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O sonho indestrutível de um mundo melhor
Após o fim da Guerra Fria, a luta armada foi substituída por outras formas de ação. O recurso às armas acabou ficando vinculado ao terrorismo, enquanto a violência das grandes potências ocidentais conquistou legitimidade. Mas a esperança de mudar a realidade continua
Elogio às revoluções
Revoltas populares deixam na história e na consciência humana uma marca indelével, mesmo quando fracassam ou são desonradas. Elas encarnam o momento, tão raro, em que a fatalidade se insurge, e o povo toma a dianteira
A saga dos piqueteiros
Com a crise econômica do final dos anos 1990, a classe média argentina ficou empobrecida e a taxa de desemprego chegou a 20% da população ativa do país. Nesse contexto surgiu o movimento que propôs novas formas de ação para que desempregados pudessem ser ouvidos
Entre a Bíblia e a motoserra
Ações ilegais de missionários, madeireiros e garimpeiros em territórios ocupados por índios isolados são mais ameaçadoras do que obras de infraestrutura. Monitoramento constante e demarcação de terras indígenas para esses povos são o grande desafio
Perversos contratos de trabalho
Estima-se que milhares de pessoas, em diferentes regiões do Brasil, trabalhem em condições degradantes e estejam impedidas de romper com o empregador. É a escravidão contemporânea, que longe de ser um resquício de modos de produções arcaicos, é usada como forma de viabilizar a concorrência na economia globalizada
A vida louca
Nascidas nos guetos latinos de Los Angeles, duas gangues rivais, a Mara Salvatrucha e a Mara 18, foram exportadas para a América Central com a política de imigração dos Estados Unidos. Com membros identificados por tatuagens, esses grupos atuam no Panamá, Honduras, El Salvador, Guatemala, Costa Rica e Nicarágua
O sonho acabou
Com dois terços do PIB vinculados a mercados internacionais, a Coreia do Sul foi um dos países mais atingidos pela tormenta econômica mundial. A crise abalou um país cuja sociedade estava fragilizada e o governo, que baseava sua política no modelo neoliberal, desacreditado
Zâmbia: privatização, poluição e pobreza
Com suas minas de cobre privatizadas, a Zâmbia não se beneficiou da alta dos preços das matérias-primas nesses últimos anos, apenas as empresas mineradoras e seus acionistas. Mas, agora, quem está pagando os custos da queda dos preços são os mineiros, suas famílias e o meio ambiente
A máfia do efeito estufa
Um dos raros países com eletricidade ainda produzida por centrais térmicas a carvão, e sexto maior poluente do mundo, a Austrália dispõe de todos os meios econômicos e tecnológicos para enfrentar esse desafio. Mas lobbies organizados impedem a tomada de medidas voltadas ao meio ambiente
Educação popular e cultura
Reunindo profissionais do teatro, rádio, cinema, fotografia ou livro, um grupo de professores franceses se propôs, em 1944, resgatar as experiências de educação crítica e política dos movimentos operários do século XIX, oferecendo um sistema de ensino democrático, que abordava a cultura em seu sentido mais amplo
Sinais de instabilidade política
É preciso considerar que tudo isso ocorre em um cenário de intensa concentração de renda e crescente desigualdade. Os 20% mais ricos do mundo se apropriam de 82,7% da renda, enquanto os dois terços mais pobres ficam com apenas 6%
Candomblé: da resistência à politização
A religiosidade contribuiu para a união, a resistência e a preservação das diferentes culturas africanas trazidas para o Brasil. Os terreiros, que de início eram locais de proteção e guarida a escravos fugitivos, hoje se articulam em termos de ações políticas e projetos diversos, realizando ações sociais e comunitárias
Quo vadis capitalismus?
A crise não vai dar lugar a um novo sistema monetário e financeiro internacional, mas a algumas reformas parciais. É preciso inventar novas fórmulas mediante as quais a gigantesca dinheirama para salvar o sistema se converta, mesmo que parcialmente, no seu contrário: na diminuição do poder impune do dinheiro
Africanidade musical brasileira
Do samba ao jazz, passando pela bossa nova, muitas de nossas criações beberam na fonte do continente negro. Depois de séculos de sincretismo, subsiste no país uma inspiração musical tipicamente brasileira nos ritmos, nas melodias e nos instrumentos, mas que muito se aproxima do universo dos países da África Ocidental
Hora de redirecionar os recursos
Tentar restabelecer o sistema, irrigando-o com grande volume de verbas públicas não tem muito sentido. Não se trata mais de assegurar apenas que a intermediação financeira funcione, mas que a ajuda flua para onde é necessária, para o bem da humanidade e do planeta
FMI: mais forte e impositivo
Com recursos triplicados, o Fundo não dá sinais de que vai abandonar as políticas do passado, continuando a exigir, para a concessão de créditos, medidas como o aumento das taxas de juros, redução das despesas públicas e congelamento dos salários
Economias “verdes” e crescimento zero
Para sair da crise, vários governos estão propondo medidas de um “keynesianismo ecológico”, que combinam a retomada do crescimento com o respeito ao meio ambiente, mas para que o dispositivo funcione é preciso ir além e promover um rompimento radical com a política neoliberal
A geopolítica das manifestações
Desde 2008, mesmo antes de a desordem financeira chegar a seu auge, o mundo tem visto eclodir protestos em vários cantos do planeta. De natureza variada, as contestações revelam tanto as mazelas preexistentes quanto os efeitos severos da redução econômica. Entre as mais importantes estão as revoltas por comida
No rastro do povo de Luzia
Ela tinha traços parecidos com os dos primeiros australianos e africanos. E viveu no território brasileiro há mais de 11 mil anos. Quase uma década depois do estudo sobre a morfologia da mais antiga habitante da América até hoje encontrada ter virado a arqueologia de ponta cabeça, seu autor relata em livro os pormenores
Muito além do mosquito
Combater a doença que vitima a população carioca é relativamente simples: apesar de não haver vacina disponível, basta dedetizar de forma adequada as regiões identificadas como focos de proliferação do inseto. Mas, se é assim, por que estamos vivendo um surto, com mais de cem mil casos registrados?
