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Por que os funcionários públicos japoneses se matam de trabalhar
Longe do estereótipo do servidor público que vive ao abrigo das vicissitudes da existência, os altos funcionários japoneses trabalham em condições exaustivas, fazendo até trezentas horas extras por mês. As leis sociais – já muito pouco protetoras – não se aplicam a eles. Um número crescente desses trabalhadores abandona os ministérios, provocando uma crise inédita do serviço público


A história do sono
Deitar-se à noite, dormir direto, despertar de manhã: nada mais normal. Esse encadeamento parece tão natural que sua interrupção no meio da noite é considerada um distúrbio. Nem sempre foi assim. Por milênios, o sono humano foi cortado por um despertar noturno. Um tempo para si, envolto em sonhos, que abria uma porta ao inconsciente

Na Itália, a austeridade volta pela janela
Quando se tornou a segunda principal formação política da Itália, há três anos, faltava à Liga (extrema direita) palavras duras o bastante contra Bruxelas e as políticas de austeridade. O partido, contudo, ingressou, em fevereiro, no governo de Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu. Como explicar essa reviravolta?

Na Bélgica, um improvável banco ético
Indignados com o comportamento das instituições bancárias às vésperas da crise de 2008, organizações belgas iniciaram a introdução de uma dose de ética no setor. Elas criaram uma estrutura sem fins lucrativos e constataram que a virtude nem sempre tem o resultado esperado e que a moral, sozinha, tem dificuldade para reformar as finanças

Mobilização contra os golpes imobiliários na Rússia
As vendas fraudulentas de apartamentos na planta arruinaram dezenas de milhares de famílias russas. Em resposta aos protestos, o Estado começa a fazer indenizações enquanto promete melhorar a regulamentação do mercado. Isso bastará para convencer a população da ex-URSS que a habitação, antes um bem essencial oferecido pelo Estado, é uma mercadoria como as outras?

O difícil diálogo entre Washington e Teerã
A Casa Branca relançou as discussões com o Irã no sentido de alcançar um novo acordo nuclear com a República Islâmica. As negociações despertam hostilidade da Arábia Saudita, preocupada com as repetidas críticas que Joe Biden lhe dirigiu, e de Israel, que, no entanto, está tranquilo em relação ao imobilismo norte-americano a propósito da Palestina
Por que não conseguimos aproveitar o valor econômico da biodiversidade?
A própria pandemia é consequência direta do impacto que os seres humanos causam nos ecossistemas
O Brasil como campo de provas da selvageria
Não é apenas o livre trânsito do vírus Sars-Cov-2 que este governo vê com complacência e até bons olhos, preferindo apostar na mão invisível da “imunidade de rebanho” a salvar centenas de milhares de vidas. Também na dimensão econômica há uma estratégia genocida, talvez menos perceptível
Campanhas de dissuasão maciças
Para constranger os candidatos à migração, considerados indesejáveis, os governos ocidentais não se limitam, desde 1990, a militarizar suas fronteiras e endurecer as legislações. Às estratégias repressivas, acrescentam-se métodos de aparência mais consensual: as campanhas de informação multimídia
O grito de raiva da juventude senegalesa
Uma sublevação popular de amplitude inédita abalou o Senegal entre 4 e 8 de março. A repressão dos motins custou a vida de onze manifestantes com idade entre 12 e 35 anos, e a fachada amena da “democracia” nesse país da África ocidental ficou subitamente borrada. Uma contestação social, avivada pelas restrições provocadas pela pandemia, com raízes profundas
França terceiriza sua guerra no Sahel
Diante do custo exorbitante – quase 1 bilhão de euros por ano – de sua presença militar no Sahel, a França encontra dificuldades para obter apoio de seus parceiros europeus. Depois do envio de equipamentos e de conselheiros técnicos, um punhado de países finalmente aceitou despachar pequenos contingentes de soldados. Contudo, esses gestos simbólicos exigem contrapartida
Chile: uma nova Constituição bastará?
A indignação fermenta há muito tempo no Chile, um país moldado pela ditadura Pinochet. Como, no entanto, romper com o passado e consertar a sociedade? Confrontado a um movimento social poderoso, o presidente conservador Sebastián Piñera encampa a ideia de uma nova Constituição. Uma concessão às mobilizações ou uma forma de esfriá-las?
O desaparecimento do debate
A proliferação de fake news ilustra a invasão do espaço público pela mentira. Seria simples incriminar as redes sociais e os mentirosos que perturbam a vida pública. No entanto, sufocando a livre e racional troca de ideias sobre a “comunicação”, nossas democracias destroem o sentido das palavras e impedem que a verdade surja
Os incontáveis painéis de debate nos canais de notícias 24 horas
Com suas imagens espetaculares, GCs que desfilam pela tela e comentaristas instalados no palco, os canais de notícias 24 horas colonizaram nosso imaginário visual e mental. Suas antenas, que proliferaram nos anos 1990 em nome do pluralismo e do “dever de informar”, negligenciam a investigação e a reportagem e imprimem seu ritmo à vida pública
Ideologia, bases sociais e as perspectivas do bolsonarismo
A parcela militante de extrema direita é minoritária socialmente e muito inferior ao total de pessoas que dizem apoiar o governo
Bolsonaro busca estimular o caos social para uma ruptura democrática e conta com a cumplicidade e inação de parte do Congresso
Coronavírus, negacionismo e infelicidade: uma política de governo no Brasil
Essa cegueira situacional levou o país a ser avaliado como a pior gestão pública do mundo na condução da pandemia
Insensatez negacionista do governo central, que atua contra o combate à pandemia, se dá por omissão ou por ação e é intencional, um programa de governo. A não aplicação efetiva e oportuna de políticas e medidas de contenção caracteriza a omissão. Por outro lado, esse mesmo governo adota ações contrárias ao combate da pandemia
Para enfrentar a fome
Agora, no momento mais agudo da crise sanitária e de desemprego, há uma redução substancial do auxílio emergencial no valor e no número de pessoas que beneficia. É falta de dinheiro?
Viva o “risco sistêmico”!
Os Estados Unidos acabam, com efeito, de adotar uma das leis mais sociais de sua história. Ela descarta as estratégias econômicas feitas nas últimas décadas, que favoreciam as rendas do capital – “inovadores” e rentistas juntos – e castigavam as classes populares