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As receitas da Netflix
Uma pequena empresa de aluguel de DVD por correspondência foi criada em 1997 e, batizada com o nome de Netflix, tornou-se uma plataforma de vídeo sob demanda que conta com 140 milhões de assinaturas em 190 países. O acesso é ilimitado, sem publicidade e personalizado. Todos os aparelhos levam a partir de então à Netflix, que procura impor suas regras

A Tanzânia aposta na China
Mais de vinte pessoas foram mortas em 16 de janeiro de 2019 em um atentado contra um hotel de Nairóbi. Na competição por investidores que o opõe à Tanzânia, o Quênia sofre com a insegurança. Pilar histórico da cooperação sino-africana, o país de Julius Nyerere é cada vez mais palco de um enfrentamento econômico entre China e Estados Unidos

O grande retorno do trem à África Oriental
O dinamismo do mercado de matérias-primas suscita uma forte demanda por infraestruturas de transporte na África Oriental. Após anos de abandono, as ferrovias atraem a competição entre investidores. Mas esse entusiasmo desordenado, que deve permitir o escoamento de minérios para os portos do Oceano Índico, vai beneficiar a população?

Resistência camponesa ao confisco de terras
Sedento por crescimento, o Vietnã aposta no boom das indústrias com uso intenso de mão de obra e no desenvolvimento imobiliário – sem prestar atenção às consequências para o meio ambiente e para as terras agrícolas. Essa política desperta a indignação de muitos camponeses

Israel perde o apoio dos judeus norte-americanos
As relações entre o governo de Israel e os judeus dos Estados Unidos estão cada vez mais distantes. Enquanto o primeiro aprofunda sua opção pela extrema direita, os segundos ancoram-se mais e mais no campo progressista, fustigando a ocupação e a colonização – políticas apoiadas pela Casa Branca

Um pouco de bom senso, por Dios!
Embora cercados de meios de comunicação, nós vivemos em uma sociedade profundamente desinformada. Entre fatos e opiniões, preferimos tranquilizar o fígado, deformando os fatos para justificar nossas crenças. Mobilizar as pessoas pelo ódio rende muito mais que tentar explicar a realidade

Brexit de esquerda, um caminho bastante estreito
Considerado uma ameaça por alguns conservadores, o Brexit pode representar uma oportunidade para os trabalhistas caso estes cheguem ao poder. Livres dos tratados neoliberais que regem a União Europeia, eles teriam mais margem para colocar em prática seu programa. Falta convencer seus militantes de que é possível um Brexit que não seja de direita
A violência como forma de governo
Sob a égide das obsessões securitárias e da lógica bélica e militarizada de gestão das populações indesejáveis, vai se difundindo, como bem mostra Mbembe, a fantasia da separação e do extermínio, projetando “um mundo que se desembaraça” de muçulmanos, negros, migrantes e todos os deserdados das tormentas mundiais. Confira artigo de abertura do dossiê “Estado de choque”
Os ideólogos de Jair Bolsonaro
Tanto Paulo Guedes como Olavo de Carvalho são representativos de uma amálgama ultraliberal conservadora defendida por um corpo amplo de ideólogos que passaram a assumir postos-chave na atual administração e atuam com base em um grau razoável de coesão em torno de duas ideias principais: “privatizar tudo” e “combater a hegemonia cultural esquerdista”
O que querem os militares brasileiros?
No Brasil, a posse de Jair Bolsonaro foi acompanhada do barulho de coturnos. Nos ministérios, os altos funcionários aproximam-se cada vez mais de ideólogos neoliberais – um casamento que pode ser tempestuoso. Diferentemente do general chileno Augusto Pinochet, os militares brasileiros defendem o intervencionismo econômico e a soberania nacional
Não é possível ser internacionalista sem ser anti-imperialista
Em tempos passados, toda a esquerda compreendia como progressivas as reivindicações de um programa nacional nos países periféricos que sofrem a opressão imperialista. Mas não nos países centrais que dominam o mundo, porque, nestes, o nacionalismo equivalia – e continua sendo indivisível dela – à defesa de um imperialismo contra outro
A santíssima trindade: nação, Deus e os inimigos disso daí
Bolsonaro não inova ao invocar nação e Deus, colocando ambos na arena política junto de seu nome. Sabe que com isso os conceitos totalizantes tornam-se ao mesmo tempo excludentes. Quem ataca Bolsonaro é inimigo “da pátria”, logo de Deus
Quem tem medo dos referendos?
Ao pedirem a realização de um Referendo de Iniciativa Cidadã (RIC), os “coletes amarelos” levantaram um debate centrado na consulta popular. No entanto, essa é apenas uma via de expressão da iniciativa cidadã, estimulada em vários países. As condições para compartilhamento de informações e para o debate público continuam sendo cruciais para isso
A casta que manda na França
Especialistas em burguesia e oligarquia francesas, os sociólogos Michel Pinçon e Monique Pinçon-Charlot publicam uma crônica social da França de Emmanuel Macron. Sua síntese dá vertigem. Ela explicita o desprezo elitista de um presidente recém-eleito e o apego ao poder de uma casta de ultrarricos – dois detonadores do levante francês
Das violências policiais às violências judiciárias
Atordoado por um movimento social inédito, o governo francês lança uma ofensiva legislativa, arriscando impedir a liberdade de manifestação. Ele estimula a condenação da violência, exceto quando esta é de sua responsabilidade. Na falta de resultados concretos, o governo aposta no desgaste e enseja uma repressão sem precedentes desde os anos 1960
Luta de classes na França
O chefe de Estado francês respondeu ao movimento dos “coletes amarelos” propondo um “grande debate nacional”. Esse tipo de exercício sugere que os conflitos sociais se explicam por problemas de comunicação entre o poder e seus opositores, não por antagonismos fundamentais. Uma hipótese perigosa…
Roteiro da resistência
A restrição do espaço político leva ao confronto e, para o governo Bolsonaro acabar com essas mobilizações, é preciso acabar com seus protagonistas