo
Consumismo infantil
Em nossa sociedade há um verdadeiro exército publicitário trabalhando ininterruptamente para convencer as crianças a comprar toda sorte de produtos, em especial durante o Natal. Com fotos bem produzidas e indicações de artistas renomados, a propaganda adentra suas defesas psíquicas ainda frágeis e promove ilusões
Para salvar o planeta
O degelo progressivo dos pólos pode dar lugar a um desastre sem precedentes que irá gerar um aumento muito maior e mais acelerado do nível das águas. E um tratado “pós-Kyoto”, necessário para evitar a catástrofe, deve demorar a surgir
Sobre pássaros e lobos
O fato é que os grandes comércios não somam em nada na quebrada, não se adaptam à cultura local, pelo contrário. Nas periferias eles exploram os desinformados, com uma calculadora rápida e muitos sorrisos. E o crédito vai sendo aprovado, afinal nosso povo é honesto, sofre, mas não deixa manchar o nomeFerréz
O oceano Austral e o Brasil
Os efeitos do Atlântico Sul no clima e no tempo ainda não foram completamente compreendidos, em especial nas costas brasileiras. Entender esse fenômeno faz parte de um estudo mais amplo que o país vem desenvolvendo na Antártica com o objetivo de determinar a importância desse oceano como sumidouro de carbono do planeta
A alma do consumo
A era hipermoderna se dá sob o signo do excesso e do extremo: não sabemos ao certo onde termina a necessidade e onde começa o supérfluo. A vontade de saber, a vontade de se relacionar, a vontade de viver e a vontade de lazer foram absorvidas pela lógica do consumo
Novos protagonismos
A Bolívia é o caso mais atual de um movimento amplo na América Latina em que os povos originários estão assumindo um protagonismo crescente na política e obtêm avanços significativos como o respeito a seu sistema judicial. Os horizontes parecem abertos para a constituição de Estados plurinacionais
Riscos e oportunidades
Para evitar efeitos mais devastadores da crise, os bancos centrais tomaram medidas de vulto, com trilhões de dólares de ajuda ao sistema financeiro. Mas o cassino continua! É preciso que os movimentos e as entidades pensem ações coletivas para denunciar esses esquemas, que não mudam na base as causas do colapso
As ciências sociais hoje
Meio ambiente, cidades, justiça, violência e partidos políticos. “Se for verdade que não se propõem senão os problemas que podem ser resolvidos, estamos num bom caminho”, analisa um otimista Marcelo Ridenti acerca dos principais temas discutidos durante o 32º Encontro Anual da Anpocs