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“Traga sua garrafa!”
Em maio, a polícia de Londres enviou 126 multas aos festeiros, em cujo escalão principal se encontram o chefe do governo e seu ministro da Economia. As revelações sobre o que os órgãos da mídia batizam de “Partygate” desenham um quadro de prepotência e grosseria que não surpreende os observadores

Quanto vale a cripto-Monalisa?
Vender um arquivo JPEG pode render uma fortuna se ele for único, insubstituível, não trocável com outro arquivo: ele possui, desse modo, certas características de uma obra de arte. A autenticação digital e o pagamento em criptomoeda legitimam assim esse “token não fungível”, mais conhecido pela sigla em inglês, NFT

Escócia: petróleo ou desemprego?
Enquanto o Partido Nacional Escocês (SNP) aposta há tempos no petróleo para conquistar a independência, a primeira-ministra Nicola Sturgeon, de suas fileiras, parece ter mudado de ideia. Porém, transformar uma produção organizada em torno do “ouro negro” se mostra difícil na medida em que as energias renováveis não conseguem cumprir suas promessas

Bioética, cadê você?
Nas últimas décadas, a biologia molecular abriu perspectivas vertiginosas: agora é possível modificar a genética de um embrião, de modo a corrigi-la para seu próprio bem, explicam certos pesquisadores, mas correndo o risco de alimentar um mercado de humanos sob medida, retrucam outros. Como informar a população e impor limites a essas práticas?

Corrida atômica no Oriente Médio
Apesar de retomadas após a eleição de Joe Biden nos Estados Unidos, as negociações entre os países ocidentais e Teerã sobre a questão nuclear iraniana tiveram pouco progresso. Convencidos de que a República Islâmica procura ter a bomba, os países da região, encabeçados pela Arábia Saudita, também desenvolvem seus programas

Entre Kiev e Moscou, o desafio nuclear
Os confrontos entre russos e ucranianos em torno da usina de Zaporíjia reviveram o espectro de um desastre nuclear e levaram a Agência Internacional de Energia Atômica a denunciar uma situação “insustentável”. Em seu último livro, o jornalista Marc Endeweld mostra por que a energia nuclear é uma questão tanto energética como estratégica nesse conflito
A Ucrânia e seus falsos amigos
Referendo nas regiões ocupadas, nuclearização, mobilização parcial: a Rússia optou pela escalada diante das contraofensivas ucranianas realizadas com armas ocidentais. Cobeligerantes de facto, alguns Estados da União Europeia estão concretizando um projeto antigo: ancorar a Ucrânia no Ocidente e torná-la um laboratório para reduzir o custo do trabalho na vizinhança
Na Rússia, a palavra “guerra” não é tabu
Fragilizado por um revés espetacular na região de Kharkiv, Vladimir Putin ordenou em 21 de setembro uma mobilização de reservistas, decisão que provocou protestos em várias cidades do país. O Kremlin, que contava com a perseverança dos russos diante das dificuldades econômicas, assume o risco de descontentá-los, exigindo um custo de sangue ainda maior
A contestada presença do Exército britânico no Quênia
Empossado em 13 de setembro de 2022, o presidente William Ruto prestou homenagem a Elizabeth II, saudando-a como um “ícone”. A imprensa queniana, contudo, não deixou de se lembrar da repressão aos Mau-Mau em 1956. Os ganhos gerados pela presença do maior contingente de soldados britânicos no exterior já não são suficientes para calar quem denuncia seus abusos
A classe média precisa ser tranquilizada
Às vésperas do XX Congresso do Partido Comunista Chinês, uma sombra paira sobre a China: a da classe média. Ela deve, portanto, se comportar de maneira ao mesmo tempo progressista – em favor da modernização – e conservadora, a fim de manter a estabilidade.
As fragilidades de Xi Jinping
Em 2018, ninguém imaginava que o XX Congresso do Partido Comunista Chinês, em 16 de outubro, seria tão agitado. O mal-estar da classe média, o destino de Taiwan e as relações com EUA e Rússia evidenciam falhas até então discretas
No Chile, a esquerda decepcionada com o povo
Em um país onde a mídia é tão concentrada como no Chile, organizar um referendo sem reformar o setor equivale a alçar os donos dos meios de comunicação à categoria de grandes eleitores. Porém, isso é suficiente para elucidar a rejeição do projeto de nova Constituição? Ou há outras razões para explicar por que o povo nem sempre vota como os progressistas gostariam?
Rumo ao bolsonarismo sem Bolsonaro?
Os resultados do primeiro turno das eleições, para desânimo de muitos do progressismo, evidenciaram o que agora parece tão óbvio: o bolsonarismo pode e deverá continuar após Bolsonaro. E isso é possível justamente porque o bolsonarismo é a versão atual – neoliberal e necropolítica – do “fascismo eterno” brasileiro, mácula constitutiva de nossa sociedade
O perfil do Centrão na nova legislatura
O Centrão praticamente manteve o tamanho, mas sua composição interna se alterou com o fortalecimento do partido de Bolsonaro. Quase todos os outros partidos do grupo sofreram perdas. Porém, não podemos esquecer que a configuração do grupo depende da relação entre Legislativo e Executivo, seja este comandado por Lula, seja por Bolsonaro
Partidarização ou personalização das disputas nos estados
Os cientistas políticos asseguram que os partidos são importantes, principalmente no Legislativo, em que são os atores centrais na negociação com o governo, mas também no processo eleitoral, no qual distribuem os valiosos recursos de campanha.
Para 2o turno, intensificar a campanha é essencial
Superior ao que previam os institutos de pesquisa, o desempenho de Jair Bolsonaro no primeiro turno das eleições surpreendeu. Para entender o que aconteceu no dia 2 de outubro, analisar o desempenho das principais campanhas e projetar o segundo turno, conversamos com a professora titular de Ciência Política da Unicamp Rachel Meneguello
Qual é o plano para o segundo turno?
O PT sofre novamente com a abstenção eleitoral e ainda carrega o desafio de unir o Brasil em torno de um projeto democrático e popular. Há anos, os institutos de pesquisa têm sofrido com a pressão decorrente de divergências entre seus números e os resultados eleitorais. Bolsonaro se vale da estratégia de desacreditar tudo aquilo de que ele não gosta, e a grande imprensa tem prestado um serviço tecnicamente muito questionável.
Não podemos temer o Brasil que saiu das urnas
O Brasil que sai das urnas confirma nossa hipótese: a polarização eleitoral, política e social se manifestou nas urnas e seguirá pautando a política brasileira
Você decide
Agora se estabelece, neste segundo turno, uma disputa entre essa extrema direita e uma grande coalizão democrática que luta para assegurar um governo que respeite direitos, cuide das famílias por meio das políticas públicas e erradique a fome e a miséria.
Secessões norte-americanas
Aborto, educação, justiça penal, acolhida aos imigrantes: à medida que os diversos estados do país adotam decisões opostas conforme sejam republicanos ou democratas, uma questão não sai da cabeça dos dois campos: vale a pena agir de forma obstinada para fazer coexistir estados tão desunidos?