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Hitchcock em foco
Os críticos celebram Alfred Hitchcock como um mestre da encenação; o grande público o festeja como o “rei do suspense”. Conjugados, esses entusiasmos deram ao cineasta a imagem de um artista “puro”, preocupado apenas com a arte. Porém, Hitchcock envolveu-se diretamente nos grandes debates sociais de sua época, utilizando a TV norte-americana
Shamate, os punks das fábricas chinesas
Nascidos na internet, os Shamate – notabilizados pelo documentarista Li Yifan – eletrizam com seus penteados exuberantes as cidades industriais chinesas. Esses jovens camponeses-operários que abandonaram o campo fizeram um sucesso fulgurante na virada do século XXI antes de se tornarem alvo de muitas críticas. Por que suscitam tanto ódio nas redes sociais?
Renda universal às portas do poder
O candidato democrata às eleições presidenciais, Lee Jae-myung, pretende fornecer um auxílio básico a todos os sul-coreanos – durante um trimestre, ele fez uma experiência similar em seu governo provincial. Essa proposta pode surpreender em um país historicamente hostil ao Estado de bem-estar e à assistência social
Criptomoedas não são o futuro do dinheiro
Criptoativo, mineração, blockchain… Surgido em 2009, o bitcoin parece ter revolucionado as questões monetárias até mesmo nas palavras. Uma novilíngua suscitando incompreensão e fascinação envolve uma inovação que promete “libertar” a moeda de qualquer centralização estatal. Renasce assim a esperança de mudar o mundo graças à tecnologia
Os aprendizes de feiticeiro do genoma
Atualmente, uma panóplia de instrumentos permite resolver problemas de biologia básica com aplicações na medicina, agricultura e meio ambiente. Mas a edição genômica e as novas técnicas em matéria genética levantam questões de ética e biossegurança que exigem, como nunca, um debate cidadão e uma regulamentação internacional
O plástico é fantástico
Principais responsáveis pela desregulamentação climática, as transnacionais dos hidrocarbonetos quase sempre ficam de fora das análises. Uma pesquisa sobre as três empresas que emitem mais gás carbônico – Aramco, Gazprom e China Energy – traz à luz as estratégias que empregam para mascarar suas responsabilidades passadas e futuras. O exemplo do plástico ilustra aqui métodos e cobiça desconcertantes
A União Europeia depois de Angela Merkel
À frente de uma coalizão sem identidade política, o novo chanceler alemão, Olaf Scholz, deverá resolver uma série de contradições que sua predecessora contornou com habilidade: as visões divergentes de Paris e Berlim sobre a Europa e a segurança; a relação com a China e a Rússia, clientes e fornecedores indispensáveis, mas também adversários no campo dos valores, entre outras questões
Noticiário internacional, um ponto cego no audiovisual francês
Será preciso uma guerra mundial para que a grande mídia audiovisual francesa questione os candidatos à eleição presidencial de 10 de abril sobre sua política externa? Enquanto a insistência nos limites provocados pela globalização se torna uma obsessão, o tratamento dispensado a outros países não para de se degradar – tanto em tempo como em qualidade
Qual é a coalizão diante do bloco burguês?
Com a aproximação das eleições presidenciais de abril na França, o destino das classes populares não parece cativar os candidatos de direita ou de centro. Mesmo a esquerda por vezes se deixa levar pela ideia de que a preferência eleitoral dos trabalhadores oscilaria entre a abstenção e a extrema direita. Esse clichê baseia-se em uma representação profundamente equivocada das forças sociais
Ucrânia: por que a crise?
Os europeus, alarmados com uma possível intervenção russa na Ucrânia, são os grandes ausentes das negociações abertas entre Moscou e Washington. Alinhando-se com os Estados Unidos, Paris e Berlim levaram a Rússia a tratar diretamente com os norte-americanos e fizeram o Velho Continente voltar a ser o terreno de enfrentamento entre duas potências
A instituição que inventou a América Latina
Comparar as estatísticas de países vizinhos costuma ser um verdadeiro quebra-cabeça: os métodos de cálculo são diferentes, os pressupostos teóricos variam… Não na América Latina, onde uma mesma instituição, ligada à ONU, compila números confiáveis. Desde 1948, a Cepal formula recomendações que delineiam uma corrente de pensamento, com muitas flutuações
Em busca de sentido nas relações Brasil-Estados Unidos
Desde seus primeiros meses, o governo Bolsonaro conclamou uma política internacional que integrasse o Brasil ao círculo de países governados por líderes e ideais da extrema direita e defendia um alinhamento incondicional do Planalto à Casa Branca
A decadência do Brasil na saúde global
Considerado o país com o pior desempenho diante da pandemia em todo o mundo e criticado pelo absoluto esvaziamento técnico da esfera federal e pela grosseira exploração eleitoral de temas de saúde, o Brasil teve duramente comprometidas sua credibilidade e sua capacidade de influência internacional
O encolhimento geopolítico do Brasil
Doutrina geopolítica nacional é diametralmente oposta ao que está sendo exercido em política externa durante o governo Bolsonaro em geral – e, em particular, no caso da retirada do Brasil da Unasul
Uma política externa eleitoralmente orientada
Naturalmente, todo governante quer ser reeleito e se manter no poder – mas não faz disso seu objetivo principal de governo
Brincando com fogo
Por que o empresariado parece estar satisfeito com os rumos do Brasil de Bolsonaro, apesar dos evidentes retrocessos nos campos doméstico e internacional?
O Itamaraty na política externa do governo Bolsonaro
O que antes eram ativos no universo da política externa brasileira, para o novo governo transformaram-se em passivos. Num exercício quase autofágico, capacidades estatais – ou seja, recursos de que dispunha o Estado para promover seus interesses no plano internacional – começaram a ser mobilizadas para extingui-las, em nome de uma alegada renovação
A destruição do lugar do Brasil no sistema multilateral
Enquanto desde os anos 1990 o Brasil era visto como um contribuidor para a governança global, com todas as tensões e dificuldades implicadas nesse processo, hoje há consenso entre os países democráticos de que estamos à margem do processo de construção de normas globais, de mecanismos de resolução de conflitos e do provimento de bens públicos internacionais