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A extinção judicial do Escola sem Partido
Efeitos práticos de decisões do STF e o ponto final na farsa jurídica construída para impor censura antigênero nas escolas e perseguição a professores

O lado vergonhoso do “metal azul”
Indispensável para a fabricação de baterias elétricas, o cobalto é uma das matérias-primas mais cobiçadas do mundo. Sua raridade alimenta o medo de uma possível escassez. Na República Democrática do Congo (RDC), principal produtor mundial, crianças trabalham nas minas para abastecer as grandes empresas dos setores automobilístico, de informática e de telefonia

Uma aldeia chinesa na Itália
Na Itália, o centro europeu da diáspora chinesa registrou poucos óbitos pelo coronavírus. Artesãos desse sucesso sanitário, os chineses de Prato, engajados na indústria local do prêt-à-porter, gozam de um reconhecimento tardio, após vinte anos de desamor

As duas faces da censura
Estados e transnacionais de alta tecnologia digital se apresentam regularmente como adversários, os primeiros dramatizando seus esforços para regular os segundos, que atuam sem se preocupar com leis. Mas, quando se trata de vigiar e censurar a internet, sua relação torna-se simbiótica. Essa aliança entre o poder público e o capitalismo informacional vem de longe…

A voracidade do Exército egípcio
Desde a chegada ao poder do marechal Abdel Fatah al-Sissi, em 2013, o Exército egípcio está envolvido em uma expansão econômica que parece sem limites. Levando adiante uma ampla diversificação de suas atividades, supervisiona milhares de projetos de infraestrutura e monopoliza contratos públicos em detrimento de empresas estatais e privadas – uma onipresença que prejudica o país

Enganos a respeito da dívida dos países pobres
Contrariamente ao desejo do presidente francês, Emmanuel Macron, a dívida dos países africanos não será anulada e a suspensão momentânea dos pagamentos não resolverá os problemas agravados pela pandemia de Covid-19. Nesse cenário, a recusa em pagar merece ser cada vez mais considerada uma possibilidade
Após a pandemia, o despertar da África?
A pandemia de Covid-19 lamentavelmente administrada pelo Ocidente revelou os limites de sua hegemonia. A Europa e os Estados Unidos perdem cada vez mais autoridade moral. Mas uma ordem internacional mais justa está distante. Para a África, os acontecimentos destacam o sentimento de um destino comum e certa combatividade. Os obstáculos, contudo, continuam numerosos
Sob a proteção de um jaleco
Máscaras e testes, duas coisas reconhecidas como eficazes. Máscaras e testes, duas coisas de que Paris se privou metodicamente. A França não apenas se livrou de seu estoque estratégico de proteções respiratórias, como também as práticas de relocalização empreendidas pela elite política há trinta anos amputaram sua capacidade de produção
Bolívia: na estrada com a elite de Santa Cruz
Do Wall Street Journal às franjas mais descerebradas da esquerda internacional, quase todos os comentaristas defenderam a ideia de que o presidente Evo Morales fraudou as eleições de outubro de 2019. Seu erro contribuiu para a saída do agora ex-chefe de Estado, em benefício da elite reacionária de Santa Cruz. Esta sonha assumir de vez as rédeas do país nas eleições de 6 de setembro
“Não posso parar de trabalhar”: a exposição ao vírus e o avanço da fome
A fala de um vendedor ambulante de 65 anos que continuava vendendo suas mercadorias pela cidade de São Paulo sintetizou o dilema que rapidamente ganhou o noticiário nacional e internacional: “O que você quer que eu faça? Se não morrer desse vírus, morro de fome. Não posso parar de trabalhar”
A cavalgada autoritária de Bolsonaro
Ex-paraquedista, o presidente Jair Bolsonaro sabe que uma das melhores estratégias de defesa é o ataque. Abalado pelas instituições por sua gestão calamitosa da pandemia de Covid-19, ele aproveita o episódio para acusar o Congresso, a Justiça e os governadores de oposição de desvios ditatoriais. Enquanto isso, os apelos por sua destituição se multiplicam
Um país crivado por homicídios policiais
Nos Estados Unidos, a garantia da ordem é uma prerrogativa local. Como então explicar que uma cidade progressista como Minneapolis seja palco de repetidas atrocidades policiais racistas? Portadoras de um pesado passivo em termos de violência contra pessoas negras, as polícias desfrutam de uma impunidade quase total – pelo menos até a morte de George Floyd
A desconfiança dos cidadãos em relação à polícia
“Todo mundo odeia a polícia.” Comum nas manifestações francesas, esse slogan exprime uma preocupação que não é mais restrita aos grupos militantes. Frequentemente convocadas para reprimir movimentos sociais, com destacada brutalidade, as forças da ordem veem sua missão confundir-se com a de uma guarda pretoriana do poder. Sua popularidade não resistiu
Comunicação e racismo estrutural
A pandemia do coronavírus e as recentes manifestações antirracistas trouxeram de volta a pauta do movimento negro para a crista do debate na opinião pública. No Brasil, quando falamos de direito à comunicação e racismo, procuramos em geral travar um debate sobre representatividade na mídia, mas nos esquecemos, muitas vezes, de abordar questões relativas ao acesso
“Falando da perda: hoje estou mal, espero que você entenda”
A crise gerada pela pandemia se somou às crises anteriores, que tornaram o Brasil o país com maior número de casos registrados de ansiedade.
“O racismo é uma realidade violenta”
A dinâmica brutal da violência comprova a afirmativa de Grada Kilomba: o racismo é uma realidade violenta. Uma violência que se acelera e se aprofunda em política de morte expressa e executada pelo Estado, incentivada por grupos hegemônicos e atiçada por supremacistas brancos, enraizada de tal modo na sociedade que se tornou naturalizada
A pandemia e a pena de morte nas prisões brasileiras
Com a pandemia, o quadro geral de precariedade, exclusão e adoecimento nas prisões tornou-se ainda mais preocupante, não só pelo previsível efeito letal da doença em ambientes insalubres, mas também em razão das decisões governamentais e judiciais que agudizaram o problema e ampliaram os riscos da crise sanitária em curso
Enquanto houver racismo, não haverá democracia
Transformar o racismo estrutural sistemático da sociedade brasileira não é tarefa da população negra, é responsabilidade da população branca e do conjunto das instituições brasileiras. Na atualidade, não nos bastam afirmações e posicionamentos antirracistas, é preciso alterar relações de poder que, efetivamente, atendam aos interesses e às necessidades da população negra
A hora é agora!
Certamente não será o governo Bolsonaro que vai nos tirar dessa situação. Ele só agrava a crise. E, se nossas representações coletivas não se mexerem agora, estaremos nos condenando e à nova geração ao pior cenário possível. A geração Covid-19 será mais uma vítima da política de morte e destruição desse governo insano.