Esquerda de cara nova
Em oposição à social-democracia e suas políticas neoliberais, o Die Linke é o partido que mais cresce na Alemanha, com filiados em todas as regiões do país. Mas, agora, terá que descobrir como conciliar a atuação ruidosa nas ruas com a participação no jogo institucional
Por um Pacto Federativo Municipalista
Nestas últimas décadas, os municípios receberam mais atribuições – como educação e saúde. Mas isso não se traduziu em um aumento de verbas. Temos que organizar as atribuições de cada ente da federação e a forma de atuação conjunta, para o atendimento das necessidades e anseios de nossa população
Garantir o direito à cidade
Durante o Fórum Social Mundial Policêntrico foi discutida e aprovada a mais nova versão da Carta
A dívida maquiada
Apesar de os ativos do país terem superado aparentemente os passivos da dívida externa, o endividamento público, impulsionado pela expressiva valorização do Real frente ao Dólar, continua sendo um importante obstáculo para o desenvolvimento nacional e a implementação de políticas sociais
A fortaleza financeira se abre aos emergentes
Constituídos por poupanças governamentais de países situados na periferia do capitalismo, os fundos soberanos passaram a ser encarados como a tábua de salvação diante das atuais turbulências da economia globalizada. Mas estão pagando um preço muito alto por seu ingresso no clube privado das altas finanças
Coca: da tradição ao narcotráfico
Desde a coca até a cocaína, há uma longa distância: é preciso acrescentar 41 componentes químicos, cujas patentes pertencem aos países do Norte. Mesmo assim, o governo americano e a grande mídia insistem em criminalizar os plantadores pobres da América do Sul, que dependem desse cultivo ancestral para sobreviver
O petróleo da reconstrução
Depois de décadas de guerra, o país se levanta, apoiado em suas reservas petrolíferas, cada vez mais produtivas. Porém, elementos estruturais, como a corrupção, a desigualdade social e a concentração de renda contaminam o atual surto de crescimento, promovido por capitais brasileiros, espanhóis, alemães e chineses
Israel face à sua história
Uma nova intelectualidade israelense — composta por historiadores, sociólogos, jornalistas, escritores, cineastas e outros — está pondo a nu o passado do país e desmontando os mitos criados pela política oficial. As revelações são estarrecedoras. Entre elas, a brutalidade com que foram expulsos, em 1948, quase 800 mil
Educação e exclusão
As desigualdades sociais e regionais continuam expressivas na formação educacional dos brasileiros – com o Norte e o Nordeste apresentando os piores indicadores. O problema é que a rede pública sofre os efeitos de orçamentos insuficientes, que acabam proporcionando aos pobres uma escola pobre
Olimpíadas ameaçadas
Os protestos contra a dominação do Tibete ameaçam ofuscar o brilho da festa olímpica chinesa. Mas os manifestantes se enganam sobre o alcance de suas ações. Beijing possui interesses fortes demais na região para abrir mão do controle e a independência está fora da agenda do Dalai Lama
Tremor no teto no mundo
A crise tibetana ameaça transbordar para outras regiões onde germinam ideais de independência, como o Xinjiang e a Mongólia Interior. Com sua festa olímpica posta em risco, os dirigentes chineses parecem aturdidos diante da situação, e não sabem como conciliar a imagem internacional com a estabilidade interna
O despertar paraguaio
A eleição de Fernando Lugo põe fim a 61 anos de monopólio político do Partido Colorado – seis décadas de clientelismo, autoritarismo, brutalidades, plutocracia e corrupção. Mas o novo presidente terá muitos problemas para resolver. Entre eles, a negociação da energia excedente de Itaipu com o Brasil
Por uma segunda abolição
Reconhecer o racismo no Brasil é passo fundamental para enfrentá-lo de forma mais efetiva e enérgica. Precisamos vivenciar uma nova extinção da escravatura, que transcenda o corpo da lei e faça prevalecer o seu espírito. Uma libertação que não fique só no papel, mas que conquiste também as consciências
Eu, negro
Nós somos aqueles para quem, fora do entretenimento, não há salvação! E, mesmo nos palcos e nas arenas esportivas, cada vez somos menos do que já que fomos. Mesmo assim, com a força dos Ancestrais e dos Orixás, falamos, cantamos e escrevemos, denunciando o racismo deste país tão simpático quanto mentiroso