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Uma dívida providencial…
No passado, os conservadores se mostravam preocupados em preservar o equilíbrio das contas, a ponto de concordarem com aumentos de impostos. Nos últimos 30 anos, ao contrário, eles vêm gerando deliberadamente os déficits públicos
Triunfo do Estado gestor
Na França, as reformas acontecem de maneira dispersa e desordenada: o tecnicismo confundiu a todos e seus efeitos só se tornaram aparentes depois de algum tempo. Por trás da neblina, vislumbrou-se uma mobilização sem precedente em prol de um Estado enxuto na superfície e reforçado em suas estruturas de comando
O renascimento da gestão pública
Durante os mandatos neotrabalhistas, os sistemas de avaliação acabaram adquirindo feições mais democráticas e permitindo aos cidadãos controlar a qualidade da gestão pública
Retrocessos e avanços do governo Bachelet
Com rédeas curtas na área econômica, a atual gestão conseguiu limitar os danos provocados pela crise global. No entanto, não soube resolver os principais problemas sociais, resultantes de impasses estruturais da sociedade chilena, e abriu caminho para um provável retorno do conservadorismo
Loucura: um novo terreno para a seguridade social
“Doentes na prisão é um escândalo. Mas, pessoas perigosas na rua também o são”. Com essa argumentação ambígua, o presidente francês conseguiu colocar em prática um projeto em curso há 25 anos: neutralizar aqueles considerados “loucos” e diminuir os custos do tratamento
Confronto de tecnologias
Estamos diante de uma escolha entre uma tecnologia moderna, pesada, cara, poupadora de mão-de-obra e com riscos ambientais e à saúde humana, e uma tecnologia social, de economia inclusiva, com resultados sociais imediatos e de baixo impacto ambiental
Transição e dependência em Moçambique
A reeleição do presidente Armando Guebuza demonstra que, após um período de muita instabilidade e guerra civil, o país africano tenta manter uma linha política coerente. Com a economia em desenvolvimento, resta saber até quando Moçambique ficará atrelada ao capital sul-africano
Uma guerra inútil, difícil de justificar e ganhar
De um lado, o Talibã. De outro, o governo. Entre eles, a população paquistanesa, que atualmente não sabe a quem temer: se o exército insurgente ou as tropas oficiais. A onda de dúvidas e o sentimento de insegurança no Paquistão geram disputas e tensões cada vez mais acirradas
Assassinatos teleguiados
Nos últimos meses, os ataques feitos por aviões americanos não-tripulados se intensificaram nas zonas tribais do Paquistão. Quer os seus alvos sejam militantes da Al-Qaeda, quer talibãs afegãos ou paquistaneses, os robôs vêm travando a custos reduzidos uma guerra permanente contra todos os insurgentes
Um conflito iminente
As negociações entre as potências ocidentais e o Irã sobre o dossiê nuclear foram interrompidas. As esperanças recentes perderam força e uma escalada ainda mais perigosa pode ter início.

Ambiguidades e contradições
O Brasil é o país que mais polui entre os chamados “em desenvolvimento”. São 10 toneladas de CO2 per capita, o dobro da média mundial, que tem de ser reduzido para 1,2 tonelada per capita/ano até 2050 para evitar que a temperatura aumente mais 2 graus Celsius, um limite para evitarmos catástrofes mundiais
Amazon, Apple, Google: as gigantes do pós-crise
O investimento em tecnologias da informação e comunicação e em softwares representa quantias astronômicas para as multinacionais. Segundo observadores, essa indústria faz parte dos três setores econômicos que terão o maior crescimento nos próximos anos e ainda está longe de ter esgotado seu potencial de investimento
Compartilhar as responsabilidades
Estimado entre US$ 100 bilhões e US$ 150 bilhões por ano, o custo do combate aos efeitos das mudanças do clima consumirá algo entre 5% a 20% do PIB mundial. Se começarmos a enfrentar o problema desde já, poderemos reduzir esses valores para apenas 1%
Mutações na comunicação
O século XXI traz grandes transformações nos meios de comunicação. O controle sobre TVs, rádios e jornais por conglomerados empresariais que se pautam pela lógica do mercado. As novas tecnologias criam também espaço público para uma infinidade de iniciativas que desaguam, por exemplo, na internet
Os piores cenários possíveis
Para enfrentar as disputas relativas aos problemas climáticos – e à crise ecológica em geral – é preciso uma mudança radical e estrutural, que atinja os fundamentos do sistema capitalista e altere nossos hábitos de consumo e nossa relação com a natureza
Uma dívida histórica do Estado com a sociedade
Cabe à Conferência a difícil missão de olhar para o futuro, mas, ao mesmo tempo, saldar o déficit histórico. Tarefa dificultada pela interdição do debate acerca dessa dívida, realizada pelos meios de comunicação hegemônicos, fontes de informação da maioria absoluta da população brasileira
É urgente conter o aquecimento global
O papel das universidades é crucial. Elas precisam recuperar e produzir conhecimentos que nos permitam entender a realidade em cada território e enfrentar as mudanças climáticas nos diversos ecossistemas
Liberdade de empresa ou de imprensa
A Lei de radiodifusão que se tenta substituir na Argentina é uma espécie de confissão: imposta em 1980 pelo ditador Jorge Videla, um de seus artigos proíbe expressamente que as organizações sem fins lucrativos possuam ou administrem ondas de rádio e televisão
O planeta chega ao seu limite
Até agora, três dos limiares planetários – a mudança climática, a perda da biodiversidade e o ciclo do nitrogênio – já foram excedidos, e mais quatro – ciclo do fósforo, acidificação dos oceanos, uso de água doce e do solo – serão logo ultrapassados se as atividades humanas mantiverem o ritmo atual
A música como experimentação social
Em 1965, alguns músicos decidiram reagir ao mercado, aprofundando as relações cooperativas características de suas práticas sociomusicais. Eles multiplicaram as tentativas de controlar meios de produção e de difusão, criando composições originais destinadas não só a exprimir como a transformar
Os obstáculos no caminho de Copenhague
Neste momento, a noção de “America first” propagada pelo governo dos EUA constitui um fator impeditivo ainda mais efetivo do que a de “market first”. Em função disso, são poucos os países dispostos a situar as negociações fora do quadro exclusivamente mercantil e dos interesses estritamente nacionais
Pichação, a marca da desigualdade social
Com uma história completamente diferente do grafite, que ganhou o mundo na década de 1970, a pichação é uma expressão típica da capital paulistana. As mensagens, muitas vezes incompreensíveis, saem direto da periferia para os edifícios mais altos do centro reafirmando o que deveria ser óbvio: os jovens e pobres existem